A equipe no divã: a análise de jogo

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“O conhecimento acerca da proficiência com que os jogadores e as equipas realizam as diferentes tarefas tem-se revelado fundamental para aferir a congruência da sua prestação em relação aos modelos de jogo e de treino preconizados”

Júlio Garganta
 

Em um jogo de futebol, os acontecimentos são aleatórios e ocorrem em um ambiente altamente complexo.

Como esse esporte se tornou ao longo de sua história um fenômeno social altamente difundido e com um caráter altamente mercadológico, seu entendimento se tornou fundamental para o êxito na modalidade.

Nos últimos anos, o estudo do comportamento dos jogadores e das equipes dentro do jogo vem ganhando cada vez mais espaço.

Segundo Garganta (2001) o volume de estudos sobre o jogo a partir da observação do comportamento de equipes e jogadores aumentou consideravelmente nos últimos 30 anos e os mesmos vêm se aperfeiçoando ao longo do tempo. Os profissionais envolvidos com tal modalidade procuram analisar o jogo em busca de benefícios para incrementar seu entendimento sobre o jogo e, assim, desenvolverem a prestação esportiva de seus jogadores e equipes.

Para Hughes e Franks (1997) as informações advindas da análise dos comportamentos de jogadores e equipes são fundamentais no aprendizado e na performance esportiva por parte dos profissionais envolvidos com o futebol.

Os treinadores e investigadores estão buscando esclarecimentos acerca da performance dos jogadores e das equipes, com o intuito de identificarem padrões que elucidem o rendimento desportivo e de como os conteúdos dos modelos de jogo e treino induzem ou não a eficácia e a eficiência das equipes e dos jogadores de futebol.

Pois bem.

As definições dadas acima sobre a análise de jogo nos levam para outra esfera da observação e análise de jogo. Esses autores defendem a utilização de ferramentas de análise que nos tragam informações sobre comportamentos, padrões e modelos, e não apenas informações se “fulano” fez 40 passes com um aproveitamento de 70%.

Não é possível mais utilizar apenas tabelas com números destituídos de sentido e fragmentados do jogo para análise de uma equipe.

Para Garganta (2001) a tendência da análise desportiva é de configurar modelos de jogo a partir de análise de base de dados quantitativos e qualitativos que permitam definir táticas eficazes para a vitória.

Sendo o jogo um ambiente de elevada complexidade e aleatoriedade, faz-se necessário uma definição adequada de seus procedimentos e propósitos.

Com as informações “certas” é possível criar um ambiente de treino adequado a fim de adequar a complexidade das atividades aos níveis de conhecimento e desempenho dos atletas.

Vejam que a análise de jogo transcende os números e deve nos trazer informações sobre o jogo para que possamos potencializar nosso treino e trazer bases precisas sobre nossa equipe e os adversários.

Pensem sobre seus próprios modelos de observação e busquem entender o comportamento de suas equipes, coloquem-na no divã e façam as perguntas certas!

Até a próxima!

Para interagir com o autor: bruno@universidadedofutebol.com.br 

Bibliografia

GARGANTA, J. M. Modelação tática do jogo de Futebol: estudo da organização da fase ofensiva em equipes de alto rendimento. Tese (Doutorado)-Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, Universidade do Porto, Porto, 1997.

GARGANTA, J. M., A análise da performance nos jogos desportivos. Revisão acerca da análise de jogo. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, vol. 1, nº 1, 57-64, 2001.

HUGHES, M.; Notational analysis in T. Reilly. Science and Soccer. Londres: E and F. N. Spon. 1996

HUGHES, M.D. FRANKS, I.M. Notational Analysis of Sport. Science and Soccer London: E. & F.N. Spon. 1997

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