Se o futebol é ciência?

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Quando falamos de futebol, invariavelmente estamos, mesmo inconsciente, entrando em áreas estritamente técnicas. Considero, as dimensões predominantes no futebol (técnica, tática, físico e psicológica) áreas da Ciência. Áreas que requerem, ao meu ver, algum tipo de estudo (mesmo que seja raso). Se o futebol é ciência? Não sei, penso que até pode não ser. Como diria Garganta: “O futebol é demasiado arte para ser Ciência e demasiado Ciência para ser só arte”. Essa ambiguidade de valores forma o sentido fantástico do futebol. O aleatório. Aquilo que até podemos prever, porém, não podemos dizer quando irá acontecer. Por isso, digo que o futebol não é imprevisível e sim aleatório. E, necessitamos pensar assim, a fim de construir algo. Lembrando que a forma de jogar é construída, arquitetado em ideias para o individual e coletivo.

O jogo coletivo é considerado por diversos autores, de preponderância tática que consubstanciam a necessidade de resolução das situações de jogo, isto é, problemas táticos continuamente de variáveis que derivam do grande número de adversários e companheiros com objetivos opostos através do fator técnico coordenativo.

Isto significa que a resolução de qualquer situação de jogo consubstancia-se numa dupla dependência:

– da capacidade técnico-coordenativa do jogador: “se uma situação de jogo determinar uma mudança do ângulo de ataque que o jogador não pode realizar, é necessário que este escolha uma outra solução que não será na lógica das opções táticas mais eficazes, mas que exprimirá as possibilidades de resposta desse jogador nesse momento” (Grehaigne, 1992);

– da opção tático-estratégica tomada pelo jogador: “na qual procura surpreender os adversários executando uma resposta imprevisível dentro das opções lógicas da situação por forma que resulte na ruptura da organização da equipa adversaria” (Grehaigne, 1992).

A tática não significa somente uma organização em função do espaço de jogo e das funções específicas dos jogadores, esta pressupõe, em última análise, a existência de uma concepção única para o desenvolvimento do jogo ou, por outras palavras, o tema geral sobre o qual os jogadores concordam e que lhes permite estabelecer uma “linguagem comum”. Neste sentido, a tática impõe diferentes atitudes e comportamentos estruturados num conjunto de combinações, cujos mecanismos assumem um caráter de uma disposição universalmente válida, edificada sobre as particularidades do envolvimento (meio). Logo, “a inteligência do jogo deverá permitir um pensamento lógico, flexível, original e crítico garantindo a execução ótima das habilidades táticas e permitindo modificações autônomas da ação segundo as circunstâncias” (Garganta).

Na construção do hábito tático, o desenvolvimento das possibilidades de escolha do jogador depende do conhecimento que ele tem do jogo. A forma de atuação de um jogador está fortemente condicionada pelos seus ”modelos de jogo”, ou seja, pelo modo como ele concebe e percebe o jogo. São esses modelos que orientam as respectivas decisões, condicionando a organização da percepção, a compreensão das informações e a resposta motora.

O jogador não se move, nem age isolado, mas antes atua em contexto, em coletivo, em equipe. Estas ações coletivas representam a soma de todas as ações individuais que a compõem.

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