1-4-4-2 em linha: zonal e não zonal

Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade
Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade
Há tempos o “1-4-4-2 em linha” vem sendo utilizado em algumas equipes de futebol profissionais europeias e sul-americanas. Em um tempo menor, tem aparecido nos gramados brasileiros.
Seja por “moda”, necessidade ou gosto, o fato é que existe certa confusão no trato dessa plataforma tática.
Muitas vezes quando se fala do “1-4-4-2 em linha”, vem à tona no discurso, implícito entre frases, que essa plataforma tática contém no seu jogar um sistema de marcação zonal. Há inclusive uma obra (um livro), de renomado treinador brasileiro, que, ao se referir à marcação zonal, relaciona-a ao “1-4-4-2 em linha”.
Sem que seja necessário discutir formas de marcação ou elementos de referência da auto-organização do jogo, é preciso que fique claro: o “1-4-4-2 em linha”, assim como qualquer 1-4-4-2 com diferentes geometrias de meio-campo, ou como qualquer outra plataforma tática (1-4-3-3, 1-3-5-2, 1-4-5-1, 1-2-1-4-1-2, etc.), pode servir a um jogar zonal ou não.
Isso quer dizer que é possível haver um 1-4-4-2 com referência zonal, individual, mista ou híbrida tanto no seu defender quanto no seu atacar, de tal forma que a plataforma tática destaque-se mais, ou menos, no nível hierárquico das referências norteadoras da ocupação do espaço de jogo.
Outro ponto importante é que se a escolha por uma plataforma como o “1-4-4-2 em linha” se der apenas pela opção ou necessidade de se jogar à zona, que fique claro também que com maiores ou menores elaborações, qualquer plataforma tática permite a construção do jogar zonal (vide por exemplo o áureo 1-4-3-3 da equipe do FC Barcelona, da Espanha).
Algumas equipes brasileiras têm grandes dificuldades quando enfrentam equipes da América do Sul que jogam no “1-4-4-2 em linha”. Os jogadores têm problemas para alcançar êxito nas jogadas individuais, não conseguem avançar com facilidade ao campo de ataque, criam poucas oportunidades de gols e “sofrem” com o toque de bola e com as dinâmicas muitas vezes empregadas pelos adversários.
E é talvez da dificuldade de enfrentá-lo que tem aumentado o número de equipes buscando estruturar sua plataforma tática também da mesma forma (“1-4-4-2 em linha”).
O problema, porém, é que as dificuldades surgem não do enfrentamento a essa plataforma, mas da referência zonal que muitas das equipes que a utilizam tomam como norte. Isso quer dizer, em outras palavras, que não é o “1-4-4-2 em linha” o grande segredo da história, e sim o jogo à zona. Então, qualquer plataforma tática pode trazer dificuldades ao adversário, assim como qualquer uma delas pode estabelecer um jogar em zonal.
O “1-4-4-2 em linha” com referência “individual” vai apresentar dinâmicas e alternativas diferentes do “1-4-4-2 em linha” com referência em zona e, portanto, não é ela (a plataforma tática) que realmente vai resolver os problemas.
Por que não um “1-4-4-2 em losango zonal”, por que não um “1-4-3-3 em triângulo invertido zonal”?
Simples, porque no futebol ao invés do “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, a máxima vigente costuma ser, no futebol “nada se cria, nada se perde, tudo se copia”, e sem se saber exatamente por que…

Para interagir com o autor: rodrigo@149.28.100.147

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email
Share on pinterest

Deixe o seu comentário

Deixe uma resposta

Mais conteúdo valioso