Olá caros amigos! Constantemente falamos da necessidade de atualização tecnológica por parte do profissional do esporte. É evidente que se ampliarmos o escopo desta premissa, veremos que é uma necessidade global, todas as pessoas dos mais diversos setores precisam se atualizar frente aos avanços tecnológicos.
A datilografia de antigamente, hoje é mais do que uma simples digitação, e lidar com um programa de editor de texto, uma planilha de cálculos, um aplicativo de desenvolvimento de slides, e cada vez mais detalhes são acrescidos aos mais diversos profissionais.
B
om, desta vez não criticarei a nós, profissionais do meio, classificando-nos como os grandes culpados por não procurarmos nossa atualização tecnológica. Mas pretendo mostrar como outros setores criam oportunidades e qual a linha diretriz que está por trás dessas ações. A Microsoft lançou no Brasil um programa denominado Dream Spark, programa de acesso gratuito a softwares destinado a estudantes de nível técnico e superior através de um convênio com o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola). Dentre softwares de desenvolvimento e design foram criados também cursos e treinamentos online. Nunca podemos ao certo afirmar os interesses que norteiam tais ações, mas é possível fazer uma avaliação das tendências que regem hoje o mercado tecnológico. Para quem milita no meio o termo Open Source já tem há algum tempo um tom de familiaridade. Open source numa tradução simples significa Código Aberto. Conceitualmente (que me desculpem os especialistas pela simplicidade da definição) refere-se ao desenvolvimento de softwares livres de barreiras comerciais. Livre no sentido de permitir a cópia, uso e distribuição sem obrigações comerciais, compartilhando a propriedade intelectual com a sociedade. Nesse conceito surgem o que chamam de Comunidades Open Source, no qual interessados em desenvolver uma solução compartilham informações e através dessa troca de experiências desenvolvem e aperfeiçoam soluções em comum. Muitas empresas têm se utilizados desse expediente e até mesmo em compartilhamento com seus grandes concorrentes. Qual a loucura por trás disso? Imaginem uma empresa especialista em desenvolvimento de software abrir seus segredos de produção, e mais ajudar a desenvolver em ambiente aberto no qual o concorrente também compartilha de tais informações. Para entender a motivação por trás do Open Source podemos fazer uma analogia com a construção civil. Duas construtoras podem juntar seus esforços no desenvolvimento de alicerces eficientes e compartilhar-los com o mercado diminuindo os custos de produção e pesquisa. Com isso podem dedicar-se e investir no que realmente será o diferencial para o cliente, o design e acabamento. A evolução dos alicerces fica a cargo da comunidade que irá ao longo do tempo criar mecanismos para a sua construção baseados nos conceitos mais modernos e atualizados possíveis a um custo que foi diluído com a concorrência e com a própria comunidade. É nesta lógica que gostaríamos de refletir no ambiente do esporte. Por um lado a capacitação do profissional fornecida pela Microsoft, preza pela necessidade de ampliar seu mercado mas sobretudo de atualizar e capacitar profissionais que desenvolverão as futuras ferramentas. É uma forma de investir no ciclo de renovação de idéias e profissionais capacitados. Por outro lado temos o compartilhamento em prol de um bem comum. Ao abrir o desenvolvimento no mercado a empresa, naquilo que nós vemos risco ao permitir o concorrente usufruir de sua produção, enxerga uma maneira de envolver diferentes especialistas no tema em desenvolvimento, sem necessidade de ampliar sua alocação de recursos humanos. A aposta é mais uma vez no capital intelectual de quem faz a diferença com as informações ali compartilhadas. A atualização tecnológica depende muito do profissional, deve ser uma busca constante daquele que pretende se diferenciar no mercado, mas também devemos cobrar e alertar as entidades envolvidas, que elas precisam criar mecanismos de capacitação dos profissionais para lidar com os avanços que hoje a ciência e tecnologia trazem para o esporte. A questão que fica é: será que eles querem renovar e capacitar mais pessoas…?Para interagir com o autor: fantato@universidadedofutebol.com.br