Caros amigos da Universidade do Futebol,
Mais uma vez abre-se a janela européia para transferências de atletas profissionais de futebol.
Como sabemos, a Fifa estabelece em seus regulamentos que as federações nacionais devem estabelecer, por ano, dois períodos em que atletas podem ser transferidos de um clube para outro (conhecidos como “janelas de transferência”, ou, em inglês, “transfer windows“).
Na Europa, assim como em outras partes do mundo, uma das janelas acontece durante o mês de janeiro.
Durante esses períodos, o mercado brasileiro de atletas profissionais de futebol passa por momentos de agitação, uma vez que nossos jogadores, via de regra, são os mais cobiçados pelos grandes clubes europeus.
Se por um lado essa agitação é boa para nosso mercado interno, por outro, ela pode gerar grandes perdas a clubes nacionais que não estiverem preparados para se beneficiar da oportunidade.
Em primeiro lugar, os clubes devem ter seus contratos com seus jogadores muito bem amarrados e planejados. Os dirigentes devem examinar com cuidado cada um de seus atletas, para que cada um deles tenha um prazo contratual condizente com seu potencial. As clausulas de rescisão também devem ser muito bem escritas e em linha com a legislação aplicável.
Além disso, os garotos das categorias de base também devem ser examinados com cuidado. Muitos deles não são profissionais e ficam mais vulneráveis a uma “aquisição hostil” por parte de outros clubes. Nesses casos, os clubes formadores devem ter contratos condizentes com a situação do atleta, mas que garantam que o clube seja devidamente recompensado em uma eventual negociação. Mais do que isso, os clubes devem mostrar a seus jovens atletas os benefícios de permanecerem por lá, oferecendo a eles tudo que a legislação pátria determina (assistência médica, odontológica, alimentação, educação, etc).
Finalmente, os clubes devem estar atentos às transferências internacionais de jogadores, que ocorrem neste mês em todas as partes do mundo, uma vez que eles são titulares de determinados direitos nessas transações, quando o atleta envolvido tiver passado pelo clube durante seu período de formação.
Atentos a esses detalhes, os clubes que efetivamente investirem nas suas categorias de base para formar jogadores ao mercado poderão desfrutar dessas janelas de transferências para serem justamente indenizados por tal empenho.
Retorno de jogadores
Interessante notar, entretanto, que está sendo verificado um retorno significativo de jogadores brasileiros que atuavam no exterior. O grande caso de destaque dentre eles é Adriano, da Inter de Milão, que atuará pelo São Paulo na temporada de 2008.
Esse movimento “ao inverso”, ser for bem aproveitado pelos clubes, e principalmente pela CBF, que poderão promover um grande boom no nosso futebol nacional para que jogadores intermediários fiquem mais estimulados a permanecerem no Brasil, ao invés de se aventurarem no exterior em busca de um sonho que, em muitos casos, acaba em uma grande ilusão.
Apenas assim, nossos clubes terão bons jogadores no seu departamento profissional, e também caixa necessário para investir nas suas categorias de base e garantir um futuro sustentável ao clube.
Para interagir com o autor: megale@universidadedofutebol.com.br