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Dois temas têm ocupado o espaço nas conversas de boa parcela dos brasileiros nos últimos tempos.
 
Um dos temas centrais, neste período eleitoral, como não poderia deixar de ser, refere-se à preocupação sobre a forma mais adequada de se buscar dias melhores para todos nós e a construção de uma sociedade mais desenvolvida e justa. Por conseqüência, discutimos como podemos escolher melhores representantes políticos que sejam capazes de contribuir para a superação da atual situação de nossa economia, política, cultura, educação e saúde.
 
Outro tema, principalmente para aqueles que gostam e acompanham o futebol, tem sido sobre a possibilidade de o Brasil poder ou não sediar a realização da Copa do Mundo de 2014.
 
Embora os temas pareçam diferentes são, na verdade, bastante convergentes.
 
A política como ciência, arte e atividade que interfere nas condições básicas da existência humana, deveria estar presente, pelo menos como pano de fundo, na maior parte dos temas que elegemos para debater.
 
Lamento quando ouço pessoas dizerem que tem nojo de política e que não querem discuti-la. Na verdade poderiam dizer que têm nojo dos políticos que desempenham mal o seu papel, sem ética e sem competência. Mas nunca dizerem que desprezam a política em si.
 
Como nos ensina o dramaturgo, poeta e pensador alemão Bertolt Brecht, o pior analfabeto é o analfabeto político, pois não é capaz de ler criticamente as condições sociais que interferem em quase todos os setores e aspectos de nossas vidas, e com isso se incapacita no sentido de ajudar na superação deste estado de coisas.
 
Evidentemente podemos discutir se o São Paulo ou o Grêmio vão ser campeões brasileiros ou se Corinthians ou Flamengo vão ser rebaixados para a Série B, sem que isso tenha qualquer conotação política. Entretanto seria ingênuo querer discutir sobre a estrutura e destino do nosso futebol e dos próprios clubes, sem entendermos minimamente os meandros políticos que costuram nossas relações institucionais e sociais.
 
 

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