O “problema” da posse

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Ter a bola vem se tornando um problema para muitas equipes. Em alguns jogos, prioritariamente do Campeonato Brasileiro, observa-se (frequentemente) equipes com menos posse de bola e com larga vantagem no placar. Como o contrário também é verdade, equipes com larga vantagem na posse de bola e com ineficiência ofensiva, consequentemente, com derrota no resultado. Somando a isto, temos equipes onde a grande maioria dos gols feitos se dá na forma de transição ofensiva (contra-ataque). De fato, existem equipes que não sabem ter a bola ou não sabem o que fazer com ela, contudo, precisamos entender e aceitar, que o problema é mais complexo do que parece.

Muitos podem pensar que se não sabemos (ou não sei) o que fazer com a bola, vamos apenas atacar de forma rápida e/ou em transição (contra-ataque). Uma forma simples de resolver um problema complexo? Pode ser! Mas será a ideal? Talvez, não! Sei que o ideal no futebol brasileiro é algo momentâneo, por isso, o ideal muda a todo momento. Mas penso que existe um problema que o próprio jogo te oferece. Em alguns momentos (vários) tua equipe vai ter a bola. Em alguns momentos (vários) tua equipe vai ter tempo e espaço para construir o jogo ofensivo que tu pretende. E, se torna condição fundamental para equipes e treinadores saberem responder estes problemas quando surgirem, se quiserem chegar e ter alto rendimento (constante). Saber (coletivamente) o que fazer para responder o problema que o jogo oferece e manter a tua qualidade (teu ideal) enquanto equipe/atleta/treinador.

Contudo, o problema não se esgota em ter ou não ter a bola. Passa necessariamente pela intencionalidade quando se tem ou não se tem a bola. E, aqui não adianta dar e inventar soluções para este problema (a famosa receita de “bolo”). Como falei, a complexidade do problema requer um estudo de cada caso, de cada contexto e ambiente.

Ter ou não ter a bola pode ser uma ideia de jogo da equipe/atleta/treinador ou uma cultura de jogo do clube. E, quando falamos de cultura falamos de hábitos. Esta ideia de ter ou não ter a bola precisa estar correlacionada aos hábitos da equipe/hábitos dos atletas. E, o processo de ensino-treino precisa fielmente respeitar estes aspectos. Hábitos (comportamentos) que se adquire na prática, vivenciar as devidas ideias (sistematicamente/frequentemente) de jogo para que se possa obter aquilo que se pretende. E, é exatamente por isso que o modelo de jogo (que vem também das ideias de jogo), mesmo quando não existindo, pode contrariar aquilo que quero modelar.

Enquanto um único querer não prevalecer, em algum momento a equipe vai confundir (ou vai demorar para se encontrar) o caminho que se quer percorrer quando se tem a bola. Assim, o percurso que se pretende seguir não será claro, demorando a se chegar no destino final, se chegar.

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