O senso comum do futebol no Pan

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Olá, pessoal!

Os Jogos Pan-Americanos se encerraram no último fim de semana. Para nós, do futebol, ficou o sentimento de orgulho choroso pela prata das meninas e a frustação indignada pela eliminação precoce no masculino.

Só que o nós a que me refiro não pode ser aplicado à porção de nosso ser que atua profissionalmente com o esporte, pois assim estaríamos entrando num senso comum.

O profissional do esporte deve, sem dúvida nenhuma, ponderar as situações. É lógico que, como torcedor, a frase de que qualquer time de várzea jamais seria eliminado, tal como foi a seleção masculina de futebol, faria sentido e ganharia eco. Ou ainda reflexões politicamente bonitas que surgem de quatro em quatro anos de que as meninas brasileiras foram brilhantes e precisam de apoio, que é um absurdo a falta de incentivo e que está na hora de um basta. A esses argumentos surgem ainda outros tantos que questionam a preparação, a falta de planejamento, etc.

Só que isso não pode ser incorporado por quem atua profissionalmente no meio: é preciso discernimento, bom senso e competência para analisar; sobretudo, não entender que o resultado em termos de placar é o único que justifica qualquer coisa.

Como sabemos, o Pan-Americano tem funções distintas para diferentes modalidades, enquanto para algumas garante classificações para competições mais significativas. Para outras são trampolim ou parte do processo de formação de seus atletas. Costumava brincar em conversa com amigos que as os atletas nível A do Brasil, competem com os nível B de Cuba, com os nível C do Canadá e os nível D dos EUA, numa alusão das forças e capacidade que as delegações levam.

Essa analise é importante, porque como profissionais precisamos levar em conta alguns critérios, que listo ainda que de forma superficial, apenas para elucidar a questão.

a competição é classificatória para outra mais significativa?

O período em que ocorre atrapalha a preparação para eventos mais importantes?

A faixa etária permitida é compatível com o calendário ou formação de uma equipe de representação de alto nível?

É interessante levar equipe principal ou utilizar para preparação de novos valores?

Enfim, poderíamos levantar outros aspectos, e quem trabalha no meio deve abrir a mente para diferentes possibilidades. Será que a utilização de jovens valores num evento internacional, colocando-os como protagonistas, mesmo que o resultado de campo não venha, não seria um aprendizado interessante? Se pararmos para pensar que a seleção que foi levada era sub-20, ainda que a categoria tenha sido campeã mundial, a modificação e utilização de outros atletas não pode ser encarada como uma preparação futura?

Não pretendo apontar resposta, tampouco assumir minhas ideias como verdade, mas é importante que não fiquemos no senso comum.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br
 

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