Ainda São Paulo x Corinthians

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Olá amigos! Umberto Eco, certa vez, referiu-se à falação esportiva, que em linhas gerais é a continuidade do assunto em diferentes formas e abordagens. Seja partindo dos meios de comunicação, seja partindo das rodas populares, mas que no fim acabam criando um ciclo que mantêm a perpetuação do assunto até um novo fato mais atraente surgir.

Nesta falação esportiva, os primeiros dias após o fato consumado são de uma irritabilidade tamanha, pois todas as emissoras de TV , as de rádio, os jornais, as revistas especializadas, os círculos acadêmicos, e a internet parecem falar a mesma coisa, da mesma forma, e repetindo incessantemente o conteúdo.

Com o esgotamento do assunto, que acaba muito mais no sentido de esgotar as paciências do público receptor da mensagem e também do próprio emissor, do que um esgotamento no sentido de ter se explorado todas as variáveis e aprofundado no tema.

Me permito fazer algumas curtas (algumas nem tão curtas) reflexões sobre  as polêmicas do clássico do fim de semana retrasado, julgando que elas poderiam ser melhor percebidas e despertar uma discussão mais aprofundada do que o simples embate de quem está ou não com a razão.

Limitação de Ingressos:

A polêmica da limitação do ingresso para mim esconde por trás um problema mais sério, de interesses políticos e outras razões que desconhecemos, mas que esconde também algo com o que São Paulo deveria se preocupar.

No ambiente de gestão e mercado costuma-se dizer que o maior risco de ficar cego e ser ultrapassado pela concorrência é quando se está liderando o mercado, pois ocorre uma acomodação, que pode a determinado momento cegar, fazendo com que a percepção de quem está no comando é de que tudo que está sendo feito não precisa ser aperfeiçoado pois os resultados estão ai.

É o que vem acontecendo com o São Paulo na minha modesta opinião.  Sem dúvida o São Paulo esta liderando o mercado, com justiça pela estrutura e objetivo que foram traçados há alguns anos. Os resultados falam por si só. Mas, talvez, é hora de refletir e observar o que os outros estão a  fazer para alcançá-lo. Às vezes, esta olhada para traz ajuda a manter mais facilmente sua supremacia, porque quando apenas olhamos para o que nós mesmos fazemos, muitas vezes, não percebemos novos caminhos e tendências, ou o que é pior, nos recusamos a observar qualquer outra coisa porque consideramos apenas que nossos princípios estão certos.

Não é preciso esperar o declínio para mudar, e hoje acredito que se o São Paulo justifica uma limitação de ingressos por questões comerciais, pode não estar olhando para frente. Numa rápida conta, sem considerar aspectos mais aprofundados, será que valeu a pena tal ação pensando numa possível retaliação ao Corinthians decidindo não jogar mais no Morumbi, reduzindo receitas  do São Paulo?

Nessa óptica, o Marketing de Corinthians e Palmeiras nas figuras de Luis Paulo Rosemberg e Luis Gonzaga Belluzo estão a todo vapor. Há  quem diga que eles estão atrasados em relação ao São Paulo, mas ai é que está a questão. O momento tem de ser bem compreendido, pois alguns podem olhar como atraso, outros podem olhar como superação.

O Corinthians, por exemplo, acertou um novo contrato de fornecimento de material esportivo  (não é patrocínio) de 15 milhões de reais (fonte: Gazeta Press) que é praticamente o valor que o São Paulo acertou  como patrocínio principal em 2008. Sendo ainda que esse acordo realizado pela Corinthians só perde em termos de fornecimento de material para Manchester United e Barcelona.

Fica um ponto de reflexão, se fizermos algum esforço, grandes empresas que faliram, lideraram e foram referências de mercado, mas a falta de atualização e a prepotência cria uma cegueira, e quando menos se esperar a supremacia pode entrar em declínio e o revés pode ser mais custoso e demorado.

Polícia:

Entre declarações e depoimentos, o mais difundido foi de que a policia de dentro do estádio autorizou a saída e a policia de fora do estádio não. O que possibilitou o confronto, independente de quem foi para cima de quem, o fato é: será que ninguém passou um rádio informando da decisão?  Comunicação no estádio também é comunicação de decisões. Como queremos organizar uma copa se a própria declaração da policia nos indica uma falha de procedimento banal: alguém esqueceu de avisar lá embaixo que o pessoal estava liberado para sair e que não estavam simplesmente voltando por causa da chuva.

Expulsão:

Me irrita quando os profissionais do futebol buscam amenizar os erros e falhas por meio de elementos que não se justificam. O excelente treinador Mano Menezes, ao reconhecer e ao mesmo tempo minimizar a culpa de Túlio pela expulsão, refere-se a interferências externas, pois, segundo ele, a agressão não foi vista pelo arbitro , e apenas aconteceu por que alguém de fora interferiu.  Às vezes me pergunto se é um subterfúgio planejado para amenizar a pena que possivelmente será imposta depois, se é uma tentativa de fazer punir alguém do adversário para não sair em desvantagem. Enfim, muitas duvidas ficam.

E quanto ao jogador. ATENÇÃO JOGADORES DE FUTEBOL:

Para quem não percebeu ainda existem inúmeras câmeras em um campo de futebol e, com certeza, se o juiz não vir na hora uma agressão ou qualquer outro ato de indisciplina, ele será visto e reprisado, e com certeza analisado pelos tribunais.

Aliás, já estamos conseguindo vencer aquelas criticas aos tribunais por punirem os jogadores por imagem. No inicio criou-se uma resistência muito forte, mas pelo bem do futebol,
já está sendo mais aceito. Resta, agora, jogadores se atentarem a isso e, sobretudo as penas serem cumpridas e não trocadas por cestas básicas. Afinal, apesar de serem muito importantes para quem recebe tal doação (acredito que poderá continuar como uma ação complementar) o que é o custo de cestas básicas para um clube de futebol?

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.om.br

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