Liga Rebelde

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Eis que os principais clubes da Europa juntaram-se nos últimos tempos e, de maneira – que não mais é – secreta, estariam a organizar uma liga continental, em detrimento das suas ligas nacionais (La Liga/ESP, Lega Calcio/ITA, Bundesliga/ALE, Premier League/ING e Ligue 1/FRA) e também da Liga dos Campeões da UEFA, que tem a chancela da entidade máxima do futebol daquele continente. Chamaram-na “Super Liga Europeia”. Alegam que os campeonatos locais não possuem competitividade (os campeões são previsíveis), mesmo a “champions” que nas últimas temporadas teve o Real Madrid como campeão.

É, em primeiro lugar, um excelente produto. Não há dúvidas disso, é incontestável. São as instituições mais ricas e competitivas do planeta, a saber: Paris, Manchester City, Real Madrid, Manchester United, Barcelona, Liverpool, Arsenal, Juventus/ITA, Chelsea, Bayern de Munique, Milan, Dortmund, Olympique de Marselha, Atlético de Madrid, Inter de Milão e Roma. Por que afinal gostariam de romper com os campeonatos nacionais e a liga dos campeões?

Uma hipótese é o de ganhos comerciais. Um campeonato mantido dentro deste grupo de clubes, sem acesso ou rebaixamento, permite, em um primeiro momento, maiores receitas, porque teríamos sempre estas equipes que por si só chamam muito a atenção. Claro, com o tempo ela vai exigir competitividade e um clube vai ser mais protagonista que o outro. Solução para isso seria a inclusão de mais clubes, que obedeceriam parâmetros e garantias esportivas e financeiras, em modelo semelhante ao das franquias nas ligas da América do Norte. É possível até mesmo fazer um ‘draft‘ de futebolistas que se candidatariam a jogar nesta competição, da mesma maneira como ocorre nos Estados Unidos. Seriam montadas “super equipes” exclusivas para este torneio. Uma equipe “B” poderia disputar a “champions” e uma equipe “C” o campeonato nacional.

No entanto, a UEFA e as respectivas ligas locais permitiriam isso? Certamente com equipes menos competitivas o nível do jogo nestes torneios também cairia, por isso, caso este projeto avance, haverá um entrave bem forte para que ele não seja executado.

Bayern de Munique em comemoração à conquista da Liga dos Campeões da UEFA de 2013. (Foto: EPA)

 

Diante disso, de um modo ou de outro a iniciativa destes clubes acima mencionados evidencia o que o “The Guardian” outrora chamou de ‘Disneyficação’ do futebol: os clubes da Europa hoje são organizações globais sem um vínculo local genuíno (ou cada vez menor). Não há competitividade suficiente entre eles e os demais. Entretanto, é um alto preço político a ser enfrentado por estes clubes porque a confederação do continente e as ligas locais podem puni-los. Ao mesmo tempo, perdê-los é má opção porque o poder de barganha dos clubes está nos interesses comerciais que eles atraem para os campeonatos. A ver, portanto, como vai se desenrolar este caso.

Em tempo: é fato que lá (na Europa) ainda há um espaço muito maior para negociação do que se isso acontecesse por aqui, na América do Sul.

 

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