A função do observador técnico nas categorias de base

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A captação de atletas é um processo contínuo nas categorias de base. Identificar o talento nas diferentes faixas etárias, detectar seu potencial de desenvolvimento de acordo com o perfil do clube e decidir sobre sua aprovação são procedimentos complexos que podem definir o sucesso do projeto de formação do clube no médio prazo.

Com a profissionalização constante da modalidade nos últimos anos, o referido processo (tradicionalmente conduzido pelos olheiros) tem adquirido um caráter mais objetivo e criterioso. Neste cenário, os olheiros devem se adequar as novas exigências do clube para permanecer como profissional responsável pela captação, ou então, se o clube ainda não se adequou a atual realidade do mercado e ainda pratica procedimentos ultrapassados, deve ter ciência que estará potencializando o erro e, consequentemente, o fracasso.

A atual realidade do mercado abre espaço para a função do observador técnico. Devidamente contratado pelo clube, este profissional deve ser parte efetiva de toda a cadeia produtiva para direcionar suas ações nas principais demandas existentes: formação das categorias iniciais e peças de reposição para carências.
Ter esta função atuante em um clube significa otimizar custo e tempo, dois elementos indispensáveis em qualquer empresa que vislumbre lucro e sustentabilidade.

Para a composição das primeiras categorias de formação, é função do observador técnico descobrir onde estão os talentos da região. Para isso, acompanhar campeonatos regionais, fazer visitas em escolinhas, promover competições internas e seletivas patrocinadas pelo clube são alternativas eficientes para a captação de jogadores. Clubes com maior estrutura podem realizar estes procedimentos em outros locais com um caráter de monitoramento para futura aprovação e inserção no projeto de formação.

Nas categorias de especialização, a partir do sub-14, em que já é possível alojar o jovem atleta, o observador técnico deve atuar como um filtro quantitativo e qualitativo. Quanto mais velho for o atleta, maiores devem ser as exigências prévias para a chegada ao clube. Pesquisa e confirmação de competições anteriores, análise de DVD’s e buscas por referências no antigo clube e com profissionais que trabalharam com o jogador são procedimentos que podem ser realizados para tornar o processo de captação mais assertivo.

Com a eficiência da atuação do observador técnico o clube pode adquirir uma imagem positiva sobre sua captação e, ano após ano, se tornar atrativo para o ingresso de novos talentos. Seja pelo menino, que mesmo com pouca idade sabe quais são os melhores clubes formadores, ou então pelos pais, que sempre buscam os melhores lugares para seus filhos. Além disso, há indícios de que quanto melhor e mais antecipada a captação do clube, menos suscetível será a atuação do empresário e a divisão de direitos econômicos dos jovens atletas.

É importante mencionar que a atuação do observador técnico não exclui a responsabilidade dos demais funcionários do clube, especialmente da área técnica, de contribuírem com a captação. O que deve ficar claro é que este suporte, abastecendo o observador com atletas em potencial para o preenchimento do banco de dados e posteriores avaliações, deve ser direcionado ao clube. Infelizmente, ainda é corriqueiro verificarmos atletas que chegam ao clube vinculados ao treinador e não a instituição.

Alguns clubes brasileiros já possuem observadores técnicos espalhados pelo país e iniciam os trabalhos no sub-14 após uma longa e qualificada filtragem. Para atletas mais velhos, já existem clubes que integram jogadores num elenco já formado somente após rigoroso acompanhamento e avaliação feitos pelo departamento de observação técnica. Estes procedimentos facilitam a atuação da comissão técnica que não perde parte do precioso tempo de treinamento dedicando a atletas fora do perfil procurado.

Não existem receitas, fórmulas ou padrão de atuação do observador técnico. Para cada clube e realidade as nuances da atuação deste profissional devem atender as necessidades relativas à composição das diferentes categorias. É fato, porém, que negligenciar esta função no competitivo mercado atual maximiza-se o risco do clube lapidar pedras quando poderia lapidar diamantes.

Abraços e até a próxima semana.

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