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Caros amigos da Universidade do Futebol,
 
Como muitos de nós estamos cansados de ouvir, o termo “crise” em chinês é composto por dois ideogramas que, isoladamente considerados, correspondem a “risco” e “oportunidade”. Isso, de fato, não se trata de mero acaso. A frieza de raciocínio no decorrer de uma crise para mapear a situação e identificar as melhores alternativas geralmente conduz ao caminho do sucesso no período pós-crise.
 
Entendemos que no futebol essa regra também se aplica, e que o momento não poderia ser mais oportuno para essa reflexão por três motivos: (i) o ano de 2008 foi marcado por uma crise semelhante àquela de 1929; (ii) os clubes de futebol começam a sentir em seus cofres o impacto da crise; e (iii) estamos nos primeiros dias de 2009, época de refletir sobre o ano passado e projetar o crescimento para o Ano Novo.
 
A expectativa para o ano de 2009 aos clubes, ligas e federações ao redor do mundo é um enxugamento rigoroso nas verbas de patrocínio e investimento em geral no esporte. Isso pode refletir sensivelmente nos salários dos jogadores e nas contratações de novos atletas vindo de mercados emergentes.
 
Nesse contexto, o maior impacto para os clubes brasileiros residirá na demanda do mercado internacional de transferência de jogadores.
 
Temos visto que, nos últimos três ou quatro anos, o número de jogadores brasileiros transferidos para o exterior cresceu ano a ano, tendo atingido a marca média aproximada de mil jogadores por ano.
 
Esse movimento representou importante receita para os clubes brasileiros, fazendo com que essa entrada passasse a ser considerada praticamente certa nas balanças financeiras dos clubes.
 
O grande risco agora é que esse número passe a cair, e que compromissos já assumidos pelos clubes possam não ser cumpridos. E então poderemos ter uma crise interna no nosso futebol profissional brasileiro.
 
Por outro lado, e é aqui que entra o outro lado da moeda – o da oportunidade -, os clubes devem observar esse novo cenário para vislumbrar novas frentes de interesse.
 
Um grande exemplo é o investimento (não só financeiro) nas categorias de base. Essa pode ser a oportunidade de ouro para que os clubes passem a valorizar a base. Segurar os seus bons jogadores, criar uma mentalidade no clube de amor à camisa, e enraizar seus jovens atletas no clube.
 
É hora de os clubes brasileiros terem a mesma força no exterior que os jogadores já têm. E os jovens jogadores são peças fundamentais nesse processo.
 
Hoje, jovens jogadores sonham em jogar no exterior. Essa mentalidade precisa mudar (e vai ter que mudar, com o novo cenário financeiro mundial). O primeiro sonho deve passar a ser o de jogar na equipe principal, de disputar campeonatos locais, de vencer o campeonato regional e brasileiro, e assim por diante.
 
Entendemos perfeitamente das pressões que os clubes enfrentam para terem equipes competitivas a todo momento.
 
Mas com um pouco de criatividade, os clubes que melhor prepararem a sua estrutura, com boa governança técnica e administrativa, terão maior fôlego para suportar a crise.
 
É bom lembrar que o jogador de 15 anos de hoje pode ser o ídolo da torcida em dois ou três anos, quando a crise tiver passado de vez… As transferências internacionais lucrativas voltarão naturalmente.
 
Como dizia o compositor brasileiro Raul Seixas, “quem não tem visão, bate a cara contra o muro”. A frase é mais válida do que nunca neste momento.
 
Vale a reflexão. Um excelente início de ano a todos.

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