O “Jogo Limpo” e o Marketing do Esporte

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Há uns dias estava a consultar o twitter e havia percebido que um amigo compartilhara um interessante vídeo que reproduzia uma situação de fair-play da temporada passada do campeonato alemão. Era um jogo entre o Bayern de Munique e o Moenchengladbach, e envolvia Thiago Alcântara (Bayern), que em um lance tentou roubar a bola do adversário, Jonas Hofmann. Mesmo sem ser tocado, Hofmann vai ao chão e alega falta. O árbitro marca infração em favor do jogador caído. Thiago intervém e diz que não encostou no jogador, que confirma ao juiz: não tinha de fato sido tocado e, por isso, a arbitragem reverte a marcação. Logo em seguida, Thiago e mais um colega de equipe vão até Hoffman e o cumprimentam pela atitude.

Tudo bem, ele valorizou o lance, quis “levar vantagem”. Entretanto, corrigiu a situação e, de certa maneira, colaborou para o jogoe não o inverso, que é o “antijogo”. Conhecemos este termo por inúmeros exemplos como: atraso na reposição da bola, a proposital falta de objetividade, o fingimento e a dissimulação. Ou seja, simular uma falta ou lesão é contribuir para o não (anti) andamento do jogo. É o antijogo. É a inversão da função e o objetivo propostos por uma equipe ou atleta no gramado que é simplesmente: jogar.

Hoffman (esquerda) e Thiago Alcântara (direita), protagonistas de um lance de “Jogo Limpo”. (foto: goal.com)

 

Há quem diga que é um jogo psicológico de pressão sobre o adversário ou o árbitro. Ledo engano. Sugere que se está mais concentrado no antijogo do que propriamente no jogo. É possível – e os meus colegas através das colunas aqui na Universidade do Futebol mostram isso – usar o jogo para envolver o adversário em um cenário de pressão usando sistemas de jogo. Ao usá-los, favorecem e fortalecem a modalidade, ao deixar a partida mais atraente. Ganha quem sabe se valer disso e ganham os torcedores que apreciam um belo jogo.

Portanto, dentro de uma dinâmica de “Jogo Limpo”, que sugere a transparência, a integridade e o respeito, ganha quem o pratica, mas sobretudo ganha a arbitragem porque tem a certeza de que os futebolistas estão mais concentrados e preocupados com o andamento da partida (e não o contrário) e o torcedor, que também percebe este cenário e passa a disfrutá-lo. Quer queira, quer não, o objetivo final do torcedor é poder desfrutar do futebol. O produto fica mais atraente e mais pessoas vão querer consumi-lo. Ou seja, para o marketing do esporte, é um “prato cheio”!

Sem o fingimento, ganham todos.

 

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