Libertadores de todas as Américas

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A Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) começou a conversar sobre a presença de equipes da América do Norte na principal competição de clubes de futebol do hemisfério ocidental: a Taça Libertadores da América. Para isso, já dialoga com a “Liga MX” (México) e a “MLS” (sigla em inglês da Liga Maior de Futebol, dos Estados Unidos).

Talvez aumente o número de clubes e o número de jogos. Certamente vão aumentar as distâncias, as diferenças de fusos para embaralhar torcedores e programações de transmissão. Entretanto, minimizar as consequências disso é parte dos organizadores dos torneios e há algo para ser lembrado: mexicanos, norte-americanos e canadenses serão também consumidores desta nova “Libertadores”. Há quem mencione uma possível “queda de nível técnico”. Quem disser isso desconhece os avanços no futebol profissional daquela parte da América. As equipes canadenses têm sido protagonistas da MLS, a média de público bastante alta e o futebol mexicano historicamente sempre foi muito competitivo.

Do lado de cá, o mercado consumidor na América do Sul é pequeno. As fundações da organização do futebol nestas bandas coloca limitações ao profissionalismo e potencialização de receitas. Há diversos interesses políticos, não compatíveis com os do mercado, que impedem estes avanços. Quem sabe os bons exemplos do Norte não influenciem o “lado Sul da força”. As equipes de lá, sendo bem sucedidas dentro da proposta deste certame, é capaz de atrair mais patrocinadores, em moeda bem mais valorizada: o dólar dos EUA. Há tudo para ser uma proposta de torneio de grande sucesso.

Este confronto (Toronto FC/CAN x Club América/MEX) pode tornar-se tradicional em uma Taça Libertadores. (Foto: globalnews.ca)

 

Ademais, México, Canadá e Estados Unidos serão sedes do Mundial FIFA de 2026. Sim, é um dos porquês da aproximação da CONMEBOL com estes países, em uma linha de pensamento que pode ser assim interpretada: o Norte que sabe produzir o espetáculo orientado para o mercado; somado a um Sul que possui formação, história e palmarés. Tudo isso, somado, fornecem condições sine qua non para a atual conjuntura do futebol internacional de alto-rendimento. Por analogia, o conto de Eduardo Galeano em “El Fútbol a Sol y Sombra”, sobre o “Estádio”, em que ele menciona o estádio “Rei Fahd”, em Riad (Arábia Saudita):

“O Estádio Rei Fahd, na Arábia Saudita,
tem camarotes de ouro e de mármore, com assentos estofados,
mas não possui memória e nem grandes coisas para contar”.
(tradução livre)

Portanto, é preciso fazer crescer a Libertadores. Não em número de clubes, de jogos, mas de oportunidades: comerciais, de mercado e de futebol. Que os clubes, federações e confederações aprendam com os acertos e erros dos seus semelhantes. Potencializem os acertos e diminuam os erros. Assim, crescemos todos, em todas as Américas.

 

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