Guerra de marcas

Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade
Entre para nossa lista e receba conteúdos exclusivos e com prioridade

Na última terça-feira assistimos a Milan e Barcelona, esperando ansiosamente pelo duelo do “Pequeno Gênio” argentino diante do “Gigante” sueco, conforme plantado pela grande mídia. O resultado do jogo pouco importa. O que interessa é o espaço crescente ocupado pelos clubes europeus no mercado brasileiro – e tal fato não é de hoje.

Perante um estado quase que basal da economia européia, os clubes europeus, com suas poderosas marcas, estão procurando expandir seus negócios e fincar suas bandeiras em mercados emergentes. As primeiras investidas foram direcionadas para o mercado asiático, mais especificamente a China, que é a menina dos olhos do mundo todo. Lá, pelo menos por um olhar à distância, parece simples a penetração de novos conceitos, por conta de o futebol não ser tão desenvolvido quanto em outras partes do mundo.

A ampliação de horizontes por parte do velho mundo começa a atingir o Brasil. E o que chama atenção é que aqui as marcas dos clubes locais deveriam fazer uma espécie de bloqueio contrário ou blindagem à vinda de clubes de fora, que poderiam inclusive ser considerados rivais, até para estimular um maior envolvimento do mercado interno.

Ao contrário, ao invés dos clubes brasileiros investirem suas forças para fortalecimento de suas marcas, a ação quase que insana é de entupir o bem mais valioso do clube, que é a sua camisa de jogo, tradicional, algumas delas que comunicam atributos de glória, superação e vitória, com marcas de empresas com nenhuma ou pouca identidade com os mesmos.

A poluição visual prejudica, sim, o fortalecimento dos clubes como entidades, produtoras de um espetáculo ímpar. O fato de o “País do Futebol” consumir o que vem de fora demonstra a sua inoperância enquanto produtores deste espetáculo por conta da ineficiência administrativa de suas marcas (de seus estádios, de seus produtos licenciados, do cuidado na comercialização de patrocínios, e por aí vai).

E, por fim, gostem ou não, o fato de a maior emissora do Brasil demandar cada vez mais a cultura do futebol europeu deve ter clara relação com o interesse das pessoas. A mídia, como é óbvio, respeita os anseios do mercado, que é composto por pessoas e organizações, ditando costumes, modas e preferências. Foi a partir dela que o voleibol e o basquetebol, para ficarmos restritos a dois exemplos, mudaram suas regras…

Portanto, é salutar uma medida conjunta para fortalecimento do mercado interno dos clubes de futebol para não corrermos o risco de daqui uns 10 anos termos um diálogo nesta base com um garoto (brasileiro) de 7, 8 anos:

“- Qual é o seu time do coração?”.

“- Sou rubro-negro, é claro…”.

“- Ah, flamenguista, então…”.

“- Não, não, sou Milan de coração!”.

Para interagir com o autor: geraldo@universidadedofutebol.com.br
 

Compartilhe

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp
Share on email
Share on pinterest

Deixe o seu comentário

Deixe uma resposta

Mais conteúdo valioso