Desenvolvimento de longo prazo: Quem ensina? Quem aprende? Do que se trata?

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Todos nós experimentamos os efeitos da educação. Diariamente, assimilamos conhecimentos, corrigimos defeitos, adquirimos novos hábitos… e somos influenciados por outras pessoas em nosso modo de ser e agir. Em maior ou menor grau, exercemos um estímulo educador sobre os outros e vice-versa.
Olhando para a sociedade, percebe-se que ela forma o indivíduo segundo suas normas, regras, crenças e costumes, através de um processo permanente de impregnação e também de convivência com as gerações anteriores. Mas a educação também implica uma conscientização daquele que aprende, ou seja, para desenvolver suas potencialidades o indivíduo precisa estar disposto a isso. Este é um processo exclusivamente humano. Somente o homem é capaz de educar-se. A planta se cultiva e o animal se adestra.
Trazendo esta realidade para o futebol, na prática, o clube (sociedade) precisa se preocupar em transmitir os conhecimentos da forma mais adequada e eficiente possível, adaptando os métodos práticos às necessidades apresentadas. Para isso, precisa construir um conjunto de procedimentos e normas cujo objetivo primordial é orientar como o indivíduo será ensinado.
E como as pessoas aprendem a fazer bem somente aquilo que praticam; seguir os princípios que dão a identidade ao clube (diariamente e pelo maior tempo possível) é o primeiro passo para se atingir os objetivos propostos. Além disso, o modo de ensinar (forma de comunicação, recursos utilizados, gestos técnicos) direciona o aprendizado para algo mais adequado.
Seguindo esta estrutura (o que ensinar, como ensinar e por quanto tempo ensinar), esperamos então que a resposta individual e coletiva seja precisa, imediata e sincronizada. Mas a última coisa que queremos é limitar os jogadores à simples reprodução mecânica; por isso, aprender a encontrar a resposta mais adequada de acordo com os próprios princípios torna-se fundamental para o desenvolvimento cognitivo do jogador.
Pensando neste aspecto e ainda levando em conta que existem muitos fatores que incidem no ritmo e progresso de desenvolvimento de cada um, quais qualidades humanas e profissionais, aquele que transmite o conhecimento e conduz o ensino deve possuir? Organização, respeito às individualidades, coerência, responsabilidade, equilíbrio mental e emocional, conhecimento pleno do objeto de trabalho, são apenas alguns exemplos e certamente são bons requisitos para qualquer função. Entretanto, algumas questões relacionadas às ações do treinador antes, durante e depois dos treinos, podem e devem fazer parte do processo de ensino-aprendizado.
De forma sucinta, a elaboração do trabalho deve ser metodicamente organizada e realizada respeitando as etapas de aprendizado. Por isso, ao planificar e organizar uma sessão de treino, devemos considerar o planejamento anual e o que realizar de acordo com o objetivo principal do dia, respeitando sempre uma progressão lógica entre os exercícios.
Durante o treino, momento que necessita a participação integral de todos, cabe ao treinador reforçar jogadas e decisões corretas, se posicionar de forma que possibilite uma visão ampla do que se passa no campo, corrigir falhas com demonstrações corretas e dar feedbacks específicos e precisos. Nada que impeça a fluidez do treino, mas que o conduza para aquilo que se pretende.
Assim como o feedback é importante para o jogador, é também para o treinador, para coordenar e para o clube. Por mais que os objetivos do dia ou da semana tenham sido alcançados, há sempre algo a melhorar. Como podemos então, fazer melhor o que estamos fazendo? Qual é ou foi o nosso maior problema (no jogo ou em algum treino)?
Reproduzir diariamente os comportamentos que desejamos e buscar algo melhor mesmo quando já somos bons, torna menos difícil alcançar a excelência e menos custoso sair da zona de conforto. Então, respondendo a última pergunta do título, não importa o quanto seus jogadores sejam excelentes; os treinadores, supervisores, coordenadores… os líderes devem sempre buscar avançar no aprimoramento da qualidade e na uniformidade da condução do processo de desenvolvimento de longo prazo. Nada muito positivo acontecerá caso as possíveis ações não saiam do discurso. Portanto, todos precisam saber que seus líderes se dedicam diariamente, com fervor e responsabilidade pelo tempo que for, em relação aos princípios do clube.

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