Intuição, teoria e prática no futebol

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O papel da intuição está em alta no mundo empresarial e dos negócios. Descobertas científicas recentes demonstram que as tomadas de decisão de líderes, apoiadas apenas na razão, sem a devida participação de variáveis emocionais que regulam nossa vida, devem ser consideradas coisas do passado.

 

Mas se este ingrediente para as decisões parece ser novo dentro das empresas, no futebol, entretanto ele é usado à exaustão. A intuição ocorre dentro de campo, a todo instante, nas decisões que cada jogador deve tomar para ajudar seu time a atacar e a se defender. Acontece também nas decisões dos treinadores que, muitas vezes, utilizam-se essencialmente dela para balizar suas ações estratégicas. E ocorre também até entre muitos dirigentes que, por exemplo, após derrotas de seu time, têm constantes intuições de que, se mudarem o treinador, o time vai reagir e render mais em campo, já a partir do próximo jogo.

 

Mas refletir sobre o papel da intuição nos leva, quase que inevitavelmente, a pensar na relação entre teoria e prática. O quanto a intuição, a teoria e a prática podem, de fato, ser úteis nas vitórias e conquistas de um time de futebol?

 

Para algumas pessoas, ser teórico é estar desligado da realidade e ser pouco prático. Mas há os que contrapõem esta afirmativa dizendo que nada é tão prático como uma boa teoria. 

 

Como nos ensinam Henry Mintzberg e James Brian Quinn no interessante livro O Processo da Estratégia, todo médico, engenheiro e físico de sucesso seriam incapazes de praticar seu trabalho competentemente sem teorias que dêem suporte às suas práticas. E concluem fazendo a seguinte pergunta: “Como alguém pode dirigir sistemas complexos se não compreender estes sistemas complexos?”.

 

E aí concluo que, salvo melhor juízo, um clube ou um time de futebol é um sistema complexo. Dirigi-lo, portanto, é um ato de tentar controlar variáveis de muitas ordens: física, técnica, operacional, administrativa, social, psicológica, emocional, espiritual entre tantas outras.

 

Se concordarmos com esta hipótese e levando-se em consideração que tudo evolui ou se transforma a todo o momento, é possível refletir que, será cada vez mais difícil conseguirmos bons resultados no futebol apenas com intuição, como ainda fazem muitos dirigentes e treinadores.

 

Definitivamente, dentro em breve não haverá mais espaços para profissionais apenas intuitivos e práticos. Estes se quiserem evoluir terão que entender que, sem boas teorias, não se faz boas práticas.

Para interagir com o autor: medina@universidadedofutebol.com.br 

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