Inter-relações globais

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Nesta semana que passou, o São Paulo recebeu a taça de Campeão Brasileiro da primeira divisão, o Barueri despontou pra Segundona, o Guarani caiu, o Nabi Abi Chedid morreu, o Grêmio anunciou planos para a construção de um novo estádio, o Internacional revelou o Pato, a Record continuou brigando com a Globo, o Ronaldinho fez um gol de bicicleta esquisito-porém-bonito, tipo a Uma Thurman, a Liga dos Campeões sumiu da TV aberta brasileira até o ano que vem, e mais uma porção de outras coisas.
 
Tudo isso importa, claro. Cada um desses fatos influenciou de alguma maneira a estrutura do futebol no país. E, de certa forma, está tudo interligado. Em tempos de globalização, tudo tem a ver com tudo. Algumas coisas em maior escala, outras nem tanto.
 
Mas nada, repito, nada nessa semana foi tão importante para a indústria do futebol brasileiro quanto a morte de Alexander Litvinenko.
 
“Quem?”, pergunta-se você.
 
Alexander Litvinenko, o ex-espião russo que foi assassinado na Inglaterra depois de ingerir um veneno radiativo.
 
“Ah, esse”.
 
Esse mesmo. E antes que você se indague que diabos tem o pobre do rapaz a ver com o futebol brasileiro, saiba que o ex-espião era um grande amigo de Boris Berezovsky, aquele mesmo. E agora que você já está inteirado a respeito do assunto, vamos às contextualizações:
 
Tempos atrás, Alexander Litvinenko foi preso por anunciar publicamente que a FSB, polícia federal russa que funciona como uma espécie de neo-KGB, havia ordenado que ele assassinasse Berezovsky, que de uns tempos pra cá virou um dos grandes inimigos do presidente russo, Vladimir Putin.
 
Sei lá eu o porquê do cara ter falado isso publicamente, talvez pelo seu alvo ser um dos caras mais ricos do mundo, mas fato é que, a partir de então, Litvinenko e Berezovsky viraram grandes amigos. Acredita-se, inclusive, que Berezovsky é o dono da casa ao norte de Londres onde Litninenko e sua família moravam. Ao comentar o assassinato, Berezovsky disse: “Estou muito sentido com a morte do meu grande amigo Alexander Litvinenko. Ele salvou a minha vida e foi um grande amigo e aliado desde então. Vou lembrá-lo pela sua bravura, determinação e honra”.
 
Cogita-se que o assassinato tenha sido encomendado pelo governo russo. Especula-se, porém, que ninguém vai conseguir descobrir nada, mesmo tendo o crime ocorrido na Inglaterra. Mas está bem claro que é um sinal de que a chapa do Berezovsky pode estar esquentando. E o Berezovsky, como se divulga por aí, é um dos caras que mais colocou dinheiro no futebol brasileiro nos últimos anos.
 
É também um claro sinal de que a Rússia passa por um período no mínimo turbulento, que já vem de tempos, mas que pode culminar com coisas não muito positivas. E a Rússia, além de ser uma grande importadora mundial de jogadores, tem um time que tem três atletas na atual seleção brasileira.
 
Berezovsky, inclusive, já foi sócio de outro bilionário russo, o Abrahmovic. Esse, por enquanto, cultiva ótimas relações com o governo russo.
 
Bom para o Chelsea, que já se garantiu na próxima fase da Champions League, que não vai mais passar na televisão aberta esse ano, no mesmo grupo do Barcelona de Ronaldinho do gol de bicicleta bonito-mais-esquisito, ex-jogador do Grêmio que quer construir um estádio novo, e que se prepara para jogar o Mundial de Clubes contra o Internacional, que vai levar o Pato pra disputa.
 
Não fossem as boas relações cultivadas pelo seu dono, talvez o Chelsea não pudesse ter pagado aproximadamente 30 milhões de libras ao Milan pelo Schevchenko, dinheiro que o clube italiano usou para segurar o Kaká e contratar o Ricardo Oliveira, ambos ex-jogadores do São Paulo, que levantou a taça de campeão no último domingo e que ano que vem vai jogar contra o Barueri, que subiu para a Segundona, pelo Campeonato Paulista, que deu início à briga entre a Globo e a Record, e que esse ano não vai contar com o Guarani, e que é organizado pela Federação Paulista de Futebol, que já foi presidida pelo póstumo Nabi Abi Chedid.
 
Como dito antes, tudo tem a ver com tudo.
Menos a Uma Thurman.
Ela é esquisita.

Bonita, mas esquisita.

Para interagir com o autor: oliver@universidadedofutebol.com.br

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