A tradição ditou a regra nas ligas secundárias europeias

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Se nas 4 principais ligas nacionais europeias não tivemos surpresas entre os seus campeões, na maior parte das ligas secundárias os resultados também não trouxeram grandes novidades frente ao que era esperado antes de seu início.

Na França, a Ligue 1 tem chegado cada vez mais próximo dos principais campeonatos do continente, muito por conta do dinheiro injetado em alguns clubes. A expectativa era que o PSG dominasse a disputa e conquistasse mais um título, porém viu o Mônaco surpreender com uma equipe repleta de jovens promessas. Há anos atrás, o clube do Principado foi comprado por um bilionário russo que movimentou o mercado com grandes contratações, plano desfeito no ano seguinte, quando iniciou uma nova política de apostar em jovens talentos. Além do título francês, também alcançou a fase semifinal da UEFA Champions League. Apesar da conquista, o clube amargou uma das piores médias de público do campeonato, muito por conta da sua localização.

Em Portugal, deu a lógica. Benfica campeão, Porto vice, Sporting em terceiro. O predomínio de Benfica e Porto é uma das maiores do futebol mundial. Dificilmente, o troféu tem ido para outras mãos. Apesar de não ter o poder financeiro da elite europeia, os clubes portugueses construíram uma imagem que gera muitos frutos. Hoje Portugal é uma grande ponte entre o futebol sul-americano e os gigantes clubes europeus. Muitos jogadores de países como Brasil, Argentina e Colômbia rumam ao país com o sonho de ganhar visibilidade e, assim, obterem contratos multimilionários na Espanha, Inglaterra ou Alemanha. O sucesso nos cofres desses clubes com esse modelo de compra e venda tem sido a balança para o futebol português prosperar.

Na Holanda, o campeão foi um clube bastante tradicional que estava na fila há 18 anos. O Feyenoord conquistou o seu 15º título da Eredivisie. Após duas décadas de glória entre os anos 60 e 70, onde inclusive conquistou uma Taça de Campeões da Europa, o clube passou por altos e baixos e ficou para trás em comparação aos seus dois grandes rivais Ajax e PSV, mais ricos e populares.

Na Turquia, o domínio também costuma ficar entre 3 clubes. Galatasaray, Fenerbahce e Besiktas praticamente ganharam todos os campeonatos até então disputados no país. Em 61 temporadas, venceram 54. Nesse último domingo, o Besiktas conquistou o bicampeonato em um país onde o futebol é uma enorme paixão. A rivalidade entre os três grandes extrapola o campo de jogo e o povo turco vive a semana dos grandes clássicos como em poucos países no mundo.

Um outro país que merece atenção pela paixão despertada pelo futebol é a Grécia. Lá também temos uma rivalidade clara entre 3 clubes, Olympiakos, Panathinaikos e AEK Athens, porém é o país onde há um predomínio tão grande de um deles. Nos últimos 20 anos, o Olympiakos sagrou-se campeão em 18 oportunidades. Historicamente, possui mais do que o dobro de títulos do que o segundo colocado Panathinaikos.

Independente do país, o que vimos nessa temporada das ligas europeias foi uma consolidação da tradição e da riqueza, duas características que andam lado a lado no futebol. Quanto maior a história do clube, maior a perspectiva de ter a maioria de fãs em seu território.

Sob o ponto de vista do negócio, é mais fácil associar uma marca a um clube vencedor e que estará em contato com uma massa mais ampla de consumidores, do que apostar em um clube menor que demandará tempo e dinheiro para trazer resultados relevantes.

O ponto de equilíbrio para que essas hegemonias locais não tornem o futebol desinteressante por falta de concorrência está em fatores como a distribuição justa de direitos de televisão. Modelos como existentes na Alemanha e na Inglaterra podem não eliminar o favoritismo dos maiores e mais tradicionais, mas tornam a competição mais acirrada e dão a oportunidade de surpresas aparecerem no meio do caminho.

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