Porque o futebol não gosta de mudança?

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Olá amigos,

Hoje quero discutir com vocês algo que já comentamos em diversas situações: a dificuldade das pessoas, ou seria da instituição chamada futebol, em aceitar e lidar com as mudanças e com o novo.

Falamos essencialmente sobre a adoção da tecnologia na arbitragem, sobre a utilização destes recursos por parte de técnicos e dirigentes como ferramentas auxiliares. Refletimos ainda sobre tal receio ser observado não só com os recursos tecnológicos, mas com tudo que é novo em termos de processo e ações diferenciadas.

Comentamos ser, até certo ponto, natural do ser humano o medo de lidar com o desconhecido, como primeira reação antes de uma adaptação com ambientação e controle do novo. Mencionamos esse fato com o exemplo do dentista incorporado a seleção de 58 por Paulo Machado, que foi alvo de inúmeras críticas e hoje é reverenciado como o Marechal da Vitória, destacando dentre suas ações ter percebido a importância do tratamento das infecções dentárias dos jogadores para o desempenho naquela época.

Enfim falamos sobre o processo digestivo do impacto tecnológico, utilizando a expressão de Lima para compreender que é necessário um tempo para se digerir e acostumar com o novo.

Porém, o que observamos é que o mundo do futebol insiste em ir na contra-mão de todos os segmentos. E que me desculpem os mais conservadores, isso não é romantismo, isso é atraso.

Utilizo como referência o técnico interino Sergio Baresi do São Paulo. Na semana que vem farei novamente uma reflexão tendo como base o São Paulo, focando a questão de planejamento e troca de técnicos.

Em meio a todo o turbilhão que vive a equipe paulista, Sergio Baresi assumiu interinamente com a perspectiva e esperança que pudesse fazer o que Jorginho fez no Palmeiras na saída de Luxemburgo, e o que Andrade fez com Flamengo: se der certo vai ficando.

Porém, Sergio Baresi representa, comparando o que existe no mundo do futebol hoje, o novo. E como tudo que é novo, sofre com o impacto digestivo. E pior, não só dos costumeiros críticos de carteirinha, sofre críticas dos mais diversos segmentos, de dirigentes, de imprensa e dos próprios jogadores, pasmem.

Ilustram essas críticas, manchetes e reportagens que relatam que o técnico quis inventar num determinado jogo, um jogador que fala que demorou o treino inteiro para entender o que o técnico pedia, um dirigente que apóia sem apoiar. Enfim, na emergência recorre-se ao novo, porém, sem dar espaço para que ele possa desenvolver suas idéias, porque corre-se o risco do novo “contaminar” a estrutura velha e precária do futebol.

É assim com Baresi, é assim com a tecnologia, é assim com qualquer processo que traga inovação para o futebol, porque como diriam alguns: “processo é coisa de advogado e não do futebol.” Que os novos processos incorporados à prática e gestão do futebol possam inocentar-me.

Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br

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