A força do resultado

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Desde novembro de 2004 era nítido qual seria o destino da parceria entre Corinthians e o misterioso fundo de investimentos MSI. A começar pela suspeita origem do parceiro, passando pela truculenta maneira como foi feito o “convencimento” dos conselheiros de que a associação ao MSI não haveria problemas, parecia muito claro que tudo não passaria de uma aventura.
 
E como poderíamos supor isso? Simples. Esse era o quadro pintado por todas as notícias veiculadas pelos principais jornais, revistas e televisões do país. Pelo menos em novembro de 2004, pouco antes de o Corinthians e o MSI assinarem seu acordo.
 
Toda a pressão da mídia contra a assinatura do acordo, porém, começou a diminuir cerca de dois meses depois, quando o Corinthians começou a montar um time repleto de estrelas. Tevez, Mascherano, Roger, Carlos Alberto, Gustavo Nery… De uma hora para outra, o que era para ser cercado de dúvida passou a ser coberto de elogios.
 
A imprensa, em sua maioria, se deixou levar pela lábia e pelos dólares de Kia Joorabchian, que fizeram com que o Corinthians montasse uma grande equipe e, consequentemente, deixasse sua torcida eufórica.
 
Enquanto o time corintiano esteve bem dentro de campo, a imprensa pareceu ter se esquecido de todas as dúvidas que cercavam o MSI antes da assinatura do acordo. Mas o paraíso da parceria começou a ruir já em 2006, meses após a conquista do Campeonato Brasileiro.
 
Para variar, a queda corintiana numa Libertadores levou por água abaixo o projeto esportivo alvinegro. Após a Copa da Alemanha, o Corinthians se viu abandonado. Com o time de mal a pior no Brasileiro, Tevez, Mascherano e Kia decidiram deixar o barco…
 
E, sem desempenho dentro de campo, o Corinthians voltou a viver uma turbulência constante fora dele. Foi nesse momento que a imprensa voltou a questionar a parceria com o MSI, voltou a buscar as origens escusas do dinheiro que bancou o time em 2005, voltou a achar que a parceria era suspeita demais para a história do clube.
 
Na última semana, a casa corintiana, literalmente, caiu. A Justiça decidiu dar voz de prisão a Kia, Dualib, Renato Duprat e companhia (nem tão) bela. Está cada vez mais claro que tudo aquilo que a imprensa falava antes da parceria era verdade. Só que fica cada vez mais evidente que, não fosse o péssimo momento corintiano dentro de campo, nada disso seria motivo de discussão na imprensa.

Enquanto a imprensa continuar a se levar pela força do resultado, mais Kias, Abramovichs e Berezovskis aparecerão no futebol. E mais ainda o futebol continuará a ser porto seguro para atividades suspeitas nas esferas gerenciais.

Comente esse artigo: erich@universidadedofutebol.com.br

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