O uso de informações pré-jogo e o exemplo de Santos x São Paulo

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Olá, amigos!

No texto desta semana, vou retomar um assunto que já discutimos em outros momentos e de certa forma continuamos no tema abordado nas últimas semanas sobre o uso de informações.

Para fazer isto, estou tomando como base parte de uma palestra que proferi recentemente, além das informações pré-jogo e o que ocorreu na partida entre Santos e São Paulo, no último domingo, pelo Campeonato Paulista.

Enfim, independentemente das ferramentas utilizadas aqui, quero deixar bem claro que o que importa é o que se faz dela, relembrando a afirmação de Parlebás, quando ele cita que o esporte pode formar tanto cavalheiros como o contrário, dependendo daquilo que se fizer dele. Assim também o é com as informações e ferramentas utilizadas: o que importa deve vir com base naquilo que se faz com elas.

De maneira superficial, levantamos as informações mais significativas dos scouts dos jogos anteriores de Santos e São Paulo, antes do clássico (alguns pontos dessa análise foram, inclusive, divulgados no twitter na semana passada sob o título de scout express). Mas reforço: não me importa neste momento recurso ou ferramenta utilizados, mas em si a possibilidade de análise prévia das informações e o que se faz dela.

Antes de elencarmos os pontos principais, vale ressaltar que um scout é tão responsável por um resultado de jogo quanto a bicicleta ergométrica, o cardápio nutricional, ou ainda, os indicadores bioquímicos de lesão. Isto é, todos têm a sua importância, mas nenhum entra em campo para cabecear ou chutar uma bola a gol (pelo menos diretamente).

Essa ressalva é para deixar bem claro que seu uso não significa garantia de resultado, mas sim, mais possibilidades de intervenção com bases em elementos concretos e científicos, buscando otimizar o desempenho (minimizar as falhas e alavancar os pontos fortes).

Assim tivemos os seguintes pontos principais:

Santos

1. Robson é uma figura importante de armação;

2. Rodrigo Possebom, mesmo jogando pouco por jogo, tem destaque na origem das jogadas da equipe;

3. Léo é praticamente um armador (cadenciador) pelos flancos.

São Paulo

1. Carlinhos Paraíba e Juan pela esquerda e Cleber Santana e Jean pela direita são forças para a chegada de bolas em diagonal para os atacantes rápidos;

2. Entretanto, os volantes e laterais deixam espaço e lacunas no setor defensivo, sendo poucos eficazes na retomada de bola nessas regiões.

Feito isso, de maneira bem superficial, é importante ressaltar que são dados objetivos com base no que as equipes apresentaram antes do confronto. Assim, é perda de tempo discutir se eles estão certos ou errados, se vão resolver ou não. Um bom analista de desempenho, figura que surge (ganha destaque) com a oficialização da função por Mano Menezes na estrutura de sua comissão técnica na seleção brasileira, deve se preocupar primeiro com a parte mais importante de qualquer análise de jogo: levantar questionamento, especular.

Como já dissemos outras vezes, é essa especulação em cima dos dados objetivos que vão transformando os dados em informações e daí até se configurarem em intervenção.

O fato é que é difícil dizer o quanto a bicicleta ergométrica ou o cardápio nutricional ajudaram Robson e Elano no primeiro gol, o mesmo quanto a análise do scout, que, aliás, é apenas informação.

Mas mesmo com esse scout express já é possível levantarmos inúmeras questões, especular formas e variáveis que fazem com que esses pontos tenham sido destacados, e ai é que o papel de cada um, o capital intelectual, faz a diferença. O certo é que não podemos mais achar somente que as coisas acontecem ao acaso. O imprevisível é parte do futebol, e sempre será, porém, não podemos deixar de observar que algumas coisas se repetem, e mais do que isso, o que temos de fazer em relação a isso.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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