Caros clubes, não haverá mais rebaixamento

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Exatamente. “Os seus problemas acabaram”! Não haverá mais, no maior escalão do futebol mexicano, o sistema do rebaixamento. Em outras palavras, ninguém cai. Aquele clube que ficar pelas últimas colocações, recebe uma multa. Atualmente com 18 equipes, é plano ter 20 times dentro do formato de competição em vigor. É possível conseguir o acesso à primeira divisão, desde que a instituição não tenha dívidas (interessante), ter estádio de padrões internacionais de conforto e segurança (bastante interessante também) e não pertencer a grupo empresarial que já controle uma equipe da série A. Ou seja, no futebol do México os clubes são bastante voltados para o mercado. Isso funcionaria no Brasil?
Em curto prazo, não! A longo, então? Também não. Em uma primeira análise é possível enxergar este cenário a muito longo prazo. Em primeiro lugar, os clubes precisam formar uma liga. Os seus associados precisam possuir uma cultura empresarial, que vise o lucro e a otimização dos custos em busca de rendimento esportivo e financeiro. É preciso um bom tempo para que isso aconteça. Ademais, a cultura do acesso e rebaixamento é muito presente no futebol do Brasil e do esporte brasileiro como um todo. Há polêmica, há drama, há terror, há estatísticas, probabilidades, Z4, Z20, G4, G55, piadas, memes, glória…sobram assuntos para serem abordados, discutidos e, com isso, audiência garantida. Quem não se lembra da “Batalha dos Aflitos”? Ou da máxima: “Time grande não cai”. Tudo isso construído dentro deste cenário.

Lance de América x Pumas UNAM em jogo da “Liga MX” (Photo by Hector Vivas/Getty Images).

 
Pois bem, o México mudou tudo isso. Nas discussões sobre gestão e marketing do esporte, os mexicanos ocupam uma posição de laboratório dentro de uma cultura clubística do futebol (típica da América Latina) com uma lógica do esporte voltada ao mercado (bem típica dos seus vizinhos do norte, os Estados Unidos). O povo de lá acompanha as ligas profissionais estadunidenses das mais diversas modalidades (o futebol americano coloca mais de 100 mil pessoas no estádio Azteca). Palavras como “franquia” (para se referir a um clube) não é estranha. Assim como nos EUA (e muito influenciados pelos americanos), as equipes possuem donos e, em outros casos, acionistas. Neste sentido, não há filantropia. Se alguém (pessoa física ou jurídica) investe em um time, o objetivo é o lucro.
Há sim um meio termo. É bastante interessante o sistema de rebaixamento e acesso justamente pela expectativa que é gerada. E isso alimenta o futebol. Não que o outro modelo não tenha isso, mas não tanto quanto. É possível o futebol do Brasil possuir uma lógica financeira mais sólida, voltada para o mercado, dando lugar ao profissionalismo, desempenho e meritocracia. Que a instituição não tenha dívidas para poder jogar um campeonato (dificílimo isso acontecer por aqui) e que apresente uma infraestrutura à altura de proporcionar um bom espetáculo de futebol que será vendido aos torcedores e também à televisão. A prazo, o mundo também poderá te conhecer.
Portanto, vai ser preciso muito, muito tempo para que – caso queiram – o que aconteceu no México aconteça no Brasil. No entanto, há muito nisso que a organização do futebol mexicano pode ensinar aos brasileiros.

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