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Tenho frequentado algumas mesas de debates e discutido bastante com colegas da área (ou não), há algum tempo, a busca de soluções para o financiamento do esporte de uma maneira geral. Mais das vezes, a “grande solução” recai, quase que invariavelmente, no “dever” de um “sujeito oculto” chamado Estado cobrir e fechar a conta.

Como muita gente aparece com visões megalomaníacas sobre o esporte, pautado, sobretudo, em um discurso midiático, quando se coloca a proposta no papel percebe-se que a conta não fecha no final para que o tal projeto seja efetivamente pago pelas demandas criadas e geradas no mercado a partir de um processo lógico de desenvolvimento, como em qualquer indústria. Sim, bons projetos levam anos e não meses para perceber resultados.

Estou fazendo esta abordagem de maneira genérica para chegar em uma questão objetiva: de onde surgiu o conceito de que o Estado deve ser o provedor de tudo o que ocorre no esporte nacional? Seja para o bem, seja para o mal, o Estado ou é vítima ou é tido como o “salvador da lavoura” no meio esportivo.

Tal reflexão tem respaldo em muitos dos acontecimentos recentes, que vão desde o financiamento de estádios para a Copa até as soluções para salvar o endividamento contraído pelo futebol (e tantos outros que surgem nos meios de comunicação).

Não que o Estado não tenha um papel importante no fomento do esporte em âmbito global: como exemplo, tem-se o fato de que mais de 60% dos estádios de clubes de futebol na Europa são públicos; também que as franquias de Ligas Profissionais dos EUA usam o argumento de “investimento em instalações esportivas” como poder de barganha para permanecer ou sair de uma cidade.

O Estado é sim um ator historicamente relevante para investimentos em esporte, que só se torna efetivo quando congrega os interesses da sociedade e consegue explicar de forma adequada (e decente) os porquês de fomentá-lo. Sem uma política pública adequada, não passa de um gasto desnecessário.

O cerne desta questão passa, na realidade, por uma crítica a muitos projetos esportivos, que criam e pensam em ações belíssimas e que cabem muito bem ser escritas em algumas folhas de papel, mas que por serem inexequíveis sob o ponto de vista prático e relacionado às demandas do mercado, acabam por transferir a responsabilidade para o tal “sujeito oculto”, que, segundo se pensa, “é quem deve pagar a conta”. Terceirizar problemas é o que mais vemos por estas bandas…

Penso que, se quisermos evoluir e consolidar a indústria do esporte definitivamente como negócio, é fundamental pensar com a cabeça de quem financia. Do contrário, continuaremos a ver projetos com início, mas sem meio nem fim… 

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