Buscando maior receptividade e boas condutas em sociedade, o comitê olímpico começou uma campanha que visa conscientizar e estimular a sociedade, visto que o Brasil estará muito mais exposto nos próximos anos.

Consciência social e urbana não se cria de um dia para o outro, então para a Copa, estimo que devemos passar por grandes problemas. O Brasil é, sem dúvidas, um povo hospitaleiro, mas nem sempre respeitoso e educado. Portanto, a organização da Copa, vinda do governo ou dos comitês locais, deveriam ter começado este tipo de campanha há certo tempo, conseguindo um resultado maior com um custo baixo.

Limpeza urbana, respeito e auxílio aos mais velhos, oferecimento de caronas e ajuda com informações para pessoas perdidas são orientações que serão abrangidas.

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No site do Rio 2016, você pode preencher um quiz que dirá seu perfil de voluntário, já dando algumas dicas do que é natural da pessoa que gosta de ajudar e marcar seu nível no voluntariômetro. Embora ainda esteja mais limitado aos voluntários, podemos esperar que esses conselhos se dissipem mais nas redes sociais.  Ao longos dos próximos 12 meses, histórias serão lançadas no site, de forma bem didática, para abranger boa parte da população.

Na Copa 2006, na Alemanha, a população também recebeu instruções prévias preparando a população (conhecida como seca e não muito hospitaleira) a receber tantos turistas. Dentre as recomendações que eles receberam estavam enfeitar suas casas, aprender idiomas, manter a limpeza urbana e se apresentar bem. No caso, uma velhinha foi a cara da campanha, passando uma imagem de conselho de mãe, conselho de vó.

Segundo notícias depois da Copa, o povo alemão se desvencilhou muito da imagem que tinham por uma mais simpática e amigável.

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*As opiniões do blog são de inteira responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do Portal 2014.

 Documentário “Fla x Flu” registra a rivalidade saudável

17 de outubro de 2013 por Lilian de Oliveira | Sugestões

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O maior clássico do futebol brasileiro é registrado através de depoimentos passionais, que valorizam a saudável rivalidade entre os torcedores e jogadores do Flamengo e Fluminense.

Com 85 minutos de uma contagiante disputa por meio de histórias, títulos e provocações, o documentário registra a paixão pelos clubes, o clássico, memórias do maracanã antigo, da torcida antes das regras e enaltece ídolos como Assis e Zico.

A pré estreia aconteceu nesta última quinta (10/10) no Museu do Futebol, com direito a debate após a exibição onde foram colocadas em pauta as várias mudanças nos estádios, a importância dos campeonatos estaduais e o valor da rivalidade saudável.

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O documentário ainda não tem data exata para ser lançado para o público, mas estima-se que possa ser exibido para o grande público a partir do fim deste mês.

Não é um documentário técnico, sobre lances e narrações, mas sobre o amor ao futebol e ao seu clube com o suporte de lindas imagens históricas e de gols memoráveias e polêmicos. Não é recomendado somente a flas e flus, nem mesmo somente a cariocas ou fluminenses ou amantes do futebol. É um trabalho para ser visto de deliciado por todos, mesmo sem gostar do esporte, afinal, faz-se compreender a importância social do esporte ao longo dos anos.

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 Você não é contra a Copa!

1 de julho de 2013 por Lilian de Oliveira | Sem categoria

Em tempos de grandes e importantíssimas manifestações por todo o país, tudo ganha grande proporção, sejam causas corretas, quanto equivocadas, vandalismo, como boas e geniais posturas. É a situação que a nossa comunicação atual, por meio de mídias sociais sem fontes e repleta de ‘achismos’, veículos jornalísticos parciais e pela velocidade das informações, que os pensamentos em massa naturalmente se disseminam.

Durante a maioria das manifestações a Copa do Mundo foi mencionada como um evento descartável pela população. Justo! Ao menos do ponto de vista de que temos urgências muito maiores no país e que todos conhecem. Eu mesma nunca achei o país preparado para um evento destes, mas o Brasil queria – ao menos os políticos. E depois vieram as Olimpíadas! Não podia! É muita coisa para uma população e governo despreparados.

A Copa tem seus benefícios pois junto vêm investimentos particulares interessantes para o desenvolvimento do país. Inegável, mas temos nossa tradicional corrupção. Um comitê de transparência era divulgado logo que o Brasil foi escolhido como sede, mas os custos dos estádios foram aumentando exorbitantemente, sem pudor.

Lembro-me muito bem no fim de Outubro de 2007, muitas pessoas comemorando, outras reclamando – eu era uma dessas. Eis que a FIFA anuncia. Está feito, o Brasil implorou pelo evento da FIFA. Ele conseguiu. E assinou um termo de cumprimento das ‘regras’ e padrões de qualidade do evento. Que façamos o melhor então. Que possamos tirar o maior proveito possível em todas as áreas. Afinal, com o evento, o Brasil poderia se projetar como um país sustentável (lema), hospitaleiro, atrair investimentos, baratear tecnologias. Mas temos nossa política, aquela, corrupta.

Era a hora! Outubro de 2007, o momento de uma manifestação do porte da que temos hoje nas ruas. Nada!

São tantos os benefícios que um país pode ter com um evento desse porte, até mesmo uma reformulação urbana, como fez Barcelona com as Olimpíadas. Só dependia do país aproveitar essa visualização mundial para atrair investidores internacionais, desengavetar projetos, criar concursos nacionais e/ou internacionais que trouxessem novas posturas e iniciativas e soluções para a cidade e para o país.

Mas temos a nossa tradicional corrupção. Desde escolhas de cidade-sede estranhas como São Lourenço da Mata, PE, ou projetos de estádios trocados repentinamente como em Cuiabá já levantavam suspeitas. E então os custos de todas as obras aumentavam, dobravam, enquanto víamos projetos sendo realizados mais rapidamente em outros países por custos muito menores.  Temos o problema dos altíssimos impostos e de estar longe de vários fornecedores de materiais contemporâneos e tecnológicos que transformariam nossos estádios e cumpririam o que o Brasil prometeu à FIFA, mas os custos superam tudo isso.

Veio Romário como uma surpresa com a exposição de Teixeira, mas não passou muito disso. O dinheiro foi embora, os investimentos privados vieram e ainda virão, mas poderiam ser muito maiores em valor e quantidade. Mas os investimentos públicos que teriam que ser feitos ainda estão parados, outros nem começaram. Se começarem, terão verbas extrapoladas novamente. É a nossa tradicional corrupção.

Várias manifestações se dirigiram às portas dos estádios durante os jogos da Copa das Confederações mobilizando-se contra inúmeras causas e contra a Copa. Teve até manifestação na cerimônia de encerramento.

A Copa do Mundo trouxe, sim, pequenos investimentos em educação através de instrução de prestadores de serviço através do Secopa, trouxe cursos de idiomas iniciais, mas mostra a esses profissionais a importância em se educar e a atender diversos públicos e culturas. Trouxe investimentos em pesquisa de empresas privadas, como, por exemplo, a Giroflex-forma, que desenvolveu através de pesquisa própria um material de garrafas PET recicladas que cumpre e supera as exigências da FIFA, mantendo durabilidade e resistência que antes não cumpriam. Este tecido foi utilizado em cadeiras VIPS do Maracanã e se o governo souber aproveitar, pode ser estendido a equipamentos públicos, incluindo ônibus, diminuindo custos e mantendo a segurança já que não é inflamável – é avanço, desenvolvimento, inovação. Selos LEED de sustentabilidade foram conquistados e agora projetos privados também buscam sustentabilidade por todo o país – é conscientização ambiental.

Mais um engano da massa é o incentivo fiscal do projeto do Corinthians, também polemizado. O projeto de equipamento esportivo se beneficiou de um incentivo previsto em lei, assim como outras leis viabilizam e incentivam o restauro, os investimentos em cultura de grande, e principalmente, pequeno porte. São leis que incentivam o privado a investir em regiões ou serviços estratégicos. São benefícios que estão lá previstos, para qualquer um que queira investir, basta seguir as exigências e zoneamento. No caso de Itaquera, tem que ser feito o serviço de iluminação, pavimentação e acesso do entorno. Se não fosse o projeto, deveria ser responsabilidade do governo e sabemos muito bem que o governo não tem interesse em investir na Zona Leste. A escolha dessa região para o estádio jogou o interesse para o setor privado. Cabe agora a nossa política fiscalizar e não deixar que se faça mais obras como o shopping JK Iguatemi, em SP, com promessas de entorno sem ser cumpridas e inaugurado mesmo assim.

É a nossa tradicional política corrupta ‘aceita’ por anos a fio que geraram inúmeras obras e licitações fraudulentas, direcionadas e/ou superfaturadas como pontes, estradas, transposição do rio São Francisco, tarifas e também outras obras públicas como hospitais e escolas, compra de equipamentos hospitalares e policiais, ambulâncias, contratação de funcionários fantasmas, serviços não prestados, mas pagos. A Copa do Mundo, ou melhor, os estádios, foram só mais instrumentos para a corrupção. A Copa tem benefícios, talvez não diretamente a você, mas ele viria diretamente a comerciantes, restaurantes, hotéis, companhias aéreas, empresas locais que fornecem tecnologia ou serviços de manutenção, pedreiros e vários profissionais da construção civil, ambulantes, todo o turismo (incluindo artesãos), motoristas, taxistas, tradutores, pesquisadores, fotógrafos, designers, entre muitos outros. Tudo isso desenvolve o país, faz com que cada um aprimore sua área, melhorando a cidade como um todo. Indiretamente chega a você. A Copa traria, se não fosse a corrupção, investimentos urbanos de primeira, não passaria por cima de direitos humanos como no caso das desapropriações próximas ao estádio de Itaquera, afinal, a FIFA não pediu essa solução específica, nem mesmo tinha pedido em Itaquera, só não concordou com o absurdo do Morumbi. A cidade é responsável pela sua posição. A Copa ainda vai trazer benefícios ao país indiretamente, caso aconteça com sucesso e empresas consigam trazer fábricas para cá, barateando custos para o nosso desenvolvimento tecnológico e da construção civil. Trará turistas por anos e anos graças a nossa hospitalidade. Isso é importante, a Itália, por exemplo, tem grande parte do seu PIB proveniente do turismo, e o Brasil, do tamanho que é, com a diversidade que tem, lucra pouco com o setor.

Você não é contra a Copa! Você é contra a corrupção, mais uma vez.

Seja contra o aumento de tarifas, contra os custos da Copa que foram muito além do previsto, contra o mensalão, contra o nosso atual sistema político e impunidade. Não é contra um evento esportivo, não é contra a FIFA, não é ela a vilã. Não é boicotando o evento que se corrigirá a moral na política. Manifestar no evento é um tiro no pé, não necessariamente no seu, mas no país, nos que lucrarão durante o mês do evento como nos anos seguintes com retorno do público e com as Olimpíadas. Devemos continuar com as manifestações com ordem, ou seja, não nos eventos, isso não pune políticos.

Não estou aqui para botar as mãos no fogo pela FIFA, mas ao ler o manual de requerimentos da FIFA, vemos que hospitais de qualidade são requeridos nas proximidades dos estádios, segurança e iluminação pública são exigidas, assim como o acesso aos estádios, ou seja, investimentos públicos ou privados (tanto faz) em aeroportos, calçadas, rodoviárias, trens, metrôs, avenidas – mas a FIFA quer ver a cidade funcionando, para seu evento e para legado. Porém, apesar de firmar o acordo com a FIFA, o país se limitou aos estádios, fazendo pouco caso do investimento urbano, mesmo com discussões proveitosas ao longo dos anos. Não é culpa da FIFA, ela nem mesmo requer tanto, ela sugere muito, em benefício do país e do evento. É isso que faz aumentar o interesse dos países em sediar o seu evento. A Copa é o produto, e o nosso país lutou para conseguir essa oportunidade que há anos tem sido jogada fora. Adivinhe por quem?

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Ontem, dia 12 de Setembro, aconteceu o Congresso de Segurança, realizado pela FIESP.  O intuito do evento era demonstrar técnicas  de segurança usadas em situações caóticas, como o esforço do exército brasileiro no Haiti, a experiência da África do Sul com a segurança e o combate ao terrorismo Internacional com experiência em Israel.

O General Luiz Guilherme Paul Cruz,  discursou sobre as técnicas no Haiti dando suma importância à parceria com instituições locais para que haja uma ajuda inicial, mas que depois estas instituições possam encabeçar e dar continuidade à programas sociais.

Essa questão serve de exemplo para a segurança no Brasil, que deve se organizar muito e rápido já que sediará tanto a Copa do Mundo 2014 e os Jogos Olímpicos 2016. No Brasil o policiamento é muito segmentado, sendo de controle estadual e não totalmente integrado e esse é um bom ponto a ser questionado.

A palestra dada por Ben Groenewald, Major general da polícia da África do Sul e alto membro da Comissão de Segurança da Copa do Mundo 2010, tratou exclusivamente da experiência do país com o planejamento de segurança para o mega evento.  Após uma apresentação mostrando a extensa abrangência do planejamento para a Copa do Mundo 2010, questionei Groenewald sobre os inúmeros casos de furtos dentro e fora do estádio, problemas com quedas de energia no Ellis Park, greves de policiamento, furtos de bagagem em aeroportos e acesso aos jogos sem ingressos, mesmo com todo o planejamento e onde foi o erro nesse processo todo. O Major General mencionou que um dos erros da Polícia sul-africana foi o raio de 1.8Km em torno dos estádios. Além disso, culpou o Comitê local e a segurança privada por falta de treinamento adequado.

Além disso, Groenewald comentou sobre as divergências entre o policiamento local e suas legislações e as exigências da FIFA. Segundo ele, alguns requerimentos da FIFA queriam passar por cima das leis sulafricanas. O conselho que Groenewald deu, é que as exigências da organização sirvam como diretrizes, mas que mantenhamos as nossas leis. O caso com o qual exemplificou era a cerveja Budweiser que servia em garrafas de vidro, proibida nos estádios da África do Sul. Com divergências, a África do Sul, fez com que a Budweiser desenvolvesse garrafas plásticas para servir suas cervejas. O Major General também mencionou que a FIFA parece estar revisando seus requerimentos e aconselha que o Brasil se antecipe em vê-las para evitar conflitos maiores no futuro.

O Brasil ainda está em fase de estruturação em todos os sentidos e esse é um bom momento para considerar essas experiências.

Segundo o policial sul-africano, o investimento em segurança foi de 1.3 bilhões de rand (moeda sul-africana), e que metade desse orçamento foi destinado exclusivamente a equipamentos e que hoje isso permaneceu para uma luta contínua contra o crime. Já para o oficial Paul Cruz, o legado tão questionado e poder levar o policiamento nacional a outro patamar.

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Exatamente um ano antes da abertura dos jogos Olímpicos em Londres, a organização faz a comemoração entitulada #1yeartogo.

A partir de agora, passam a ser contados os dias e não anos para a cerimônia que dá início ao próximo evento. Por este motivo, uma série de comemorações foram oficializadas.

O projeto do parque aquático foi concluído em tempo e sem aumento de custos, e é motivo de orgulho de todos (Leia mais). Além disso, recentemente (8 de  junho) foi lançado o design da tocha olímpica para 2012.

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E para os que gostam de estádios, arquitetura e eventos olímpicos, foi aberta uma promoção que dará uma visita guiada ao parque olímpico. Para participar, basta acertar a resposta da pergunta: Onde será realizada a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2012 – London? Dentre os que acertarem o estádio correto,  será feito o sorteio. (Leia as regras aqui)

E tem mais novidade! Hoje, às 19:30 (londres) será anunciado o design das medalhas.

Para ter sempre as novidades e melhores oportunidades sobre os jogos, assine as newsletter no site oficial.

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 Brasil: um país carente de postura olímpica

5 de março de 2011 por Lilian de Oliveira | Infra-estrutura Esportiva
Um país que deseja ser sede dos Jogos Olímpicos deveria ter, em sua proposta de candidatura, um projeto de  incentivo às modalidades esportivas de forma mais abrangente. O Brasil, por exemplo, é praticamente só futebol, vôlei, vôlei de praia, basquete. Ultimamente, atletismo, ginástica olímpica e natação tem ganhado um pouco de espaço. Fato é que muitas modalidades, principalmente as consideradas individuais, sofrem com apoio, principalmente do poder público.

É por conta de um caso próximo a mim que resolvi escrever este post. O caso – na verdade um descaso – aconteceu com a lutadora de Muay Thai, Istela Nunes*. Apesar de não ser um esporte presente nas olimpíadas, representa as minorias e o descaso do poder público, da mesma forma que acontece com outras modalidades até mesmo as olímpicas.

A atleta em questão, Istela Nunes, atual campeã brasileira, e invicta há quatro anos foi, este ano, convidada a lutar o mundial de muay thai, em Bangkok, Thailândia, no próximo dia 10 de Março. No entanto, com promessas não cumpridas pelo poder público, a atleta não conseguiu o patrocínio que seria garantido caso a equipe da atleta conseguisse prorrogar o prazo para reserva de hotel e passagem aérea junto à delegação brasileira – que levará ao evento atletas amadores também. Com o prazo extendido, beirando a data da viagem, o patrocínio foi negado, impossibilitando não só a atleta de buscar o título inédito para o Brasil, como também de uma outra atleta substituir Istela para ao menos representar o país. Istela está com um preparo físico incomparável e impecável, com todos os documentos prontos e vacinas tomadas e, agora, com uma lacuna em sua carreira profissional. A delegação vai sem uma representante profissional na modalidade, pois a única verba arrecadada veio por meio de membros da academia onde treina (Strickers Mori Team, em Atibaia) e com eventos de muay thai e seria usada para a hospedagem. A equipe buscou apoio de deputado federal, vereadores da cidade, comitê olímpico e de comércio locais, divulgando a atleta em diversas mídias (impressa, escrita e televisiva). No entanto, nada significativo foi conseguido.

E não é só a questão de patrocínios, apoios aos atletas, mas também no ponto de vista de equipamentos públicos. Quantos tatames, quadras de tênis, campos de golf, rings de boxe, pistas de ciclismo públicos podemos contar? Como podemos ser um país Olímpico sem nem mesmo metade das modalidades tem incentivos para que o esporte se desenvolva. A Olimpíada serve também para um despertar de interesse na população. Mas como um interessado pode começar a treinar se não tem perspectiva de carreira ou meramente com equipamentos públicos. E não importa se são esportes considerados elitistas como tênis, esgrima, hipismo, ou mais simples como o ciclismo ou o boxe. O que importa é que o poder público no Brasil, hoje não democratiza nem trabalha por facilitar o acesso ao esporte, muito menos pelo desenvolvimento dele.
* Quem quiser conhecer a atleta, Istela Nunes, Clique aqui para ver os Highlights

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Sempre menciono o quanto concursos públicos de arquitetura proporcionam grandes projetos à sociedade. Além de grandes soluções arquitetônicas e novas idéias, um concurso público democratiza o acesso a essas obras, sem direcionismo (contrário ao que foi feito com a Copa do Mundo 2014).

Fora do Brasil é muito comum ter concursos deste tipo para grandes projetos como estádios, projetos urbanísticos e, principalmente, obras públicas. Nada mais justo, afinal, se a verba é pública, que o projeto dê a liberdade de qualquer profissional apresentar sua proposta. Assim, a melhor opção é escolhida.

O estádio em questão, é fruto de um concurso internacional  para um estádio em Marrocos e o projeto vencedor é da Scau com a ArchiDesign, com um desenvolvimento arquitetônico que traz soluções climáticas através de um jardim interno e da estrutura do revestimento/cobertura do estádio.

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Com uma capacidade de 80.000, não muito recomendável atualmente pela viabilidade financeira, foi usada a cobertura como a chave para a definições do projeto e redução no custos com a manutenção do estádio.

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A cobertura é, pela minha percepção, inspirada na arquitetura islâmica, particularmente no ‘muxarabi’, elemento muito utilizado nessa arquitetura. O leque, que circunda todo o estádio, tem suas lâminas trabalhas de forma a filtrar a iluminação natural. Essa estratégia possibilita reduções de custo com iluminação e ventilação artificial. A forma como cada uma dessas lâminas é posicionada, deixando esses espaços abertos entre uma e outra, demarca acessos no pavimento térreo e ainda permite uma ventilação natural e eficiente.

A iluminação proporcionada por essa técnica é suficiente para a criação de um jardim interno, que também ajuda a criar um ambiente menos árido, mais agradável, como um oásis. O paisagismo, no caso, também é uma forma de definir e, principalmente, destacar os acessos, facilitando a segurança também em casos de emergência.

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Outro problema comum que a cobertura resolve ou, ao menos, suaviza, é a iluminação do gramado. Geralmente, quando a cobertura quando projetada cobre toda a arquibancada (veja o corte abaixo)  , o gramado acaba sofrendo por ter uma iluminação defasada em algumas partes do campo.

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Neste caso, da mesma forma a luz natural é filtrada e permite que o gramado receba uma certa quantidade de luz – suavizando também a intensidade da sombra no campo, que ainda pode prejudicar um pouco na transmissão televisiva das partidas.

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A previsão de conclusão é para 2013, mostrando que mais uma vez, o Brasil perde oportunidades de inovar, mostrar trabalho em sustentabilidade, principalmente se essa é (ou ao menos era) a grande intenção de colocar o país como líder no setor, ditando regras, tendências e tecnologia nessa área. Vamos torcer para que alguma infra-estrutura urbana agora, que venha através da Copa, seja feita através de concursos públicos de arquitetura. Só temos bons exemplos que vieram dessa forma.

Fonte de dados e imagens:

Inhabitat

Design Boom

Eco Friend

*Leia Mais sobre o Muxarabi em artigo que escrevi para a Al Nur, gazeta árabe brasileira

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Mais de dois meses  após o término do mundial e muitos voluntários ainda não receberam seus pagamentos.

Antes de se tornar voluntário, todo candidato assina um contrato com a FIFA, onde são detalhadas as suas obrigações e compromissos e onde deixa claro tudo o que a FIFA e o comitê Local de Organização se compromete a fazer pelo voluntariado.

Depois de selecionados, os voluntários da Copa 2010, na África do Sul, recebem uma carta aos voluntários internacionais (Letter to International Volunteers). Veja imagem abaixo.

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O Stipend, onde grifei de verde, é o pagamento que cada voluntário recebe. Conforme este termo,  recebem esse ’stipend’, os voluntários que cumpriram seus turnos, independente da carga horária, recebendo R100 (rands – moeda sul-africana), equivalente a cerca de R$25,00, por dia de trabalho, ao término do evento.

Alguns voluntários internacionais receberam o pagamento ainda na África do Sul, dependendo da organização de cada cidade. E cada cidade adotou uma forma de pagamento (cartão para saque, depósito em conta ou dinheiro vivo). Na cidade de Johannesburgo, alguns receberam em dinheiro outros receberiam diretamente na conta. Os que receberam ainda em território sul-africano foram taxados em 25%. A justificativa era que todo o trabalho prestado na África do Sul, teria essa taxa a ser cobrada. No entanto, voluntários internacionais de outras cidades não tiveram essa taxa deduzida, pois, segundo a legislação sul-africana, o turista internacional recebe de volta os impostos pagos.

Os responsáveis pelo programa de voluntários do Soccer City (não é o comitê local de organização – LOC), em Johannesburg, enviaram um email geral aos internacionais com um exemplo a ser seguido para que falássemos os dias trabalhados, os valores devidos e/ou as taxas cobradas indevidamente.

Alguns dos voluntários foram taxados também nos valores de comida (não fornecida no início do trabalho voluntários) – o que é incabível – e alguns não receberam seus certificados e os “gift bags”.  Segundo a organização, os certificados foram postados semana passada.

No email com a formatação sugerida pelos responsáveis pelo voluntariado, cada reclamante deveria colocar seus dados bancários e valores e encaminhar o email aos responsáveis. Ao término, na própria sugestão continha o texto:

I sincerely hope that the above matter(s) will be addressed by 24 September 2010 as this is long overdue. Should this email go unanswered, I am willing to escalate the situation, including contacting other Organising Committee members, FIFA members and my local and international media outlets“.

Eu sinceramente espero que o requerido acima seja enviado até 24 de Setembro de 2010, já que já está muito atrasado. Se esse email não for respondido,  estarei disposta a relatar a situação, incluindo  contatar outros membros do Comitê de Organização, membros da FIFA e a minha mídia local e mídias internacionais.”

Até hoje, dia 24 de Setembro, nenhuma resposta foi dada aos voluntários que preencheram esse ‘formulário’ de reclamação e nenhum dinheiro foi depositado na conta fornecida.

Voluntários sul-africanos sofriam e protestavam com a organização sul-africana, que raramente dava informações, dizendo sempre não saber como seria pago e adiando sempre os pagamentos.

Em Agosto, foi reportado pelo site News24.com a falta de pagamento aos sul-africanos e a indignação dos mesmos. Hoje, segundo reportagem outra reportagem, o coordenador do programa de voluntários, Onke Mjo, diz que cerca de 10.000 dos 15.ooo voluntários ainda não receberam seus ’stipends’. Diz também que os voluntários internacionais já receberam o dinheiro por não ter como sacar do cartão FNB fornecido, o que, de fato, é mentira. Somente alguns receberam e sob as taxas indevidas.

A desorganização da Copa 2010, foi tamanha que nem mesmo uniforme completo alguns voluntários receberam. Além disso, nenhum voluntário recebeu luvas, como prometido, mesmo com o frio intenso. Informativos aos próprios voluntários eram disponibilizados em algumas cidades e em outras não.

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Acima, kit fornecido para voluntários em Cape Town.  Em Johannesburg, foi distribuído um guia de bolso somente.

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 Iluminação em estádios

24 de setembro de 2010 por Lilian de Oliveira | Copa do Mundo 2010, Infra-estrutura Esportiva

Sempre vemos problemas de iluminação em estádios. Não pode ocorrer uma parte pouco iluminada no campo, há uma quantidade de lux (medida) estipulada pela FIFA para a prática do esporte e há preocupações que devem ser consideradas na hora de projetar um estádio para que não haja problemas como o que vimos na África do Sul onde parte do Ellis Park, em Johannesburg, não acendia (resultando em acessos livres nas catracas, parte dos camarotes sem luz por um tempo e um dos telões desligados – foto abaixo).

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Acima, Brasil x Korea DPR, no Ellis Park, onde falha fez com que um dos telões ficasse desligado durante toda a partida. Foto por Lilian de Oliveira

Foi atrás de algumas informações mais técnicas, sobre sustentabilidade, inovações e outras questões, que entrei em contato com a Philips para saber das tecnologias e do que é mais adequado para os estádios. Quem me respondeu foi Welinfton Tardivo, Engenheiro Eletricista, do departamento de Vendas com projetos de embelezamento urbano e  áreas esportivas.

– Considerando a eficiência e a sustentabilidade, qual é o tipo mais adequado de lâmpadas para a iluminação do campo nos estádios?

RESPOSTA: as lâmpadas de vapor metálico ainda são as mais eficientes para iluminação esportiva. A PHILIPS desenvolveu para áreas esportivas o projetor Arena Vision que possui lâmpada vapor metálico com alto índice de reprodução de cores (acima de 90) e temperatura de cor luz do dia (5600 K), perfeito sistema para eventos televisionados. Além disso, esta tecnologia é a mais eficiente comparada com os demais equipamentos do mercado de iluminação de estádios e, se bem alinhada com o projeto luminotécnico, pode diminuir em grande número a quantidade de projetores a serem utilizados em um campo. Desta maneira, podemos ter menos potência instalada, consumo de energia, quantidade de cabos, disjuntores, transformadores, peso na estrutura metálica, contribuindo assim, diretamente com a sustentabilidade e eficiência energética de uma arena multiuso.

- Há algum tipo de tecnologia nova que podemos esperar encontrar ou que podemos ter barateada, no Brasil, através do uso em estádios?

RESPOSTA: Para 2014 poderemos ter um conceito chamado de PHILIPS Arena Experience. Esta é uma solução completa já integrada em iluminação esportiva, arquitetural, de efeito, de interiores, com telões de LEDs, telas digitais, TVs e displays, além da publicação de conteúdo e integração de mídia. Este conceito tem a finalidade de maximizar as fontes de renda do estádio/clube de futebol, assegurar renda de transmissão de imagem, flexibilizar o uso das dependências do estádio todos os dias do ano, aumentar o retorno dos patrocinadores através do acréscimo de produtos e serviços e gerar aos torcedores e público experiências inesquecíveis todas as vezes que estes retornam a este estádio.

- Alguns estádios tem sua iluminação externa feita com LEDs, tanto na fachada em si, como a iluminação geral de qualquer monumento. No Brasil, os LEDs ainda tem custo elevado. Há a possibilidade de ter uma queda no preço até a Copa, diminuindo assim o impacto ambiental causado por toda a iluminação?

RESPOSTA: com o aumento da demanda, o custo dos LEDs tem diminuído bastante. Só não podemos confundir qualidade e custo.

- No Brasil é feita a produção de LEDs ou toda a tecnologia é importada? Caso seja importada, há alguma previsão ou intenção de se fabricar no país? Quando?

RESPOSTA (adaptada): Adquirimos os chamados Lumileds e fabricamos as luminárias com estas fontes de luz. No Brasil, fabrica-se algumas luminárias com LEDs para interiores e para iluminação pública.

- Para iluminação interna do estádio (áreas de circulação, áreas de serviços como administração, diretoria, marketing, sanitários, etc.), qual o tipo de lâmpada mais adequado?

RESPOSTA: para esta aplicação já possuímos equipamentos em LEDs que são mais eficientes que fontes de luz fluorescentes e incandescentes que ainda são bastante utilizadas.

- Qual a tecnologia mais avançada em termos de sustentabilidade que temos hoje por todo o mundo? Há alguma possibilidade de trazer essa tecnologia para o Brasil para ser utilizada nos estádios da Copa?

RESPOSTA: o ideal é utilizarmos tecnologias mais eficientes com controle de acesso, luminosidade, integrada com outras soluções também eficientes afim de reduzir o consumo de energia e aumentar a vida útil de todo o sistema. Estas questões de sustentabilidade e eficiência energética são recomendações da FIFA para a Copa de 2014.

- Podemos ver algo novo em iluminação pública ou em estádios para a Copa 2014 ou Olimpíadas 2016? Alguma tecnologia em telões de alta definição que pode ser desenvolvida até estas datas?

RESPOSTA: Com certeza será possível termos tecnologias em LEDs para iluminação pública, ao redor dos estádios, nas áreas internas para a Copa 2014 e Rio 2016. Este tipo de tecnologia não é mais o futuro e sim o presente!!! Em relação aos painéis, a PHILIPS já é fabricante há mais de 20 anos e sem dúvida estará presente nestes eventos esportivos.

Há várias opções de posicionamento, tipos de luminárias a serem escolhidas conforme a arquitetura. A Copa 2010 foi exemplo disso. Podemos ver nas fotos abaixo as diferenças. Em Durban e Cape Town, devido à diferença arquitetônica da cobertura, o posicionamento é diferenciado. No entanto, linear, ao longo de toda a extensão. Já no Soccer City e no Ellis Park,  em Johannesburg, foram dispostas em pontos estratégicos. No Soccer city nas ‘curvas’ e centro e, no Ellis Park, no centro.

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Acima à esquerda: Moses Mabhida Stadium (Durban), foto por Antonio Beltrán. À direita, Greenpoint Stadium, (Cape Town), foto por Marcella Arcuri

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Acima, fotos do Soccer City (Johannesburg), por Natália Chacon

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Acima, foto do Ellis Park (Johannesburg)

Ainda sobre a iluminação externa do estádio (fachadas), públic, de emergência a e ainda de fluxos (direcional para acesso do público) são questões que salientarei num futuro post.

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Entre os dia 19 e 25 de Setembro acontece a edição 2010 do Homeless World Cup, evento este que elabora um campeonato de futebol com pessoas desabrigadas. Este ano 47 países estão na disputa.

O evento já passou por vários países e, finalmente, chega ao Brasil. O Rio de janeiro foi escolhido como sede em 2010, mais exatamente na praia de Copacabana.

A organização ainda está em busca de novas doações, tentando atingir £6,000.00.

Para saber mais sobre o evento, ver fotos, saber sobre como participar ou fazer doações, acesse o site oficial.

Leia mais:

Homeless World Cup – Futebol com função social

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