O futebol tem conteúdos “escondidos” entre as linhas que anunciam o resultado final de um jogo. Se ficarmos atentos, é possível que possamos aprender muito com esses conteúdos.
Olhando então aos arredores, entre linhas, conteúdos e esconderijos trago à tona questões de uma partida válida pelas quartas de final dos “Jogos Abertos do Interior 2008” (do estado de São Paulo – Brasil/ torneio sub-21).
Chamemos as equipes de equipe “A” e equipe “B”.
O modelo de jogo da equipe “A”, bem definido pelo seu treinador (típico em outras equipes que dirigira) apresentava as seguintes características básicas:
Organização Ofensiva:
Organização Defensiva:
Organização das Transições Ofensivas:
Organização das Transições Defensivas:
Plataforma de Jogo:
A equipe “A” era tida como a favorita no confronto. Era mais velha, mais experiente e havia jogado dois jogos em dias consecutivos (contra três jogos em dias consecutivos da equipe “B”), portanto, deveria estar menos “cansada”.
A equipe “B”, conhecendo o modelo de jogo e princípios operacionais da equipe “A”, tendo versatilidade nas suas opções para cumprir diferentes estratégias de jogo, optou por um “contra-modelo” para o confronto:
Organização Ofensiva:
Organização Defensiva:
Organização das Transições Defensivas:
Plataforma de Jogo:
Abaixo, algumas informações básicas sobre o scout do jogo:
O gol merece comentários.
Na equipe “B” predominaram as ações verticais, com jogo rápido e curto (conforme planejado). Em alguns poucos momentos também circulou a bola (o que não fazia parte da sua estratégia dominante). Resultado; em um desses poucos momentos, errou, permitiu o contra-ataque e sofreu o gol.
A equipe “B”, apresentou um controle quase que total do jogo. Em boa parte do tempo teve também o domínio da partida. Começou vencendo (em uma jogada de contra-ataque). Executou suas estratégias em busca do cumprimento da “lógica do jogo”, mas acabou derrotada em uma jogada de bola parada no 2º tempo (quando já jogava no 1-4-3-3, marcava na linha 1 e acabava de perder uma grande chance de ampliar o marcador da partida).
Eliminada da competição, diversas reflexões e lições. Abaixo, algumas delas:
1) Uma equipe sub-17 (equipe “B”) disputou um torneio sub-21. Desacreditada até pelos seus torcedores e pares chegou as 4as de final (JOGAR bem – que é diferente de JOGAR bonito – na maior parte das vezes vai levar a vitória, mas não a garante!);
2) Uma equipe sub-17 jogou contra equipes sub-21 e para aqueles que ainda fragmentam o futebol, não levou desvantagens “físicas” (como isso foi possível?);
3) Ganha uma partida, aquela equipe que cumpre de maneira mais eficiente e eficaz a LÓGICA DO JOGO (qualquer outra coisa que digam, é “balela”);
4) A equipe “B” não ficou satisfeita, porque independente da descrença externa e da posterior bajulação por ter “ido tão longe”, foi aos “Jogos Abertos” para ser campeã;
5) O tamanho de um homem não está nem em sua estatura (“altura”) e nem no número de anos que viveu. O tamanho de um homem está “dentro do peito” na força que carrega no seu coração.
É isso…
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