O aquecimento específico ao treino de futebol

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O papel do aquecimento é largamente abordado em inúmeros estudos científicos. Sua função geral é preparar o organismo para a prática esportiva.

Jürgen Weineck, em seu livro clássico na preparação desportiva intitulado “Treinamento Ideal”, define com propriedade o papel do aquecimento nos treinos e jogos:

“Sob o termo aquecimento pode-se entender todas as medidas que servem como preparação para o esporte (seja para o treinamento ou competições). O aquecimento visa à obtenção do estado ideal psíquico e físico, a preparação cinética e coordenativa e a prevenção de lesões.”

Nessa definição poderíamos adicionar, no caso do futebol, que o aquecimento “…visa à obtenção do estado ideal técnico, tático, físico e psíquico…”, já que nessa modalidade esportiva os atletas são exigidos de forma integral desde o primeiro minuto da partida ou do treino.

Fisiologicamente, o aquecimento, como o significado da própria palavra define, tem por objetivo “aquecer” o organismo. Esse aquecimento é acompanhado: do aumento do metabolismo; da melhor mobilização energética; do aumento da irrigação tecidual; do aumento da temperatura tecidual; do aumento da atividade enzimática aeróbia e anaeróbia; do aumento da resposta dos fusos musculares; do aumento da lubrificação articular; da redução do limiar de excitabilidade dos neurônios.

No aquecimento, essas adaptações fisiológicas devem acontecer concomitantemente às adaptações cognitivas, em que os atletas serão preparados para os problemas específicos da sessão e do jogo propriamente dito.

O aquecimento não deve, então, se focar apenas em preparar os músculos, mas em preparar o ser para agir seja no treino ou dentro da partida.

Para que isso ocorra de forma adequada é preciso que o jogo já aconteça no aquecimento.

E lembre-se que as atividades em forma de jogo devem obedecer um processo adequado e respeitar os conteúdos do Modelo de Jogo da equipe – no aquecimento isso deve ser da mesma forma.

Cada atividade desse primeiro momento do treino deve ser elaborada de forma conectada aos momentos seguintes do treino e deve obedecer os mesmo princípios.

Abaixo, apresento um exemplo de “sessão de aquecimento” que obedece à temática hipotética de manutenção da posse de bola e mobilidade da parte central do treino.

Atividade 1

Descrição
– Atividade de 4 X 1 em que o objetivo dos quatro jogadores é manter a posse de bola pelo maior tempo possível.

Regras e Pontuação
– Jogador que está no meio da roda de jogadores sai desta posição quando recuperar a bola.

– Os quatro jogadores devem manter a posse das dois bolas.

Atividade 2

Descrição
– Atividade de 3X 3 em que o objetivo das equipes é manter a posse de bola.

Regras e Pontuação

– Equipe que estiver com a posse de bola deve manter a mesma sempre em movimento e seus jogadores devem se deslocar constantemente pelo campo de jogo; se a bola ou algum jogador parar de se movimentar, a equipe perde a posse da mesma.

– Equipe marca o ponto quando trocar cinco passes sem interrupção.

Atividade 3

Descrição
– Atividade de 3 X 3 + Coringa em que o objetivo das equipes é manter a posse de bola utilizando o coringa.

Regras e Pontuação
– Equipe marca o ponto quando fizer um passe para o coringa e o mesmo devolver a bola para um jogador diferente (da mesma equipe) do que fez o passe para ele.

 

O tempo dessa sessão deve girar em torno de 15 a 45 minutos, dependendo das condições climáticas, estado de treinamento, período do dia, disposição psíquica e idade dos atletas, entre outros fatores.

O alongamento e outras atividades podem ser inseridos nesse momento do treino, mas todas de forma embasada e com seus devidos objetivos bem definidos.

Até a próxima!

Para interagir com o autor: bruno@universidadedofutebol.com.br

Referências bibliográfica

KATCH, F. I. & MC ARDLE, W.D. Nutrição, Exercício e Saúde. MEDSI: Rio de Janeiro, 1996. 4ª edição. 1996

WEINECK, J. Futebol Total: o treinamento físico no futebol. Editora Phorte: Londrina-PR. 1ª edição. 2000

WEINECK, J. Treinamento Ideal. Editora Manole: São Paulo, 9ª edição. 1999

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