Erro de cálculo

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Do Engenhão à Arena do Grêmio. Do Mané Garrincha à Arena da Baixada. Temos visto um grande festival de erros de cálculo no país da Copa do Mundo 2014. Erro de cálculo estrutural no Engenhão.

Erro na projeção orçamentária da construção e reforma dos estádios, que envolvem o valor final das obras, o montante de empréstimo tomado junto às instituições financeiras, por construtoras e pelos clubes.

Erro na negociação do contrato de cessão e gestão das arenas, com grave herança para as administrações futuras dos clubes (em particular, aqui, a crise entre Grêmio e OAS).

Temos um grande déficit de aprendizagem de nossos alunos, comparativamente a outros países, particularmente em matemática.

Isso, naturalmente, se reflete na sucessão de erros e falta de consenso entre os engenheiros de obras públicas no país, agravados pela ingerência política nos processos de licitação e execução do cronograma de trabalho.

Um estudo recente da ONG Todos pela Educação apontou que 90% dos alunos brasileiros tem desempenho sofrível e insuficiente em matemática. Seremos, assim, um país de poucos engenheiros, quando não de maus engenheiros.

Cenário como esse demonstra a grande necessidade de qualificar e capacitar a mão-de-obra brasileira, a se começar pelo incremento e melhoria no sistema educacional básico.

Melhores instalações e infraestrutura; mais bibliotecas; programas de incentivo e treinamento aos professores e profissionais envolvidos na cadeia esportiva; intercâmbios internacionais entre instituições de ensino; inclusão digital para fazer chegar o conhecimento a mais pessoas.

Temos, no Brasil, um grande potencial latente para promover o desenvolvimento e inclusão social pelo esporte. Porém, por outro lado, o mesmo país tem 70% das escolas sem quadras poliesportivas.

Nesta semana, ao participar de um fantástico processo de capacitação, oferecido pelo Instituto Bola pra Frente, do ex-jogador Jorginho, em conjunto com a Agência Alemã para a Cooperação e Desenvolvimento e a ONG Futebol de Rua, percebemos, claramente, como a energia do futebol envolve os profissionais que lá estavam.

A metodologia adotada envolvia muito do rigor e organização, tipicamente alemães, combinados com o entusiasmo brasileiro.

Em torno disso, muitas ferramentas de avaliação e métricas orientadas pelos coordenadores, justamente para saber se as coisas estão sendo realizadas adequadamente, bem como fazer com que o trabalho possa ter base de comparação e evolução.

Com essa forma pensar e agir, planejar e executar, fica bem mais difícil, para qualquer pessoa, se esconder atrás de erros de cálculo.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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