Fora de sintonia

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Foram menos de três meses. Desde o dia 12 de dezembro de 2008, quando Ronaldo foi oficialmente apresentado como reforço do Corinthians, o clube paulista conseguiu manter um delicado equilíbrio em seu tradicional “centro gerador de crises”. Clube mais assediado pela mídia na capital paulista, o Corinthians tem de conviver com mais um barril de pólvora em meio a um incêndio com a presença de Ronaldo em seu time.

Tradicionalmente o Corinthians é um clube que não consegue viver sem crise. A excessiva preocupação da mídia com o time é sempre um prato cheio para encontrar problemas. O Timão está sempre equilibrado num castelo de cartas, que ao menor abalo pode ruir por inteiro. É isso que faz do clube um dos mais sensacionais casos de fenômeno de massa do país.

E com Ronaldo?

Bom, daí a mistura fica ainda mais explosiva. Principalmente desde o ano passado, quando Ronaldo decidiu que não ligaria mais para possíveis escândalos por suas farras e noitadas quase sempre bem acobertadas ao longo da carreira. Ou por bons assessores de imagem ou pelo simples fato de o atacante arrebentar quando entra em campo.

Mas agora as coisas são ainda piores. Ronaldo não tem mais a seu lado pessoas preparadas para acobertar pequenas “fugas” das condutas de boa moral que poderia ter. Da mesma forma, o jogador não está mais jogando há um ano, devido a nova contusão no joelho. Ou seja, não existe mais um para-raio para que o Fenômeno consiga desviar o foco de suas noitadas.

Na semana passada, em Presidente Prudente, em meio ao feriado de Carnaval, mais uma vez o jogador teve conduta não-profissional. Atrasou-se para um treino que começava quase que ao meio-dia, sendo que na noite anterior havia sido visto numa boate da pacata cidade do interior paulista, quase em Mato Grosso do Sul…

E o castelo de cartas começou a ruir! Porque o Corinthians entrou na semana de um clássico contra o Palmeiras. Provavelmente o jogo que marcará a estreia de Ronaldo com a camisa 9 alvinegra. Porque o Corinthians segue com dificuldades de encontrar um patrocinador disposto a bancar o risco que é ter Ronaldo. Em todos os sentidos. Porque o Corinthians parece que ainda não entendeu o que significa ter Ronaldo em seu elenco.

Sim, por incrível que pareça o clube, que parecia ter dado uma cartada de mestre ao fechar com o mais midiático jogador do país, não se atentou exatamente para a crise que ele teria de constantemente administrar exatamente por contar com Ronaldo. Se o Corinthians, por si só, já é um gerador de crises, eleve isso à décima potência com a contratação do Fenômeno.

Mas o clube está fora de sintonia com o seu maior ídolo recente. Não se entende com ele fora de campo, permitindo farras, noitadas e condutas pouco desejadas para um atleta que foi o melhor do mundo, mas hoje não entra em campo há um ano. 

O momento era para o Corinthians dar a Ronaldo o chá de cadeira que merece a cada tropeço em seu lento processo de recuperação. Mas parece que, quem deve mandar dentro do clube, está tão deslumbrado quanto o mais fiel do torcedor. E, com isso, deixa Ronaldo fazer o que bem quer, como uma criança idolatrada pelos pais, o que quase sempre gera um filho sem a menor noção da realidade.

Agora, o Corinthians não sabe se vai usar o “boneco” Ronaldo para passear em Itumbiara (GO), no jogo da Copa do Brasil. O jogador leva público e ainda mais atenção da mídia. Mas, do jeito que as coisas estão, é difícil ter qualquer bom presságio com uma estada do atleta pela cidade goiana. Ainda mais com Tulio Maravilha e Denílson como possíveis anfitriões…

Para interagir com o autor: erich@universidadedofutebol.com.br

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