Variação do corredor e troca de faixa do jogo

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Em conversas rotineiras com meu amigo Lewis Maté Weschenfelder Heineck, treinador de Futsal, profundo conhecedor do jogo e das variadas possibilidades do jogar, dentre muitas temáticas, abordamos uma questão sobre as “variações do corredor e troca da faixa do jogo”. Desse diálogo surgiu essa coluna e possíveis ideias que podem balizar os processos de treinamento para o desenvolvimento dessas conjunturas funcionais.

Para uma equipe que quer usar a tríade bola-espaço-tempo como fomento das ações ofensivas, um dos seus objetivos é manipular a defesa adversária, explorando suas zonas mais desprovidas de proteção com o objetivo de chegar mais próximo a baliza e criar chances ótimas de gol, e isso, devido à organização/estruturação defensiva do adversário pode ser um processo lento, sistematizado e de muita paciência.

As conjunturas funcionais “variação do corredor” e “troca de faixa do jogo” são de vital importância para o ganho de espaço e a progressão do ataque. Elas procuram mudar constantemente o lado e a direção do ataque tanto horizontalmente quanto verticalmente, visando utilizar as costas verticalmente, o ponto cego (costas diagonal) e o lado contrário da defesa adversária, movendo e gerando desequilíbrios-fissuras posicionais utilizando-se de bola curtas, médias ou longas.

Para que essas conjunturas funcionais laborem realmente e ganhem vida dentro de um processo estabelecido, não se pode deixar de associá-las com a interação de microideias que nada mais são que a intenção-execução de passes. Esses podem conter várias distâncias (passe curtos, médios e longos) e várias superfícies (passes no chão, meia altura ou no alto). Abaixo as microideias:

 
Interação das microideias para a consolidação das conjunturas funcionais
 
                         Passes quebra-linhas  

Passes que produzem progressão no espaço defensivo adversário dentro de sua estrutura ou atrás dela, tendo por objetivo submeter cada vez mais verticalmente o adversário, permitindo um ganho de espaço e fazendo o ataque se aproximar cada vez mais nas proximidades da área adversária.

                         Passes de recomeço  

Passes que reiniciam o ataque voltando para trás e visam escolher os melhores instantes para reverticalizar e procuram pegar a defesa do adversário no processo de basculação vertical ou descompactação (saindo) ou desequilibrada do lado oposto.

                      Passes laterais ou diagonais  

Passes que procuram pontos cegos que procuram induzir os marcadores a trocarem constantemente o campo de visão, gerando desconforto/descontrole no gerenciamento de espaço defensivo.

 

Entendendo isso, o contexto e os jogadores disponíveis para a construção do jogar, pode-se utilizar 3 perfis de “jogo ofensivo” para explorar o desenvolvimento das questões acima:

Jogo posicional – Ocupação dos jogadores em distâncias-espaços relacionais com o objetivo de dominar e ganhar espaço/tempo. Visa transformar a equipe em uma homogeneidade/individual com inteligência e criatividade posicional.  Utiliza-se das três microideias acima em interação, tendo em conta a natureza interativa dos jogadores para originar superioridade posicional, fluidez na variação do corredor e troca de faixa do jogo, sempre com os jogadores dispostos em determinadas alturas no campo todo.

Jogo de sobre-carga – Criação de zonas de superioridade numérica que procura a atração com pequenos e médios passes diagonais, laterais e de recomeço. Busca após essa atração, rapidamente com um passe longo, a variação do corredor e troca de faixa do jogo, para assim pegar uma situação de igualdade numérica ou superioridade do lado contrário.

Jogo de contra-pressão – Forma de enviar passes quebra-linhas de uma maneira “forçada-organizada” para uma zona determinada com densidade numérica. Essa zona considerada “zona articulada de segunda bola” pretende explorar um passe lateral ou diagonal (médio ou longo) para o lado contrário da defesa e buscar zonas de igualdade ou superioridade numérica.

Vendo cada vez mais a evolução do jogo, algumas novas tendências do jogar nos diversos cantos do mundo, e o aperfeiçoamento das metodologias de treinamento para desenvolver o jogar pretendido, percebe-se cada vez mais a importância de se trabalhar conteúdos por muitas vezes negligenciados por suas particularidades mais detalhistas.

Esses conteúdos desenvolvem relações e interações menores que solidificam o corpo do jogar. Vários profissionais enxergam e comentam, mas por hora do treinamento, o desenho colocado em prática por vezes não abarca uma relação minuciosa e propensa para o aparecimento rotineiro das situações. E essa é uma das facetas mais sensíveis do treinamento: delinear potenciais exercícios meticulosos que realmente estimulem o jogar pretendido respeitando a interação dos jogadores dentro da ideia.

Abraços e até a próxima quarta!

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