Brasileirão

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Mais um Campeonato Brasileiro que está por começar, com os mesmos cenários e as doses de emoção prometidas para as rodadas finais da competição. O modelo de pontos corridos se solidifica, para o bem do calendário e da “justiça” competitiva, ao indicar de fato a melhor equipe da competição.

Nestes oito anos foi possível perceber melhor que os resultados esportivos do Campeonato Brasileiro refletem as equipes com melhor estrutura e modelo de gestão, embora quase que a totalidade dos clubes vivam aquilo que podemos chamar de “ondas de organização”, ou seja, momentos em que os dirigentes resolvem colocar os pés no chão e promover um equilíbrio entre as contas a pagar, as contas a receber e a administração global da entidade e em outros, quando voltam à década de 1980, com um modelo incompatível para a atual época.

Nem mesmo clubes que pareciam trilhar um caminho interessante e compatível com seus valores, cultura e público consumidor no início da última década foram capazes de manter a evolução e se posicionar em um patamar de soberania no futebol nacional. Assim, os últimos oito anos refletiram momentos e não efetivamente projetos.

No que concerne à competição como um todo (e, por tabela, aos clubes participantes), chamo a atenção para dois pontos interessantes: a evolução significativa do trabalho realizado pelos departamentos de marketing e a falta de investimentos sobre a estrutura de estádios Brasil afora. Sobre o marketing, apesar de estarem longe daquilo que se percebe em mercados como Europa e EUA, temos de reconhecer que houve um progresso significativo, com inúmeras ações voltadas à exploração da marca dos clubes brasileiros.

Sim, repito, estamos longe do ideal – e essa distância se deve mais pelo amadorismo de quem comanda o clube como um todo do que propriamente dos profissionais que lideram os departamentos específicos da área.

O surgimento de revistas especializadas, a atenção de jornais e revistas setoriais sobre negócios a explorar casos ligados ao futebol, prêmios internacionais em razão de campanhas realizadas por clubes brasileiros, congressos científicos com um nível de debate elevado sobre marketing ligado ao esporte e outros podem ser traduzidos como alguns dos indicadores relevantes para essa evolução.

Por outro lado, lamento a estrutura (ou falta de) oferecida para o torcedor (consumidor), que pouco ou nada mudou ao longo desses últimos anos. Como temos uma competição longa, com vários jogos que, geralmente, guardam as principais emoções para as rodadas finais, é fundamental pensar no conceito de entretenimento.

Sem essa ideia na cabeça, somado à ausência de conforto oferecido para todos os torcedores – que é diferente da segmentação por espaços, como a criação de áreas VIP, conceito que se alastrou como a “galinha dos ovos de ouro” para as receitas em estádios no Brasil – não é possível alcançar um nível ótimo de rentabilidade ao longo de toda a temporada. Os nossos velhos estádios continuam velhos, com os mesmos problemas, os mesmos pontos cegos, a dificuldade de acesso e uma negligência incrível sobre o bem-estar do público como um todo.

Os estádios da Copa devem trazer um novo conceito de arenas esportivas para o Brasil, a exemplo do que já ocorre em outros países. Essa estruturação é fundamental para o aumento das receitas, a otimização da exploração comercial em dias de jogos e o estreitamento da relação com os torcedores.

Que o Campeonato Brasileiro seja melhor que o do ano passado e pior que o do próximo ano. E que essa evolução venha em progressão geométrica, multiplicando a cada temporada as inovações em torno da principal competição do nosso calendário.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br

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