A posse como um dos “problemas”

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Como tentei relatar na coluna anterior, a posse de bola é um problema do jogo pois está  inerente a sua prática. Em alguns momentos tua equipe vai tê-la e se torna fundamental saber o que fazer com ela (individualmente/coletivamente). Como também, em alguns momentos tua equipe vai ter que defender, e é preciso saber o que fazer (individualmente/coletivamente). E, isso equivale para cada situação ao longo do jogo. Talvez, seja neste ponto que está a diferença entre futebol de alto nível para os demais. Saber o que fazer, de forma individual e coletiva, o que é um dos objetivos mais difíceis de se alcançar. Ainda mais quando se tem a bola, algo que todos querem. Saber ter a posse e conseguir criar espaços na estrutura defensiva do adversário, exige muita sincronização e inteligência coletiva. Requer tempo para se aprimorar.

Como todos nós sabemos, existem diversas formas de jogar o jogo, isso tanto para atacar como para defender. Contudo, para cada forma há uma estruturação diferente de ideias. Ou seja, as ideias para o ataque rápido não são as mesmas para a posse e circulação de bola. Como também as ideias da marcação zonal não são as mesmas para a marcação individual. Aliás, mais importante que o modelo de jogo a ser seguido, são as ideias que o constitui. Sendo elas emergentes de um processo previamente elaborado (deliberado) ou nascidas por geração espontânea através da interação dos próprios agentes envolvidos (atletas). Independentemente, os comportamentos individuais e coletivos somente alcançarão a perfeição com a prática (algo que sempre escutei). E o tempo é a única ferramenta de aperfeiçoamento do comportamento. Pouco ou muito tempo? Depende da sapiência de quem gerencia este processo e/ou da qualidade da interação dos atletas. Hábito da posse, hábito que advém da prática. Talvez, seja por isso que Aristóteles alerta que a excelência é um hábito.

Uma das grandes dificuldades da posse e circulação de bola está no gerenciamento do espaço, previamente já ocupado pela marcação do adversário. Ou seja, fazê-lo sair da posição para que a equipe em posse da bola possa progredir. O que requer uma inteligência coletiva a fim de manter/progredir a bola e ao mesmo tempo consiga manipular o adversário sem a bola para criar espaço na sua estrutura defensiva. O que difere do ataque rápido e da transição ofensiva (contra-ataque), que se abdica de preservar o controle da bola, arriscando sua posse em troca de chegar a meta o quanto antes.

Ideias mais complexas levam mais tempo, como também a recíproca se torna verdadeira. E, por tudo que envolve o mercado futebol, e muito também por algo que nos “acostumamos” a sofrer, não há tempo. A escassez de tempo não te dá o mínimo direito da dúvida, de desafiar a capacidade de conseguir algo mais elaborado (complexo) no futebol brasileiro. Almejar, talvez chegar ao ponto que difere as equipes alto nível das demais: saber o que fazer nos diversos e diferentes momentos do jogo de futebol. Nossas ações são frutos também da influência do meio. Nossas escolhas são influenciadas pelo meio em que estamos. Influenciadas, não determinadas.

Como vídeo exemplo, trago uma das virtudes necessárias para a construção da posse no campo do adversário, ter confiança em não se submeter a pressão/pressing do adversário.

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