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Durante o prêmio “The Best” da FIFA, para os melhores da temporada, chamou atenção a presença de vários brasileiros no palco. Muito positivo isso, haja vista que no futebol atualmente somos reconhecidos pelos talentos individuais e não pela grandeza dos seus clubes e da sua seleção. Não apenas dentro de campo, mas fora dele também. Não adianta ter sido cinco vezes campeão do mundo se o futebol do Brasil é espelho de um país marcado por tráfico de influência, nepotismo, corrupção, desserviço e falta de governança.

No entanto, não é isso que o texto desta coluna quer se atentar. A retomar a primeira frase desta coluna, grandes conterrâneos distribuíram os troféus para os melhores do mundo e tivemos uma conterrânea melhor do mundo: Marta. Chamou a atenção que nenhum deles falou em inglês, em evento internacional, em que boa parte do mundo parou pra ver.

Há quem diga: que besteira, para quê falar em inglês!?

Não é falar em inglês para pensar em participar em um evento destes. Mas falar qualquer outro idioma para a própria vida, para a formação pessoal e profissional. Conhecimento não ocupa espaço. Por humildade em saber suas limitações e querer corrigi-las. Por respeitar o próximo e a cultura do próximo, assim como você gostaria que fizessem com a sua. Por demonstrar capacidade de adaptação, espírito de equipe e conjunto. Vemos hoje uma formação multidisciplinar em todas as carreiras profissionais. Jornalistas que têm formação também em economia e nos esportes para poder falar destes assuntos. Engenheiros que se especializam em outras áreas a fim de obter conhecimento, visão de mercado e potencializar suas capacidades. Por analogia, Pelé treinava em algumas ocasiões com os goleiros do Santos Futebol Clube para ser exímio nos saltos, que proporcionariam bons cabeceios.

Não duvido que Marta, Ronaldinho, Roberto Carlos, Jackson Follmann, por exemplo, não saibam falar em inglês. Entretanto, naquele momento, saber o idioma estrangeiro poderia ter sido uma mais valia para a imagem e carreira de cada um. Remete a uma conduta profissional, pouco observada no futebol (sobretudo do Brasil) e, por isso, tão valorizada atualmente.

Premiação do “The Best” de 2018 da FIFA. (Divulgação: globoesporte.com)

Diante disso, esses pequenos gestos explicam o porquê de o brasileiro no futebol, quer seja o atleta ou o treinador, quando contratados para atuar fora do país, não são tão valorizados quanto o argentino ou o uruguaio. Diferenças na educação? Sim, talvez na educação da família, uma vez que esta instituição está em crise no Brasil. Mas a educação escolar está ao alcance de todos, sobretudo para esta geração mais jovem. A matemática, a física e a geografia estão para todos. É preciso saber usá-las em cada uma das suas profissões, porque espaço não vai ocupar.

Em tempo: lembro-me de quando garoto uma vez disseram que “tudo o que se lê pelo menos uma vez na vida você vai usar”. É isso mesmo.

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