O treino pautado na complexidade: o processo

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Processo tem como um de seus significados no dicionário: “série de ações sistemáticas visando a certo resultado.”No futebol o processo pode ser definido como: “série de exercícios sistematizados visando o desenvolvimento do jogar da equipe e de seus atletas”

 

Uma metodologia de treino pautada no jogo e para o jogo não pode se resumir a uma sequência de mini-jogos. Por isso, antes de chegarmos nas atividades práticas, vamos falar sobre o “processo de treino”.

O processo de treino pode ser definido como uma série de exercícios sistematizados que visam o desenvolvimento constante do jogar da equipe e de seus atletas.

Sistematizar os exercícios significa adotar uma progressão pedagógica entre as atividades, em que cada uma terá ligação com as demais. Além disso, ao longo do tempo, as regras dos jogos evoluirão e submeterão os jogadores a novas situações-problemas.

Pois bem.

Sendo assim, podemos supor que uma atividade de 1 x 1 deve vir antes de uma atividade de 11 x 11; uma atividade com regras de passes deve vir antes de uma atividade com regras de passe, chute, pressão e compactação…

Contudo, elaborar o processo não é tão simples assim!

Antes mesmo de definirmos as atividades, precisamos definir como os conteúdos devem ser distribuídos ao logo do planejamento.

Definir os conteúdos não é trivial e necessita de conhecimento adequado do grupo. A comissão precisa avaliar o nível de entendimento de jogo dos atletas para definir quais conteúdos serão abordados desde o início do processo.

Com a definição do nível dos atletas e levando em conta o Modelo de Jogo, os conteúdos devem ser distribuídos ao longo do planejamento.
A partir deste planejamento, as atividades serão concebidas. No início, as atividades terão um grau de complexidade menor (assim como os conteúdos a serem trabalhados) que será aumentado ao longo do tempo, progressivamente.

Abaixo, temos duas atividades que têm como ênfase o desenvolvimento da marcação zonal e da estruturação do espaço.

Atividade 1
– Atividade é composta por duas equipes de quatro jogadores, mais um coringa que joga sempre para a equipe que tem a posse de bola.

– O objetivo da equipe que está com a posse de bola é fazer o gol no golzinho central (dois pontos) ou derrubar os cones nas laterais (um ponto).

Atividade 2
– Atividade composta por duas equipes de quatro jogadores, mais um coringa que joga sempre para a equipe que tem a posse de bola.

– Objetivo da equipe que está com a posse de bola é fazer o gol no golzinho central (dois pontos), derrubar os cones nas laterais (um ponto) ou receber um passe a frente da linha tracejada (um ponto) – neste último caso o jogo não para.

Note que as atividades obedecem uma sequência lógica. A atividade 2 em comparação com a atividade 1 gera um novo conflito para a equipe que está sem a posse de bola, pois além de se preocupar com o gol e com os cones, agora a equipe precisa evitar a progressão da rival que está com a bola. Com isso um novo conteúdo surge dentro do processo e os jogadores precisam se auto-organizar de uma nova forma. Forma que, se o processo está adequado, deve ser superior a anterior e assim sucessivamente.

O processo não tem fim, porém a busca por uma forma de jogar superior deve ser constante.

Assim como o processo, os conteúdos que envolvem o treinamento no futebol pautado na complexidade parece não ter fim, mas nossa busca por conhecimento deve ser constante…

Até a próxima!

Para interagir com o autor: bruno@universidadedofutebol.com.br  

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