A cultura esmaga a proatividade

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Com mais de dois meses do retorno do futebol em todo o país, já temos uma fotografia bem clara do cenário envolvendo clubes, técnicos, jogadores e as ambições e projeções de todos. Para aqueles que defendem uma melhor qualidade do jogo o contexto não é nada animador. O fato é que temos a mesma conjuntura de anos anteriores: técnicos cobrados pela vitória custe o que custar e com isso a tendência natural a privilegiar a defesa, dificuldades gritantes para criar comportamentos ofensivos elaborados e coordenados e o que é pior neste ano: a ausência do elemento torcida no contexto tem tirado um pouco mais a velocidade dos jogos.

Fazendo um exercício de empatia e nos colocando no lugar dos técnicos é mais do que compreensível essa postura dentro de campo. Sabendo que a média de duração de um profissional no cargo é de apenas três meses, que com o calendário apertado as sessões de treino são escassas, que a cobrança é inteiramente a curto prazo e que não há paciência para colher os frutos de um processo pelo menos a médio prazo, são raros os que se arriscam a buscar algo diferente.

É claro que para desenvolver conceitos ofensivos é preciso ter muito conhecimento, principalmente uma metodologia de treinamento capaz de operacionalizar as ideias. Porém aqui a questão é mais de mentalidade do que capacidade técnica. Para fazer algo diferente, um técnico tem que ter a voracidade de se impor frente a um cenário caótico, a gana de triunfar com algo diferente frente a uma mesmice já desgastada e, sobretudo, confiança na própria capacidade. Reconheço que quando um treinador estrangeiro chega ele tem uma tolerância maior do ambiente para desenvolver tudo isso. Mas já passou da hora de termos um técnico brasileiro vencendo com ideias diferentes do que costumamos ver. Enfrentar a cultura não é pra qualquer um! 

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