Fora do eixo

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O eixo em questão é o eixo geográfico que compreende os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Os dois estados polarizam as atenções para grande parte dos acontecimentos relevantes no Brasil, além de orientarem o país econômica e politicamente.

Ainda, a chamada indústria do entretenimento se serve dos estados do eixo para a promoção de grandes eventos, como espetáculos teatrais, shows, festivais, competições esportivas nacionais e internacionais.

Até mesmo as grandes empresas costumam depositar o interesse em apoiar tais iniciativas nestes grandes centros nacionais, pois buscam visibilidade comercial e penetração num mercado consumidor enorme e com poder de compra significativo.

A geopolítica brasileira, desse modo, favorece, por razões históricas, os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, no pleito para receber eventos esportivos globais, como GP de Formula 1, Copa do Mundo e Olimpíadas.

No segundo escalão, em relativo equilíbrio de forças, encontram-se Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre. Ouso incluir Brasília e Recife nesse grupo.

Depois disso, os demais. A “sobra” seria uma expressão mais agressiva, mas que também caberia para ilustrar, com precisão, o mapa nacional de negócios esportivos.

Estas cidades do grande eixo (primeiro e segundo escalão), assim, conseguem usufruir de um ciclo virtuoso na organização de eventos esportivos, do qual os principais atores participam, dentre os quais a mídia (em especial a TV), patrocinadores, poder público e entidades de administração do esporte.

Torna-se difícil para as cidades não-alinhadas ao grande eixo competirem para atrair a atenção geral as suas iniciativas.

Por isso, o fato de que a CBF tenha escolhido o CT do Atlético-PR como destino da seleção brasileira, em junho de 2010, para preparação para a Copa da África do Sul, é motivo de celebração local. Isso ajuda a fortalecer a posição da cidade no mapa esportivo nacional com repercussão, até mesmo, internacional.

Curitiba é a capital de um dos estados mais ricos do Brasil. Cantada em verso e prosa por muitos que a conhecem como a capital com melhor transporte coletivo, mais limpa, mais organizada, mais verde, mais segura, mais planejada, mais civilizada, mais europeia do Brasil.

Acho pouco. Muito pouco, em termos esportivos, pois acredito que a descrição do parágrafo anterior carece de alguns fatores para complementar a equação de uma cidade que pretende ser vanguarda em qualidade de vida: liderança e articulação política para o desenvolvimento de um ambiente esportivo compatível com o perfil socioeconômico local.

Afinal, por exemplo, a cidade não tem nenhuma equipe disputando competições nacionais (exceto os clube de futebol profissional), seja no futsal, no handebol, no vôlei, no basquete, que alavancam e estimulam o crescimento do mercado esportivo local como um todo.

Seleção Brasileira, por aqui, é apenas um bom começo para entrar no eixo.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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