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O time do São Paulo desembarcou às 15h12 no estádio do Morumbi para o clássico contra o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista. Nas ondas da rádio Bandeirantes, logo após a chegada e confirmação da escalação da equipe são-paulina, o superintendente de futebol do clube do Morumbi, Marco Aurélio Cunha, passou a dar uma entrevista para justificar o uso de muitos jogadores considerados reservas.
 
“Não são reservas. São coadjuvantes”, brincou o bem-humorado dirigente. Com essa frase, Cunha conseguiu desarmar qualquer crítica e, ainda, mostrou o sentimento de orgulho pelo fato de o São Paulo ter um grupo formado por bons jogadores, com capacidade de defender a seleção brasileira. Numa atitude inteligente ele, ao mesmo tempo, deu mais moral aos seus atletas e ajudou a mostrar que o clube trabalha de forma profissional, priorizando competições e trabalhando no longo prazo.
 
Mas Cunha poderia ter parado por aí. Na seqüência, o dirigente quis deixar sua posição e usar o cargo que tem para se mostrar um torcedor são-paulino. O momento ocorreu minutos depois da genial afirmação do time coadjuvante, quando Cunha foi instigado a comentar o reconhecimento dado pela Fifa à conquista da Copa Rio de 1951 pelo Palmeiras como o primeiro título mundial de clubes. Torneio que, à época, foi comemorado por são-paulinos, corintianos e palmeirenses como uma vitória do Brasil, maltratado e mastigado pelo Maracanazzo do ano anterior.
 
“A comemoração será na Consolação, onde os italianos gostam de enterrar seus familiares. Mas não haverá festa. Será um silêncio completo”, ironizou o dirigente. A referência clara à região dos cemitérios São Paulo e Araçá, onde se concentra a maioria dos jazigos de italianos da capital paulista, soou como uma brincadeira de mau gosto.
 
Como superintendente de futebol do São Paulo, Cunha deveria ter deixado tal afirmação para o torcedor da cadeira cativa, das sociais, das gerais do Morumbi. Nunca poderia partir de um dirigente de futebol tamanha provocação e desrespeito à história de um outro clube, por maior que seja a rivalidade entre eles.
 
Ainda mais sendo Marco Aurélio Cunha um diretor de futebol que prega, nos lugares por que passa, a profissionalização do futebol e, especialmente, do dirigente esportivo. Cunha que se orgulha de ter dirigido Avaí e Figueirense em épocas distintas, mas com a mesma seriedade em que trabalha no São Paulo.
 
Mas o show ainda não estava completo. Durante a partida, o dirigente se viu novamente envolvido numa polêmica. Nas cadeiras cativas do Morumbi, espaço dividido por palmeirenses e são-paulinos num acordo com a Federação Paulista de Futebol, Cunha teve de se envolver numa briga entre torcedores, iniciada segundo alguns por seu filho, que começou a provocar os rivais com a iminente derrota por 3 a 1.
 
E, por volta das 18h45, o mesmo Marco Aurélio Cunha deu a seguinte declaração à mesma rádio Bandeirantes:
 
“Eu, como dirigente do São Paulo e pessoa pública, nunca me envolvo nessas brigas de torcida. Eu tento sempre apartar”, afirmou após negar a participação de qualquer parente seu na discussão que deixou alguns palmeirenses feridos.
 
Quer dizer que, quando ocorre uma briga, Marco Aurélio Cunha deixa de ser torcedor e se transforma em dirigente. Esse mesmo Cunha que gosta de menosprezar a história dos clubes rivais, instigando o ódio e semeando a mesma violência?
 

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