O título do Palmeiras e o futuro de Cuca

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Foram 22 anos sem um título do Campeonato Brasileiro. Uma simples olhada para o tamanho da festa do Palmeiras é suficiente para oferecer perspectiva do que representou a conquista sacramentada no último domingo (27), depois de uma vitória por 1 a 0 sobre a Chapecoense no estádio Allianz Parque. Foi um domingo perfeito para os adeptos da equipe alviverde. Ou quase, na verdade: um pouco do significado da taça se dissipou por erros de comunicação na condução do processo de renovação do compromisso com o técnico Cuca.

O atual comandante do Palmeiras, contratado em 2016, tem vínculo com o clube até o fim deste ano. Já teve conversas com a diretoria do time paulista sobre a possibilidade de renovação, mas não deu qualquer resposta definitiva. Depois da confirmação do título com uma rodada de antecedência, ganhou relevância o futuro de Cuca, que se divide entre a renovação ou a prioridade a questões familiares.

O processo de renovação do contrato de Cuca será conduzido por Maurício Galiotte, eleito no sábado (26) para suceder a Paulo Nobre como presidente do Palmeiras. O mandatário responsável pelo próximo triênio assumirá oficialmente apenas em 15 de dezembro, e a discussão sobre o futuro do técnico não deve caminhar antes disso.

Também interfere na renovação de Cuca a indefinição sobre o futuro de Alexandre Mattos, diretor-executivo de futebol do Palmeiras, cujo contrato também termina no fim de dezembro. A manutenção do cartola também passa pelo projeto de Galiotte, e a presença dele é um dos alicerces do trabalho do treinador.

Com tantas questões (planos pessoais do técnico e mudanças advindas da nova cúpula), é até natural que existam especulações sobre o futuro de Cuca. É compreensível que muito se fale sobre os desejos do treinador ou as intenções do Palmeiras. O torcedor consome isso e se interessa por isso.

O timing sobre a renovação é igualmente compreensível. Antes de discutir o futuro de Cuca, o Palmeiras estava concentrado na definição de um título extremamente importante para o futuro do clube. Uma estiagem de 22 anos estava em jogo.

A despeito de tudo isso, houve falhas de comunicação no processo de definição do futuro de Cuca. Cabia ao Palmeiras blindar o treinador, algo que o departamento se esforçou para fazer com o clube durante os dois mandatos do presidente Paulo Nobre. Era fundamental impedir que informações vazassem, e ainda mais determinante evitar que isso acontecesse em um dos momentos mais relevantes da história recente da equipe.

As horas pós-título podiam ser apenas sobre a emoção de Dudu, a despedida de Gabriel Jesus ou o retorno de Fernando Prass. Podiam ter sido apenas sobre a relevância do título e como a torcida lidou com isso. Entretanto, nenhum assunto teve mais espaço no noticiário do que o futuro de Cuca, e isso mostra a importância de proteger informações/escolher o momento certo para divulgá-las.

Agora, até em função do burburinho causado, o relógio corre contra o Palmeiras. A diretoria tem de resolver logo a questão Cuca e estancar o noticiário que se criou em torno do futuro do treinador. A indefinição e as notícias vazadas estão tomando um espaço que poderia ser ocupado pela conquista ou pelos parceiros do time.

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Boas notícias no Vasco. Boas?

O Vasco voltou à primeira divisão. No entanto, o acesso da equipe carioca esteve longe de ser tranquilo: foi conquistado apenas na última rodada, em uma vitória de virada sobre o Ceará, no Maracanã. Depois do apito final, apesar da promoção, a torcida cruzmaltina vaiou o time por pelo menos cinco minutos.

Sim, a campanha do Vasco foi preocupante. Sim, o futebol também foi. Entretanto, há boas notícias na equipe que foi dirigida por Jorginho em 2016. Os cariocas tiveram coragem de apostar em diferentes perfis egressos da base (o badalado Luan, o contestado Thalles ou o surpreendente Douglas, por exemplo) e moldaram uma estrutura que pode dar bons frutos em um futuro próximo.

Toda a questão passa agora por como o Vasco vai se comunicar com a torcida no próximo ano. O ânimo dos seguidores do clube, abalado pela campanha na Série B, pode ser reanimado com uso de garotos e boas doses de identificação com a equipe. Para isso, porém, é fundamental que os cruzmaltinos façam um trabalho mais enfáticos de consolidação desses novos rostos.

Se não souber transformar bons valores em referências para a torcida, o risco que o Vasco corre é buscar novamente o mercado. E o Palmeiras, nesse caso, é um bom exemplo de como a criação de uma identidade é etapa fundamental em qualquer trabalho de sucesso no esporte.

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