Neymar: decisão certa ou errada?

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Nesta semana muito foi falado sobre a ida de Neymar para o PSG, deixando a super equipe do Barcelona. E, no momento que vejo a enxurrada de opiniões e debates a respeito do assunto, me pergunto: estamos sendo apenas observadores do fato ou entramos na questão do julgamento sobre as decisões que envolvem esta transferência de clube?

Penso que comentar e expor nossas opiniões, deve ser acompanhado de imparcialidade e bom senso. Para embasar tal questão e a conversa sobre ela, relembro algumas considerações feitas em colunas anteriores sobre as tomadas de decisão, fora das quatro linhas, exploradas por mim.

Um fator importante em toda tomada de decisão é o processo de autoconhecimento. Este muitas vezes é dificultado pelo estímulo ao atleta de olhar mais para fora de si, do que para dentro. Um baixo autoconhecimento, pode mascarar os objetivos reais da carreira e impedir que o atleta realmente alcance o que deseja. Assim, lançar mão de ferramentas que apoiem o atleta num constante processo de autoconhecimento, pode favorecê-lo em momentos de tomada de decisão fora do campo.

Outro ponto importante é compreendermos as consequências potenciais de toda e qualquer decisão e sobre como elas podem levar o atleta a caminhos diferentes e distantes daquele que ele realmente deseja ou aproximá-lo dos objetivos perseguidos. Sobre essas consequências, relembro uma pesquisa de mais de cinquenta anos realizada pelo Dr. Edward Banfield, da Universidade de Harvard, que chegou à conclusão de que a “perspectiva de longo prazo” pode ser mais importante para determinar o seu sucesso na vida e na carreira, do que a origem familiar, a educação, a raça, a inteligência, as suas relações ou praticamente qualquer outro fator isolado. E, em termos bem práticos, quando o atleta necessita, se torna possível promover reflexões que o leve a considerar as consequências de nossas decisões, exemplificado abaixo.

  1. 1. O pensamento em longo prazo melhora a tomada de decisões em curto prazo.

Possuir uma ideia clara sobre o que você deseja para si mesmo em longo prazo, na sua carreira, torna mais fácil tomar decisões sobre suas prioridades em curto prazo. Sendo assim, antes de começar a fazer alguma coisa, você pode sempre se perguntar: “Quais são as consequências, em potencial, de tomar essa decisão”?

  1. 2. As resoluções para o futuro frequentemente determinam as ações do presente.

Quanto mais claras forem as resoluções para o futuro, maior será a influência que a clareza terá sobre o que se vai realizar num determinado momento. Esta visão de longo prazo mais clara trará mais capacidade de avaliar uma atividade ou tomada de decisão no presente e poderá aumentar a certeza de que ela será consistente com o objetivo que se deseja alcançar.

Ou seja, se existem formas de apoiar o atleta em momentos de mudança, como as comentadas acima, e partindo do ponto que acredito que todo atleta de ponta já se utilize delas para decisões que possam mudar radicalmente o rumo de sua carreira, esta mudança de clube promovida pelo atleta Neymar, já deve ter sido exaustivamente debatida e refletida por ele e por todos que estão envolvidos na gestão da sua carreira.

Ainda, mesmo levando em consideração todas as reflexões possíveis e ferramentas que podem ser utilizadas para promovê-las, talvez seja injusto julgarmos se decisão foi correta ou não. Nosso ponto de vista, externo a situação do atleta, ficamos limitados e talvez não tenhamos como considerar os reais valores e crenças que ele possui e que potencialmente embasaram sua tomada de decisão. Sendo assim, do ponto de vista do atleta e das pessoas relacionadas a ele, certamente essa decisão foi a melhor a ser tomada neste momento, com todo o direito que ele possui de fazer suas escolhas de carreira.

Por isso, acredito particularmente que nos caiba ampliar o debate para diversos outros aspectos da transferência, tais como por exemplo a possibilidade de crescimento ou não da sua carreira ou um potencial crescimento ou não do seu desempenho técnico, com suas prováveis consequências desta mudança, do que predominantemente explorarmos sobre os reais motivos ou motivações que o levaram a esta decisão recente.

Até a próxima.

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