Mandos. Desmandos. Comando.

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Que bagunça, para não dizer algo mais impróprio. Demissões de alguns treinadores, contratações de outros; Figueirense cobaia e laboratório de plano que conduzia nada a lugar algum; a grandeza do Fluminense e sua torcida a presenciarem publicamente episódio de desrespeito à instituição.
Não é o caso debruçar-se sobre os motivos para que tudo isso acontecesse. Ao mesmo tempo não é necessária uma análise mais profunda. Percebe-se claramente que a origem destes problemas supracitados passa pela ausência de uma gestão profissional. Ora, já tratamos isto em outras colunas por aqui. Por profissional não se entende apenas por ser pago pelo que se faz. Por profissionalismo compreende-se um plano estratégico executado através de um método, com base em missão, visão e valores de uma instituição, envolvidos em um ambiente em que se sabe a sua vantagem e diferencial competitivo, com funcionários e colaboradores cientes de todo este processo e, com isso, o respeitam. Respeitam.
Respeitam também a hierarquia. E o comando de quem comanda.
Mesmo pelo pouco divulgado, não foi isso o que aconteceu no Cruzeiro, nem no São Paulo Futebol Clube. Neste último, é nítido que não se considera o trabalho de quem gere o futebol e que o topo da hierarquia “joga para a torcida”. O respeito à hierarquia não é apenas de baixo pra cima. É preciso respeitar o trabalho de quem é designado a fazê-lo.
No Figueirense, implementou-se a toque de caixa uma ideia de “clube-empresa”. Bacana a proposta, no entanto sem garantias financeiras. Como conduzir uma organização que não sabe que caminho tomar? Em analogia a Sun Tzu em “A Arte da Guerra”, a instituição não se conhece a ela mesma e o resultado, portanto, é previsível.
Por fim, Paulo Henrique Ganso e Oswaldo de Oliveira. Entre certos e errados, eles que se acertem. Só se percebem erros. Desrespeito ao superior, o emprego do vocabulário, a reação, o local onde isso acontece e a vestimenta usada pelos dois quando isso aconteceu. Pode parecer estranho, mas a camisa do clube foi vestida por centenas de atletas que deram o máximo por ela. O gramado do Maracanã foi e é palco de inúmeras demonstrações de honra ao futebol, muitas delas protagonizadas pelo clube em questão.
A sobrevalorização do “eu” em detrimento do coletivo. De se “dar bem” em prejuízo a alguém. O desrespeito. Talvez seja o problema e a doença de todo o país. De não se valorizar atitudes de bom senso, a valorização do trabalho e de um espírito coletivo a fim de construir uma sociedade mais forte e justa. A máxima do “cada um por si”.

Oswaldo de Oliveira e Paulo Henrique Ganso durante confusão há alguns dias. (Foto: Reprodução/Divulgação)

 
Diante disso, sem sombra de dúvidas que a origem de todas estas questões está na sobrevalorização do indivíduo, em detrimento do coletivo. Um coletivo que sugere o estabelecimento de uma cultura organizacional que, a prazo, conduzirá a resultados satisfatórios para toda a sua comunidade de colaboradores e, no caso do futebol, aos seus torcedores. A esta cultura organizacional, sugere-se uma boa gestão, com o profissionalismo, sendo a base disso tudo: o respeito.

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Em tempo mais uma citação que se relaciona com o tema da coluna:

“Nunca foi. Ambição, desejo de se tornar herói nacional e ganhar mais dinheiro sempre foi mais forte.”
Tostão, campeão mundial de futebol em 1970

 

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