Libertadores em final com único jogo é reunir o que a América do Sul tem de melhor

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A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) anunciou nesta semana final única para as suas principais competições, a Libertadores e a Sul-Americana, a partir de 2019. A última será em Lima, no Peru. A primeira, em Santiago, capital do Chile. A escolha da cidade-sede levou em consideração: organização, logística, segurança, tecnologia, aspectos políticos, sociais, ambientais, legais, capacidade hoteleira, mobilidade e situações favoráveis para direitos comerciais e de transmissão. Já a escolha de uma final única, segundo os organizadores, visa promover o evento e o seu jogo final, além de potencializar as receitas com ele.

Há quem diga que uma decisão em jogo único é um golpe final para um famigerado futebol sul-americano, vítima de uma feroz concorrência com os campeonatos europeus, com mais cultura de mercado e taxas de câmbio mais favoráveis. Argumentam também que excluem uma boa parcela da população que não tem condições de viajar para uma final em jogo único. Seria “colocar em xeque” a essência do futebol da América do Sul, que tem como uma das vantagens competitivas – uso esta expressão mesmo – uma cultura de torcida que não existe em outra parte do mundo.

Torcida do Colo-Colo, clube chileno. (Foto: ahoranoticias.cl)

 

Ledo engano. Uma final em jogo único permite um planejamento maior do evento, não apenas para quem o organiza, mas aos torcedores e as emissoras de televisão, que podem organizar suas viagens e programação com bastante antecedência. Ações podem ser levadas a cabo, como um tempo maior de exposições, museus itinerantes, sessões de autógrafos, tudo tendo como objetivo não somente os rendimentos financeiros, mas construir uma marca extremamente favorável, com cultura e – muita – história que é o futebol da América do Sul. Perder uma cultura de torcida? Não!  É muito comum observarmos as inúmeras caravanas de torcidas que se deslocam continente adentro a fim de verem os jogos dos seus clubes. Não vai ser diferente! No aeroporto de Guarulhos foi muito comum ver torcidas argentinas e uruguaias nas conexões a caminho da Copa do Mundo da Rússia, com seus trapos e murgas espalhados pela sala de embarque. Parecia um estádio!

Os mesmos que criticam que uma decisão em único jogo exclui parte de uma boa base de fãs com baixo poder aquisitivo, elogiam a Liga dos Campeões da Europa e não comentam sobre a parcela de torcedores que por lá que tem acesso restrito aos jogos, haja vista o preço dos ingressos. Ora, o futebol de rendimento é caro. Demanda boas instalações esportivas, que são caras. O jogo concorre com outras opções de lazer, por isso o torcedor possui outras demandas, porque é tempo e dinheiro que ele irá investir. Essas demandas são altas e os ingressos vão ser mais caros, para poder atendê-las.

Com tudo isso, uma final em jogo único não é o apocalipse. Pelo contrário. É um trabalho para resgatar um Pan-Americanismo tão maltratado nos últimos tempos. Uma oportunidade para que torcidas se encontrem, celebrem e que os olhos se voltem a um dos principais tesouros Sul-Americanos (Latino-Americanos): o futebol.

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