Raridades devem ser celebradas

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Ontem pudemos ver uma bela festa no Pacaembu. Não necessariamente pela vitória do Palmeiras, mas principalmente pela comemoração em torno de São Marcos, que disputou sua partida de número 500 com a camisa do clube alviverde do Palestra Itália.

Sempre comentamos nesta coluna que vivemos tempos bem distintos de décadas passadas. Desde a decisão do caso Bosman, na Europa, com a consequente queda do conceito de “passe” gradativamente da Europa para o resto do mundo, o futebol vive tempos de grande comercialização e internacionalização de clubes, jogadores e até de seleções nacionais. O poder aquisitivo fala mais alto do que a identidade de atletas com seus clubes formadores.

A Fifa, sempre preocupada com os rumos que o futebol moderno toma e com possíveis efeitos indesejáveis desses rumos, patrocina uma campanha a favor da chamada “contractual stability” – estabilidade contratual. Esse conceito foi introduzido em seus regulamentos para incentivar que contratos sejam cumpridos. Veja que não estamos nem falando em permanência de jogadores por longos períodos nos clubes. A preocupação, dadas as circunstâncias, é focada no simples cumprimento de um contrato de um, dois ou três anos. Ou seja, os jogadores, nem nesses curtos períodos de contrato, tencionam a permanecer no clube empregador frente a uma proposta um pouco mais vantajosa (ou às vezes até menos vantajosa, mas com maiores perspectivas futuras).

Essa tendência, evidentemente, é compreensível. A carreira do jogador de futebol profissional é curta. Com 35 anos, qualquer profissional comum está em fase de amadurecimento. O jogador nessa idade já está em fase de aposentadoria.

Portanto, sem entrar na discussão do juízo de valores, gostaria de utilizar essa coluna para parabenizar todos aqueles que, diante de tantas dificuldades e tentações, são fiéis aos seus clubes de origem. Faço essa homenagem hoje em nome do Marcão, aproveitando o momento das justas comemorações pela marca alcançada de 500 jogos pelo Palmeiras. Mas, justiça seja feita, tantos outros merecem a lembrança. Essas são as “raridades a serem celebradas”.

Talvez esses exemplos possam servir para, ao menos, segurar nossos craques nos seus clubes de origem pelo período de formação, i.e., até os 21-23 anos. Para o bem dos clubes formadores, mas também, e principalmente, para o bem dos próprios atletas, que garantirão uma melhor formação pessoal e profissional, dentro e fora de campo, antes de se aventurarem a jogar em outros países.

E, finalmente, para o bem de todo o futebol brasileiro, que precisa emplacar a marca de seus campeonatos nacionais a nível mundial, como a individualidade do jogador brasileiro já conseguiu fazer.

Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br

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