Razão e sensibilidade

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Vivemos num mundo de excessos atualmente.

Tudo nos remete ao advérbio “muito”: comer muito rápido; o trânsito é muito lento; muita informação; muito futebol na TV; muita violência nas cidades e nos estádios; muita gente no mundo; muito trabalho; muita crise econômica.

Sobra pouco espaço para refletirmos sobre o “pouco” de que necessitamos para levar nossa existência adiante.

O “pouco” que podemos dedicar à nossa vida – e também a de outros ao nosso redor, como família, amigos e colegas de trabalho – faz muita diferença. Basta olhar com atenção e por em prática o conceito.

Nossos referenciais de qualidade foram deturpados, uma vez que, num brevíssimo espaço de tempo, ligou-se o turbo para que fôssemos impulsionados a viver tudo ao mesmo tempo, agora. Como se tivéssemos pouco tempo para experimentar o bem-viver.

Quando mais novo, lembro que a ânsia de viver as experiências existia. Mas tenho a sensação de que era mais sadia, havia tempo para aprender sobre ela.

Naquela época, comprava-se um disco da banda favorita e se escutava todo, para depois julgar se aquilo era bom ou ruim. Enfim, mais razão e mais sensibilidade para entender os sabores e dissabores do que fazíamos ou experimentávamos.

Hoje, tudo é efêmero. Inclusive nossas percepções sobre a vida, ao se tomar como base o futebol. Hoje, julga-se como um grande time, um grande jogador, um grande clube, uma grande pessoa. Amanhã, não mais.

Não à toa, existe um movimento organizado em torno do conceito “slow” – devagar. Comer mais devagar, fazer tudo na vida mais devagar, porém, melhor. 

Pude perceber que necessitamos de menos e melhor, não mais e pior, após ter passado uma semana em contato com a energia pura de crianças dedicadas ao futebol num acampamento temático.

Ali, a ideia do “menos é mais” faz absoluto sucesso, pois funciona quase que como um refúgio dos excessos mencionados a que se sujeitam todos os envolvidos – crianças e adultos.

Ainda mais nítida, resta a ideia de que buscamos paz – de diferentes formas, mas, todos, buscamos.

Na coluna de hoje, escrevo menos. Mas quero escrever melhor a cada dia.

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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