Entre 2000 e 2003, o Real Madrid lançou o mais audacioso projeto de marketing do futebol mundial. Desde que Florentino Pérez assumiu o controle do clube mais vitorioso do planeta, eleito o melhor do século 20, o Real transformou a história de como gerir de forma empresarial um clube de futebol.
No clube que já tinha Raúl, um dos maiores ícones da seleção espanhola, era preciso sempre se preocupar e contentar com os melhores.
Primeiro foi Figo, astro do Barcelona e um dos maiores jogadores da história de Portugal. No ano seguinte foi a vez de Zidane, o melhor jogador da seleção francesa. Na seqüência foi a vez de Ronaldo, o maior artilheiro das Copas do Mundo. E, por fim, o inglês David Beckham, o maior craque-propaganda que o planeta bola tem registro.
O fato de ter os cinco jogadores mais badalados do mundo na mesma equipe fez do Real Madrid não a maior potência esportiva do planeta, mas sim a maior força econômica do futebol em menos de três anos.
Principalmente depois que David Beckham assumiu a camisa 23 do Real que o clube aumentou substancialmente suas vendas, a ponto de ultrapassar o Manchester United como o clube mais rico do mundo.
Beckham desembarcou em Madri em 2003. Junto com ele, a esperança de que o clube faturasse ainda mais, tanto em dinheiro quanto em troféus. Desde que Beckham vestiu o manto sagrado madridista que o clube não faturou mais nenhum título. Ao mesmo tempo, porém, o Real consolidou-se como a entidade esportiva mais rica da face da terra.
Só que agora esse projeto ruiu. Pérez deixou o clube em 2006, em meio a uma crise pela ausência de títulos, apesar da excelente saúde financeira do clube. Desde então, o Real tenta voltar a ser o poderoso Real nove vezes campeão da Europa. Após a Copa do Mundo, Fabio Capello, o mais badalado treinador da Itália, foi contratado.
Em menos de meio ano, Capello acabou com a galáxia do Real. As saídas de Beckham e Ronaldo confirmam o fim da era de investimentos pensando primeiro na exploração comercial do atleta e depois no desempenho do time. E provam que, apesar de o futebol ter de se tornar profissional em todas as áreas, ele ainda é o futebol.
Acima do resultado financeiro, o importante é vencer. A qualquer preço.
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