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Parceria é a palavra coqueluche atualmente. A palavra técnica mais recomendada, em alguns casos, seria licenciamento de uso da marca. Mas isso é assunto – e dos bons – para outro dia. 

Muito disso advém da necessidade econômica vivenciada pelos clubes, o que lhes limita a capacidade de investimento e reinvestimento visando perenizar e aumentar as fontes de receita.

Associada a esse fato está a histórica falta de tradição em gerir bem e profissionalmente estas instituições que movimentam muitos interesses e dinheiro ao seu redor.

Vale dizer, num ambiente onde falta dinheiro e falta conhecimento técnico para que as coisas sejam feitas diretamente pelos interessados, haverá margem para que surjam outros interessados em realizar negócios e lucros.

Alguns exemplos para ilustrar a terceirização de serviços/negócios no futebol nacional possibilitam enxergar este quadro de forma pragmática, sem demonizar nem considerar como tábua da salvação.

Na maioria dos casos, existe um investimento financeiro inicial dos parceiros “terceirizados”, com conseqüente divisão de receitas futuras com os clubes sobre dado acordo firmado em torno dos projetos.  

O Coritiba havia deixado a cargo de uma empresa a organização de “peneiradas” e testes de seleção para as categorias de base; atualmente, o plano de captação de sócios é conduzido por uma empresa parceira; o projeto do novo estádio também está nas mãos da W Torre, a mesma empreiteira que possui acordos com Palmeiras e Avaí.

Canais de web TV, tais como a TV Fla e a TV Timão também estão nas mãos de produtoras especializadas, num acordo que prevê divisão decrescente de receitas, visando uma fatia maior para o clube ao término do período de implantação do projeto.

Outro ramo de atividade que pode crescer são as agências de viagens especializadas em atender à massa de torcedores dos clubes, interessadas em pacotes turísticos temáticos e no seguimento dos jogos fora de casa.

Podemos mencionar também a terceirização da comercialização de camarotes, particularmente interessante na chamada “hospitalidade corporativa”, dirigida às empresas para ações de marketing de relacionamento, além da gestão da venda de ingressos via web ou nas bilheterias dos estádios.

Finalmente, até a formação de jogadores e os departamentos de futebol são alvos deste fenômeno no mundo dos negócios da bola.

O Atlético Paranaense, até este ano, possuía acordos comerciais com clubes e centros de formação de atletas, no qual tinha preferência/exclusividade na seleção de novos talentos. No caso mais emblemático, as categorias pré-infantil e infantil eram administradas por um clube amador local, criado especialmente para este propósito.

O Paraná Clube mantinha, até 2008, acordo com uma empresa responsável por boa parte da política de contratações do futebol profissional.

O mais importante neste cenário, digamos, de transição entre uma realidade amadora e um panorama que cobra profissionalização administrativa e visa dar maior fôlego financeiro para que o clube seja mais independente de terceiros é a tomada de decisão bastante criteriosa nas escolhas dos clubes.

De certa maneira, não se trata de discutir tanto sobre as razões que levam os clubes a abrir mão da gestão direta dos negócios e realizá-los com os parceiros. 

É mais uma preocupação sobre o que destinar aos parceiros e como os acordos são feitos, com contratos absolutamente bem amarrados e com equilíbrio de direitos e obrigações, por parte dos clubes e dos “terceirizados”.

O que não pode acontecer, jamais, é a raposa cuidar do galinheiro…

Para interagir com o autor: barp@universidadedofutebol.com.br

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