A vocação da vitória

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Há alguns dias o Jornalista Mauro Cézar Pereira, ao se referir ao atual líder da série A do Campeonato Brasileiro de futebol, o Corinthians, mencionou pelo twitter a expressão “intangível vocação da vitória”. Em pouquíssimas palavras, muito do tema que recorrentemente é abordado nesta coluna: cultura e filosofia de trabalho.

Formidável! Cultura e filosofia de trabalho são completamente intangíveis. Não se pega, não se toca. Adquire-se ao longo do tempo, com base em princípios, valores e respeito à instituição. Em colocar a organização esportiva acima de quaisquer interesses pessoais ou de pequenos grupos. O coletivo acima do individual. Forma-se através da história e tem como ponto de partida o estabelecimento de um ideal de existência que serve de norte para o clube.

Tão importante quanto o palmarés é o respeito a este ideal, que orienta todas as ações da instituição. A coluna sempre se lembra dos exemplos do Athletic de Bilbao (que só contrata atletas bascos) e do Chivas Guadalajara (que contrata apenas futebolistas mexicanos). Do protagonismo incansável do Real Madrid (que reflete sua história), assim como o respeito às origens em clubes mais populares como o Boca Juniors (Argentina) e Benfica (Portugal). Se são ou não grandes campeões, é tema para outro texto. A cultura e a filosofia são respeitadas e não há preço que pague por isso.

túnel
O túnel de acesso dos jogadores no estádio do Corinthians. Foto: Divulgação

 

A “intangível vocação da vitória” não vem por acaso. Acontece através da construção de um grupo, do culto à história, simbologia única, respeito a uma hierarquia, por quem forma este grupo e – talvez o mais importante -, de respeito à comunicação interna. Além de “preservar o vestiário”, quando há alguma demanda para se resolver – futebolistas, membros da comissão técnica, gestores e diretoria -, sabem para quem diretamente se dirigir. Um bom ambiente de trabalho, com boas pessoas e em respeito à organização, é terra fértil para os bons resultados e consolidação de uma cultura de sucesso. A – intangível – vocação da vitória.

Com tudo isso, haja vista a situação política dos clubes de futebol do Brasil, colocar interesses coletivos em primeiro lugar, em detrimento dos individuais e dos pequenos grupos, parece realidade bem distante. Bem como o estabelecimento de uma filosofia de trabalho. Entretanto, nunca houve momento tão oportuno para a mudança quanto o atual. Além dos bons exemplos dentro de campo (e fora dele), os torcedores nunca foram tão ouvidos quanto hoje, quer seja pelas redes sociais (principalmente) e outros meios. São vossas vozes o grande motor para a definitiva quebra de paradigma do futebol nacional.

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