And the future goes to…

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Chega o fim de ano e tudo a mesma coisa: todos falando sobre o que devem fazer nos próximos 365 dias, o que irá mudar no novo ciclo que se inicia, como poderá ser uma pessoa melhor no futuro, como pode contribuir mais para a sua empresa e nação e por aí vai…

Na realidade, percebo que pouca coisa ou absolutamente nada muda nas pessoas. Não é o sol se pôr no ocidente mais uma vez que faz com que as coisas sejam diferentes. Ao ler a 25ª edição do livro do Prof. Ms. João Paulo Medina (“A Educação Física cuida do corpo… e ‘mente'”), escrito na década de 1980, é possível constatar a queixa do professor sobre a validade de seus argumentos mesmo quase 30 anos depois da primeira edição.

O prefácio do próprio Medina faz a análise de ambos os lados: por um, o orgulho pessoal de ver sua obra reeditada por mais de 20 vezes. Por outro, o fato de pouca coisa ter evoluído naqueles conceitos apresentados na época. E percebemos a cada dia o quanto os profissionais da área insistem em fechar os olhos para o contexto das ciências humanas aplicadas à área do treinamento desportivo.

Mas a busca a essa referência é apenas um exemplo de tantos que poderíamos citar pela relação direta com a necessidade de evolução na área da educação e, mais especificamente, da educação física. Estamos falando de um país que quer crescer, mas possui uma filosofia de desenvolvimento antiquada e que, por conseguinte, é repetida pelo pensamento da sociedade como um todo.

Se olharmos para o ambiente do futebol, verificamos que as ações para promoção e qualificação de profissionais para o mercado e para a área científica ainda fazem parte de projetos isolados, sem que haja uma evolução significativa no âmbito dos clubes e das federações. Prevalece ainda o coronelismo e a cultura de passado, o que desdenha a evolução da indústria como um todo.

Neste âmago, quando nos queixamos do amadorismo dos dirigentes, das atitudes nefastas de alguns líderes do esporte ou do monopólio exercido por algumas empresas, é bom entendermos que se estes lá chegaram é porque ninguém melhor capacitado ou mais competente conseguiu barrá-lo. É porque alguns ou muitos assistiram passivamente o seu crescimento.

Esse emaranhado de palavras que, aparentemente, estão jogadas sem nenhum contexto, serve para dizer que as pessoas não mudam drasticamente de um ano para o outro. As organizações, que são formadas por pessoas, também não. A cultura muito menos…

“Ah sim, grande novidade, caro autor. Só falta dizer que Papai Noel não existe…”

O fato é que, na tão propalada era do conhecimento, precisamos investir em CONHECIMENTO. Para mim é esse o único fator de mudança capaz de uma transformação real das pessoas e dos setores da economia a qual estamos vinculados – neste caso, a indústria do esporte.

Há uma enorme ferida, com medida ainda não mensurada, aberta anos atrás no seio do esporte brasileiro. Agora, essa ferida está sendo apenas estancada e seguirá assim até 2016, depois de findada as Paraolimpíadas de 2016.

Se o legado desse período não for na área da educação, da informação e do conhecimento, formaremos o maior e mais bonito castelo de areia já visto no mundo, que será derrubado na primeira ressaca do mar.

Assim, termino o ano com a esperança de que aqueles que detêm maiores e melhores informações coloquem em suas metas para 2011 a perspectiva de gerar em qualidade e quantidade o conhecimento para o maior número de pessoas possível, contribuindo para a união de valores e desenvolvimento do esporte como um todo. E que isso sirva para a construção, em um futuro não muito distante, de uma indústria pujante ligada ao entretenimento.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br

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