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Futebol, longo prazo e desenvolvimento

Um dos maiores economistas do século 20, John Keynes, certa vez disse que “no longo prazo estaremos todos mortos”. A frase, fora de contexto, parece desestimular ou criticar aqueles mais precavidos que buscam no planejamento uma ferramenta para programar mais adequadamente o futuro.

Sem deixar de considerar o aspecto positivo da mensagem do economista Keynes, alertando para a necessidade de pensarmos o planejamento sintonizado com a nossa realidade ou com o momento presente, temos que entender a nossa dificuldade em pensar no futuro de forma mais objetiva e clara.

No Brasil, via-de-regra, somos avessos aos projetos de longo prazo.  No futebol, então, nem se fale! Conheço dirigentes que não conseguem vislumbrar horizontes maiores além de uma semana ou um mês. E pautam suas atitudes, única e exclusivamente, em função dos resultados imediatos dos jogos de seu time. Ganhando, aproveitam para fazer a propaganda de sua “administração” na mídia. Perdendo, demitem o treinador e assim procuram renovar as esperanças dos torcedores no curto prazo. O panorama traçado é um pouco caricato, mas infelizmente verdadeiro em muitos casos.

Apesar dessa resistência quase cultural ao planejamento, vivemos um momento oportuno para repensarmos nossas instituições e, dentro delas, o futebol, este que é um dos nossos maiores patrimônios.

E neste repensar, bem que poderíamos começar um movimento para discutir e pensar seriamente na possibilidade de realização da Copa do Mundo em 2014 no Brasil.

A idéia já conta com o apoio oficial da CBF e a simpatia do governo federal, embora ainda divida um pouco a opinião pública. Seria ótimo se essa discussão fosse aprofundada. 

Que tal se utilizássemos o futebol como metáfora da vida? Será que, com isso, ao organizar melhor o nosso futebol não conseguiremos contribuir para o desenvolvimento de nossa sociedade como um todo?

A organização de uma Copa do Mundo não é tarefa simples. Exige a mobilização de forças políticas e econômicas. Mas depende também da compreensão de todo cidadão que participa da construção de um país como o Brasil, dentro de toda a sua complexidade.

Encarar o desafio de realizar uma Copa do Mundo vai exigir muito trabalho e competência. Mas está aí um bom motivo para exercitarmos nossa capacidade de construir uma grande Nação através do futebol.

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Futebol brasileiro: um balanço de 2005

Em termos externos, 2005 está terminando de forma muito positiva para o futebol brasileiro. Que país não gostaria de estar no nosso lugar? Nossa seleção se classificou em primeiro para a Copa do Mundo e foi campeã da Copa das Confederações de forma brilhante, vencendo com uma goleada os velhos adversários argentinos no jogo final. O organizado São Paulo foi tricampeão mundial interclubes, batendo o Liverpool, nada menos que o campeão da badalada Champions League deste ano. E, finalmente, nosso Ronaldinho Gaúcho foi escolhido como o melhor jogador do mundo pelo segundo ano consecutivo. Que mais poderíamos querer?

Tais conquistas só fazem fortalecer o prestígio e a admiração do mundo em relação ao nosso futebol. De negativo, no âmbito internacional, talvez apenas o fracasso de Vanderlei Luxemburgo e sua equipe de auxiliares brasileiros no Real Madrid, um dos times mais poderosos do mundo.

Embora o saldo seja inegavelmente positivo, é bem verdade que, no âmbito doméstico, as coisas não terminaram tão bem assim, ainda mais se compararmos o andamento do futebol dentro do Brasil com o nosso sucesso internacional.

O Campeonato Brasileiro da série A, conquistado pelo Corinthians, ficou manchado pelo escândalo na arbitragem e por uma seqüência de trapalhadas que se seguiram à denúncia sobre manipulação de resultados. E, paradoxalmente, em nome da justiça, talvez tenham sido cometidas ainda mais injustiças.

Outra característica de 2005 foi o destaque dos jogadores estrangeiros como os melhores nas competições nacionais. Nomes como Tevez, Gamarra, Lugano, Petkovic, Renteria brilharam no Brasileirão. Por outro lado, os veteranos Romário e Edmundo foram os grandes nomes nacionais do torneio, o que evidencia a existência de um espaço que deveria ser ocupado por jovens talentos do nosso tão decantado celeiro de craques. E isso deixa ainda mais nítido o fato de que nossos melhores jogadores simplesmente não jogam aqui. Estão todos mostrando sua arte no exterior.

E o que esperar do próximo ano em termos futebolísticos? A resposta é simples.  Continuar brilhando no âmbito internacional e, se possível, conquistar o campeonato mundial pela sexta vez.  Seria sensacional, não? E, convenhamos, poucos duvidam de que temos amplas condições de conseguir mais esta façanha.

O problema continuará sendo as nossas questões domésticas. Será que veremos o surgimento de novas lideranças entre os dirigentes que conduzem os destinos do nosso futebol, combatendo esta estrutura viciada que insiste em permanecer no poder, sem medo de retaliações e suspensões? Teremos dirigentes que sejam capazes de defender suas teses sem receio de verem seu time excluído de competições importantes? Que tenham coragem de perder no curto prazo para que todos possam ganhar no longo prazo? E que finalmente nos permita ter a esperança de vermos nossos clubes e nossas estruturas realmente se profissionalizando?

Vamos torcer para que isso ocorra em 2006!

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Informações que desinformam

Entender a realidade, a vida e todos os fenômenos que os cercam nem sempre é uma tarefa fácil.

Alguém já disse que a mentira é uma verdade que deixou de acontecer. Já a desinformação é algo que aconteceu, mas é dito de um jeito que dá a idéia de que aconteceu de forma diferente.

Isso, muitas vezes, acontece por pura desinformação da fonte que produz a dita “informação”. Mas pode também estar envolto de uma verdadeira manipulação dos fatos o que, sem dúvida, se torna algo muito mais grave.

Vemos, com mais freqüência do que gostaríamos, os órgãos de imprensa praticando a desinformação que, não raro, nos faz desconfiar de que alguma espécie de manipulação pode estar por trás das noticias.

Dias atrás, por exemplo, ouvi e li comentários sobre o desconhecido time de futebol da Arábia Saudita, chamado Al Ittihad.  Desconhecido se levarmos em conta que vivemos no Brasil, pois no mundo árabe este é um dos times mais conhecidos e famosos por sua história e performances no Oriente Médio.

Como trabalhei neste clube na temporada de 2003-2004 e conhecendo um pouco de sua historia e seus jogadores, fiquei surpreso quando me deparei com noticias afirmando que este clube, que jogou com o São Paulo pelo mundial interclubes, era apenas um time de aluguel, ou pior um time de mercenários.

Pensei, então, acompanhando estas noticias que, talvez, o Al Ittihad tivesse mudado sua política e contratado na última hora um novo time para disputar o mundial de clubes.

Isso talvez pudesse ter algum fundamento se o clube conseguisse inscrever três brasileiros contratados recentemente que, juntamente com Khallon, entrassem em campo. Coisa que não ocorreu. Apenas Khallon, um destacado jogador de Serra Leoa que há anos joga na Europa, conseguiu condições de jogo.

O que pude observar (e esta é a realidade que deveria também ser contada para não distorcer os fatos) foi que o time saudita jogou contra o Al Ahli do Egito e o São Paulo Futebol Clube com nada menos do que 9 jogadores que jogam juntos há praticamente 3 anos consecutivos. 

Penso que em um modelo de jornalismo mais atento e crítico estes acontecimentos, aparentemente – e só aparentemente – sem muita importância, deveriam ser considerados.

Fatos como este, se não esclarecidos adequadamente distorcem a realidade e são capazes de transformar a informação em desinformação.

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O mito do título internacional

Mitos são histórias ou conceitos de origem não muito confiável que com o passar do tempo vão sendo retransmitidas de papo em papo até virarem verdade, mesmo que às vezes não sejam.

Como grande parte do conhecimento do futebol é disseminado através de papo em papo, nada mais natural que ele acabe ganhando um grande contorno mítico, recheado por verdades que nem sempre são lá muito verdadeiras.

Um desses mitos do futebol diz que em time que está ganhando não se mexe. Outro mito diz que dois a zero é um resultado muito mais perigoso para o time vencedor do que um a zero. E outro, ainda, diz que clubes europeus não dão a mínima para as competições intercontinentais, os tais campeonatos mundiais da Fifa.

Enquanto os dois primeiros mitos possuem um embasamento bastante questionável, o terceiro é nada mais do que pura e simples verdade. Clubes europeus não dão a mínima para campeonatos em que tenham que jogar contra clubes de outros continentes. Priorizam seus campeonatos nacionais e continentais, relegando os campeonatos intercontinentais a uma insignificância tal que só não jogam com o time reserva porque a Fifa não deixa.

Pergunte para um torcedor do Manchester United se ele por algum acaso se lembra da primeira edição do campeonato mundial de clubes promovido pela Fifa e ele provavelmente dirá que não. Você dá mais detalhes. Cita o golaço do Edmundo depois de um drible desconcertante em cima do Silvestre, zagueiro dos diabos vermelhos. Edmundo quem?

Aí você perde a paciência e fala que foi no Rio de Janeiro no comecinho do ano 2000 e que teve Real Madri e tudo mais. Fala que até o Beckham tava lá pegando um bronze em Copacabana. Ele vai se lembrar, indignado, mas a lembrança vai aparecer só porque esse campeonato foi a razão pela qual o Manchester United não pôde participar naquele ano da FA Cup, uma espécie de Copa do Brasil inglesa, que é o campeonato mais antigo do mundo.

Numa jogada política, a FA – algo como a CBF inglesa – obrigou o Manchester a levar seus jogadores para o Rio de Janeiro para agradar a Fifa e ajudar a então candidatura da Inglaterra para sediar a Copa do Mundo de 2006. Como você bem deve saber, o Manchester United não ganhou o campeonato e a Inglaterra não vai sediar a Copa ano que vem.

Interessantemente, esse episódio é visto hoje pelos ingleses como um dos maiores fracassos da história da FA, e não como um fracasso do Manchester United.

Assim como na Inglaterra ninguém se gaba de ter ganhado uma Copa Toyota, ninguém também tira sarro do outro por ter perdido.

“Nós apenas não damos bola”, explicou pra mim um fanático torcedor do Liverpool que chegou a viajar até Istambul para assistir a final da última Copa dos Campeões contra o Milan.

Para entender o porquê disso, é preciso primeiro entender aquilo que significa o futebol para Liverpool e para a Inglaterra. Liverpool é uma cidade mundialmente conhecida por causa dos Beatles e por causa dos seus clubes de futebol, Liverpool e Everton.

É uma cidade de tamanho mediano para os padrões ingleses e foi muito importante no passado por causa da sua grande capacidade portuária. Com a queda do império inglês no começo do século 20 e com o desenvolvimento de novas tecnologias e novos pólos de navegação, Liverpool sofreu uma forte crise econômica e só agora começa a dar sinais de recuperação. A cidade foi abandonada pelas indústrias e se sente abandonada pelo governo. Possui uma das maiores taxas de desemprego de todo Reino Unido e em 1998 era considerada a cidade mais desfavorecida de toda a Inglaterra.

Como o futebol sempre caiu muito bem em locais com altas taxas de desemprego, não é de se espantar que ele assuma tamanha importância. É tão importante que a cor oficial da cidade é roxo, uma mistura entre o vermelho da camisa do Liverpool e o azul da camisa do Everton.

Mas não por isso ache você que a grande rivalidade existente é entre os dois clubes da cidade. Rivalidade existe, claro, mas ela é muito menos intensa do que a rivalidade demonstrada para com clubes vizinhos, em especial o supracitado Manchester United.

Em qualquer lugar do mundo o futebol envolve fortes sentimentos de identificação e pertencimento a uma determinada sociedade. Na Inglaterra, porém, esse sentimento é muito maior.

Não só por se tratar do país que inventou o jogo, mas principalmente por ser uma ilha que até poucas décadas atrás tinha em mãos o comando do mundo.

A Inglaterra ainda é um império em decadência e, como todo bom império, está mais preocupado com seus assuntos internos do que com qualquer movimento globalizado.

Pergunte pro Bush

Para dar crédito a uma conquista é preciso valorizar o adversário. E ninguém vale mais para os ingleses do que eles mesmos.  É quase impossível conseguir ingressos para assistir as partidas do campeonato nacional, a Premiership. Quase todos os ingressos são vendidos antecipadamente, e o tempo estipulado da fila de espera para conseguir comprar o pacote de ingresso pra temporada do Liverpool é de 20 anos.

Para a Liga dos Campeões da Europa, por sua vez, basta ficar algumas horinhas na fila da bilheteria do estádio que você consegue o ingresso. Se bobear, até sobra no final. É uma relação de importância perfeitamente oposta à sul-americana. Enquanto que para os ingleses o jogo mais importante é o local, para os brasileiros o mais importante é o intercontinental.

O Liverpool ignora o Campeonato Mundial de Clubes da Fifa assim como o São Paulo ignora o Campeonato Estadual da Federação Paulista. Ambos só jogam por pura obrigação. Passa o jogo, ninguém mais se lembra do que aconteceu.

O Liverpool vai aproveitar o tour pelo Japão para desenvolver alguns projetos comerciais com sua crescente torcida asiática. Vai pelo dinheiro, e só por isso.

Caso ganhe o campeonato, o Liverpool não vai colocar uma estrela dourada em seu escudo. O único ouro com que o clube se importa vai para o banco. Se bem que hoje em dia ninguém mais coloca ouro no banco. Já faz muito tempo que isso virou um mito.

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O que podemos aprender com o Brasileirão 2005

Terminou o campeonato brasileiro. Pelo menos dentro de campo. Fora dele, talvez, ainda tenhamos uma prorrogação que poderá durar algum tempinho. Com certeza, não muito, pois sabemos que as forças conservadoras que comandam o futebol vão continuar prevalecendo sobre as vozes dissonantes que insistem em cobrar mais transparência, mais lisura, mais ética e mais justiça para o nosso futebol e para nossa sociedade.

 

Mas independentemente das discussões sobre quem é o verdadeiro campeão brasileiro, ou se é a justiça desportiva ou a justiça comum que deve entrar em campo para solucionar as dúvidas sobre o campeonato, seria maravilhoso se aproveitássemos as experiências do Brasileirão 2005 para aperfeiçoarmos nossas instituições.

 

Se é verdade que o futebol imita a vida seria maravilhoso também se conseguíssemos melhorar, um tostãozinho que fosse, o perfil de nossos dirigentes esportivos, bem como de nossos magistrados que têm a incumbência de fazer justiça neste país.

 

Seria maravilhoso se os jogadores entendessem, um pouquinho mais, que eles são os verdadeiros artistas do espetáculo e que, juntos, podem ajudar a transformar este espetáculo também fora do campo, promovendo a noção de dignidade e cidadania.

 

Seria maravilhoso se a imprensa esportiva entendesse, um tiquinho a mais, o seu verdadeiro papel e contribuísse, sem segundas intenções, para a real evolução deste negócio-brinquedo chamado futebol.

 

Seria maravilhoso se os treinadores percebessem que, através de sua liderança, é possível estimular a busca do alto rendimento, com “fair play”, sem a necessidade de incentivar a violência.

 

Seria maravilhoso se os torcedores que amam, de fato, o futebol, fizessem valer os seus direitos e, com o apoio dos poderes competentes, colocassem os vândalos e bandidos nos seus devidos lugares, tornando os estádios um verdadeiro templo, familiar, saudável e palco para a pura prática do futebol-arte, marca registrada deste nosso futebol pentacampeão.

 

Seria maravilhoso e penso que seria possível. 

 

Mas por que será que não somos capazes de caminhar nesta direção?

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Evolução do conhecimento no futebol

O futebol é uma manifestação cultural, um fenômeno que reflete a própria vida. Sendo assim os conhecimentos que nos orientam a vida, também podem orientar a instituição do futebol. Este saber evolui constantemente.

 

Na década de 50, por exemplo, os conhecimentos empíricos ou formais de um treinador de futebol eram suficientes para conduzir, com sucesso, todo o processo em busca de um ótimo rendimento esportivo.

 

Com o passar do tempo, nas décadas de 60, 70, 80 e a conseqüente evolução dos conhecimentos, através das especializações, o saber de uma só pessoa, representada pela figura do treinador, já não conseguia dar conta das demandas que o futebol progressivamente começou a ter.

 

Conhecimentos especializados sobre medicina esportiva, preparação física, fisiologia, fisioterapia, nutrição, psicologia entre outras ciências passam a ter cada vez mais importância, obrigando a uma nova conformação das comissões técnicas que conduzem os trabalhos junto às equipes de futebol.

 

A Era da Informação, acelerada pela disseminação da Internet, na década de 90, estimula ainda mais este processo.

 

Hoje em dia tanto clubes quanto seleções necessitam de estruturas cada vez mais complexas, formada por profissionais das mais diferentes áreas, relativizando o trabalho que há décadas atrás era realizado basicamente pelo treinador.

 

Tal evolução coloca alguns desafios ao futebol profissional: primeiro é a questão financeira. Como conseguir recursos para contratar os serviços de um número sempre crescente de profissionais especializados? Em segundo é a própria questão da administração, coordenação e integração de todos estes profissionais, reunidos para otimizarem os resultados esportivos, num cenário cada vez mais competitivo.

 

Soluções criativas e inovadoras terão que ser encontradas, se quisermos continuar evoluindo nesta modalidade esportiva. Novas estruturas, novos conceitos, melhor formação de nossos profissionais são alguns dos ingredientes que precisaremos para nos reciclar e darmos conta dos desafios futuros do nosso futebol pentacampeão.

 

O treinador, por sua vez, deve ser o responsável pela tática de jogo, pela escalação da equipe e ser o líder natural que consiga integrar e potencializar o talento e a arte de cada um de seus atletas na prática. No mais tem que ser inteligente e perspicaz o suficiente para saber integrar-se com os demais profissionais responsáveis por outras áreas e conhecimentos.

 

Comandar um trabalho de alto nível no futebol definitivamente não é mais tarefa para apenas uma pessoa.

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O futebol no século 21

O futebol é um esporte que, enquanto prática, pode servir de espetáculo, de processo educativo, de recreação… Ou seja, pode ser visto através de diferentes perspectivas, como esporte de alta competição, como instrumento de educação ou como simples entretenimento. Mas pode também ser motivo para acaloradas discussões.

 

Nós brasileiros adoramos falar sobre futebol. Seja para destacá-lo, seja para criticá-lo, ou para defender nossos pontos de vista, este é um tema que está sempre presente em diferentes cenários e circunstâncias.

 

Dentre essas discussões é comum ouvir-se que o futebol de hoje é muito pior do que aquele praticado em épocas passadas, 20, 30 anos atrás, quando, segundo alguns, se praticava o verdadeiro futebol, técnico e bonito de se ver.

 

Acostumado a este chavão saudosista, fiquei surpreso quando há alguns dias, participando de um fórum sobre futebol, em Dubai nos Emirados Árabes, ouvi da boca de um veterano, ex-treinador da seleção inglesa, Bobby Robson, a afirmação de que o futebol praticado hoje em dia é muito melhor do que o praticado há décadas passadas.

 

E justificou: o futebol de hoje é muito mais veloz e dinâmico do que antigamente. Os jogadores são mais rápidos, mais técnicos, com um repertório de movimentos que não se via tempos atrás. E, além de tudo, os atletas são mais táticos e mais competitivos.

 

Para constatar esta afirmação, basta comparar os gols de hoje com os gols que víamos antigamente. Os gols de hoje são muito mais bonitos e criativos.

 

E concluiu o velho treinador, de 72 anos de idade: “Um bom jogo hoje é melhor do que um bom jogo 30 anos atrás”.

 

Eu que sou veterano, mas não saudosista, fiquei feliz em ouvir esta afirmação.

 

E você o que acha? O futebol de hoje é melhor do que o de antigamente? Eis aí um bom tema para quem gosta de discutir futebol.

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Talento de Kaká é ressaltado na Soccerex

Dubai (EAU) – A Soccerex 2005, Convenção Internacional de Negócios no Futebol, realizada entre os dias 13 e 15 de novembro em Dubai, Emirados Árabes, teve como uma de suas atrações debates em que estiveram presentes nomes conhecidos do futebol mundial. Em uma dessas apresentações o destaque ficou com o jogador brasileiro Kaká do Milan.

 

A mesa foi coordenada pelo jornalista esportivo inglês Jeff Powell, do periódico Daily Mail e contou com a participação, entre outros, de Bobby Robson, ex-treinador da seleção inglesa, Michel Hidalgo, ex-treinador da seleção francesa, Bryan Robson, ex-jogador e capitão da seleção inglesa e o ex-jogador brasileiro Leonardo.

 

Parte das perguntas aos convidados era feita pelo jornalista inglês e parte pelo público presente. A última delas, inevitável, foi sobre quem será o campeão mundial em 2006 e quem será o jogador mais destacado.

 

Kaká

 

Colocar o Brasil como favorito não foi tanta novidade, mas a surpresa ficou por conta da indicação quase que unânime do jogador Kaká como destaque na próxima Copa do Mundo.

 

Michel Hidalgo se mostrou tão apaixonado pelo atual futebol brasileiro que até deixou constrangido os pouquíssimos brasileiros presentes ao evento, tal a veemência com que defendeu o talento dos nossos jogadores. O experiente treinador francês, num evento patrocinado, organizado e dominado, em sua maioria, por ingleses, não foi nada diplomático. Disse que a grande dúvida será saber quem disputará a final com a seleção brasileira. Falou de sua admiração por Ronaldinho Gaúcho e Robinho, mas apostou em Kaká como o grande destaque técnico da Copa da Alemanha.

 

Dois outros dirigentes, um inglês e outro escocês, seguiram a opinião de Hidalgo.  Embora sem o entusiasmo demonstrado pelo treinador francês, também colocaram o Brasil com grande favorito e Kaká como destaque técnico.

 

Na vez de Leonardo ele começou brincando dizendo que a Inglaterra era sua favorita, tirando risadas da grande platéia presente no evento, mas corrigiu em seguida dizendo que concordava com todos, confirmando o especial momento que vive o Brasil em termos de talentos.

 

A opinião mais diferenciada ficou por conta de Sir Bobby Robson. Embora reconhecendo o favoritismo do Brasil e a fartura de craques que hoje compõem a seleção brasileira, apostou em Rooney, atacante do Manchester United e da seleção inglesa, como destaque técnico na próxima Copa da Alemanha.

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Soccerex reuniu quase 100 países

Dubai (EAU) – Os Emirados Árabes Unidos talvez estejam na cabeça dos brasileiros que acompanham o futebol como o país que recentemente levou uma sonora goleada por 8 a 0 da seleção brasileira. Entretanto, este país, riquíssimo e exótico, é também conhecido por promover eventos, feiras, congressos das mais diversas áreas profissionais, atraindo gente de todo o mundo.

 

Até o futebol, que engatinha no país em termos de profissionalismo, embora já tenha conquistado uma vez a vaga para a Copa do Mundo, tem seu lugar nos luxuosos espaços especialmente construídos para abrigar e promover seus eventos. Foi o caso da realização da 9ª Soccerex, na cidade de Dubai, entre os dias 13 e 15 de novembro.

 

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Sir Bobby Robson e Leonardo

marcaram presença na

Soccerex 2005

 

O evento conseguiu reunir quase 100 países, representados por homens de negócios no futebol que incluiu desde agentes Fifa e vendedores de grama sintética até sofisticados projetos tecnológicos e de comunicação. Sem dúvida uma demonstração da força do futebol neste mundo globalizado de hoje.

 

A lamentar, talvez, somente a constatação da pouca presença de representantes brasileiros no evento. Um dos poucos destaques foi a participação do ex-atleta Leonardo da seleção brasileira e representante do Milan, em uma mesa que contou também com a participação de representantes do futebol mundial como sir Bobby Robson, famoso treinador inglês e o não menos renomado Michel Hidalgo, técnico francês.

 

Mais informações dessa convenção mundial de negócios do futebol podem ser obtidas no site www.soccerex.com.

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As relações entre futebol e empresa

 

É muito comum as empresas convidarem profissionais que trabalham no futebol, especialmente os treinadores, para fazerem palestras aos seus executivos e funcionários, mostrando um pouco da relação entre as vitórias dos times de futebol e suas próprias metas.

 

Não é difícil correlacionar os caminhos que tem que percorrer um time de futebol para atingir seus objetivos e uma empresa para fazer o mesmo. A alta visibilidade que tem o futebol, exigindo resultados positivos, uma ou duas vezes por semana, apresentados sempre de forma pública, torna este exemplo ideal para as empresas que precisam igualmente ter estratégia, tática, planejamento e organização para ganhar o jogo no mercado cada vez mais competitivo.

 

Louvável, portanto, a atitude das empresas ao tentar buscar elementos para se tornarem mais produtivas. Pena que os clubes de futebol, através de seus dirigentes, não procurem fazer o mesmo. Fico imaginando o quanto as empresas sérias e organizadas não poderiam ajudar o futebol brasileiro. 

 

Imaginem, por exemplo, se os clubes de futebol fizessem uso de todos os recursos que a tecnologia hoje nos coloca à disposição. Analisar, avaliar, esquadrinhar o rendimento de cada jogador e da equipe como um todo traria aperfeiçoamentos que, sem dúvida, qualificaria ainda mais este nosso futebol pentacampeão.

 

Imaginem, também, os dirigentes de cada clube se debruçando sobre um planejamento estratégico não só de curto prazo, mas também de médio e longo prazo, como faz toda empresa competente. Feito isso, então se reuniriam com dirigentes de outros clubes para traçarem planos e projetos comuns para o bem do futebol e proporem políticas para a administração de um futebol verdadeiramente profissional.

 

E finalmente, imaginem cada clube, cada federação, juntamente com a Confederação Brasileira de Futebol, envolvidos com as questões que hoje sensibilizam e preocupam nossas melhores empresas, todos reunidos, buscando aprimorar suas posturas éticas e discutindo suas responsabilidades sociais, contribuindo para o fortalecimento das instituições e, desta forma, valorizando nossa sociedade.  

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