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Toda vez que se discute o tema “Zona” no futebol, na grande maioria (e quase unanimidade) das vezes explora-se o sistema defensivo (ou o “defender-se à zona”).

Zona orientada por linhas horizontais, zona orientada por linhas verticais, zona orientada pelas duas ao mesmo tempo (bi dimensional). De regras de ação mais, ou menos elaboradas, fato mesmo é que o sistema defensivo é o grande polarizador dos debates sobre o assunto.

No Brasil alguns “manuais táticos”, ou pelo raso conteúdo ou pela falha “tradução”, acabam por provocar equívocos associando muitas vezes o marcar por zona à plataforma 1-4-4-2 em linha (duas linhas de quatro jogadores). Em outras palavras é como se marcar à zona significasse sempre organizar a equipe na dita plataforma (e tão somente nela), como se em outras variações do 1-4-4-2 ou em qualquer outra plataforma isso (o marcar à zona) não fosse possível – ou ainda como se, ao optar-se pelo 1-4-4-2 em linha só fosse possível marcar à zona.


Isso obviamente não faz sentido.

A opção pela plataforma de jogo a ser utilizada está fractalmente ligada a todas as variáveis e dimensões do modelo de jogo escolhido. Isso é fato. Porém a escolha desta ou daquela plataforma não está necessariamente condicionada a esta ou aquela orientação defensiva (e vice-versa).

É necessário que se compreenda a interação entre plataforma escolhida e orientação defensiva determinada.

Marcar a zona (linha vertical, horizontal, duas dimensões, etc), individualmente, homem a homem, de forma mista ou de forma híbrida é uma das variáveis do sistema defensivo; não é a única.

O tema “zona” chama a atenção porque apesar de “antigo”, é recente nos fóruns de discussão sobre tática no futebol (especialmente porque vem se destacando a defesa à zona em grandes equipes de alguns países da Europa e já algum tempo em outros jogos desportivos coletivos).

O fato é que por mais que se discuta ainda estamos longe de esgotar o tema.

Existem vários espaços a serem preenchidos.

Um exemplo disso é que ainda falamos do defender à zona, quando deveríamos falar do jogar à zona (ou a “zona” estaria restrita ao sistema defensivo?).

Ainda que a dissociação de defesa, ataque, transição defensiva e transição ofensiva seja mais didática do que concreta, podemos ter orientações e estratégias distintas para as regras de ação de cada um desses quatro momentos do jogo e uma delas possível (das estratégias), é por exemplo, que a organização ofensiva também seja zonal.

Atacar à zona é tão possível quanto o defender à zona e muitos bons treinadores europeus há muito tempo têm se valido disso na organização ofensiva de suas equipes.

Espero que não demore muito tempo para que o tema seja explorado nos fóruns futebolísticos de discussão.

Retomarei e me aprofundarei no tema em outra oportunidade. Por enquanto, que nossas/vossas mentes inquietas digiram o assunto, e que a defesa à zona avance ao ataque em zona e por fim ao “jogar à zona”.

Para interagir com o colunista: rodrigo@universidadedofutebol.com.br

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