“A maior personalidade em licenciamento de marca do país.
Eliana. Apresentadora, cantora, produtora, empresária.
Eliana está comemorando 21 anos de carreira. Uma marca que já movimentou mais de R$ 1 bilhão. Vamos planejar o que ela pode fazer por sua marca”.
Este é o anúncio da empresa de licenciamentos, participações e produções da multiartista Eliana na Revista Veja desta semana, cuja mudança da TV Record para o SBT não encontra rival no mercado interno de transferências em nosso futebol ao longo dos últimos meses.
Existem muitos indicadores do sucesso de Eliana na área de licenciamento de produtos – livros, filmes, brinquedos e CD – que justificam sua escolha por empresas que queiram associar suas marcas à imagem da artista.
Kaká foi apresentado, na semana passada, para um Santiago Bernabéu lotado por 55 mil torcedores do Real Madrid. Um verdadeiro evento, que atraiu a atenção de um número fantástico de meios de comunicação e jornalistas. Leonardo, brasileiro e atual técnico do Milan, clube anterior do jogador, o comparou a Tom Cruise, dada sua pertinência no imaginário das pessoas que acompanham o futebol mundial.
Recordes? Nada. Cristiano Ronaldo foi apresentado ontem. Mais caro, mais pessoas no estádio, mais jornais e TVs… O melhor jogador do mundo em 2008 também teve aparição e cortejo cinematográficos.
Os ídolos são um grande e poderoso dínamo que move as indústrias das artes e dos espetáculos e é algo que pode começar a ganhar mais relevo no esporte em geral.
Isso se deve ao interesse pelo sportainment: mescla entre esporte e entretenimento. As pessoas querem se deleitar com espetáculos cheios de astros, de emoções (positivas e, até mesmo, negativas), de experiências sensoriais. E, estão dispostas a pagar por tudo isso, pois são momentos de refúgio da realidade cotidiana que, no mais das vezes, oprime ousadias subjetivas e levam pessoas a fazerem o que podem e o que não podem com seus espremidos orçamentos.
Em um caldo cultural favorável, a própria morte de uma pessoa importante do showbizz, Michael Jackson, passou, rapidamente, de momento trágico e triste para um filme cheio de suspense e negócios: Como morreu? Por quê? Quem cuida dos filhos? Quem cuida da herança e das dívidas? Prejuízo pelos shows cancelados? Não, os fãs querem guardar os ingressos como lembrança. Por falar em ingressos, você poderia tentar comprar o seu, via internet, para o funeral do cantor em Los Angeles. No meio disso tudo, muito dinheiro rolando, com vendas de CD e downloads de músicas nas alturas…
No futebol brasileiro, fica difícil imaginar algo semelhante ao que ocorre no Real Madrid. Nossos astros não estão aqui. Estão lá. A movimentação das riquezas da indústria do futebol também ruma para a Europa, num ciclo virtuoso.
Quem sabe, Flamengo e Corinthians, com Adriano e Ronaldo, desafiem este protocolo por meio de uma herança maldita de décadas de descaminhos administrativos em nosso futebol.
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